- Peraí. Vou montar
com você.
Subi rapidamente e
sentei atrás dela segurando as rédeas do animal com meus braços entre sua
cintura. Senti um frio na espinha, podia sentir seu perfume, seus cabelos
sedosos em meu rosto. Tive que me controlar para que ela não percebesse que
fiquei perturbado por estarmos tão próximos.
Dei um leve toque no
animal que começou a andar. M estava tensa, paralisada. Aos poucos ela foi
relaxando e acostumando a montar no animal. Fomos andando pela fazenda como era
um animal forte ele agüentou o peso de nós dois. Fui mostrando tudo a ela que
conforme íamos andando foi se descontraindo. Mostrei os estábulos, onde ficavam
os bois, o lago onde costumo pescar. A arena que o Leo usa para treinar, as
plantações. Todas as instalações da fazenda. Foi um passeio tranqüilo e
prazeroso.
- Nossa! Isso aqui é
enorme. Exclamou.
- É nada. Existem
fazendas maiores que essa. Terras a perder de vista.
M então se lembra,
seu pai tem uma, no interior de Goiás achava. Lembra que certa vez, num dos
muitos almoços que dava na mansão ele se gabava com um amigo. Dizia que tinha
15000 cabeças de gado e que seu filho Marcio tocaria tudo quando fosse a hora.
Ele adorava o filho e depois de seu nascimento tinha se esquecido completamente
da existência de M.
Numa das estradas
que cortam a fazenda resolvo inovar.
- Bom agora que você
já aprendeu que montar um cavalo não é nenhum bicho papão, toma. Conduza o
animal. Disse entregando as rédeas para M.
- Faz isso não
Victor. Respondeu com medo.
- Não senhora, eu
quero o meu bolo então você tem que aprender. Vai.
- Eu faço o bolo pra
você mas não faz isso não!
Eu só ria. Cruzei os
braços e não peguei as rédeas novamente. Ela no inicio ficou reticente mas como
o animal já estava no ritmo não tivemos nenhuma surpresa. M aos poucos pegou o
jeito e continuamos o nosso divertido passeio.
- Victor. Chamou M.
- Diga.
- Você esqueceu me
ensinar uma coisa. Disse me mostrando o final da estrada.
- E o que foi que eu
esqueci. Disse já rindo.
- Como fazer a
curva. A estrada tá acabando, vê só. Disse apontando com a cabeça o final da
estrada de terra dando de frente para o curral.
- Dá a seta oras.
Brinquei.
M caiu na
gargalhada.
- A lâmpada tá
queimada, você não notou não? Brincou também.
Estávamos em completa sintonia. Então peguei as
rédeas junto com ela e dei um leve puxão no lado esquerdo fazendo com que o
animal se virasse para o mesmo lado retornando o caminho que tínhamos feito.
Voltamos para a casa principal pois a manhã tinha passado voando e já estava na
hora do almoço.
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