sexta-feira, 28 de outubro de 2011


- Peraí. Vou montar com você.
Subi rapidamente e sentei atrás dela segurando as rédeas do animal com meus braços entre sua cintura. Senti um frio na espinha, podia sentir seu perfume, seus cabelos sedosos em meu rosto. Tive que me controlar para que ela não percebesse que fiquei perturbado por estarmos tão próximos.
Dei um leve toque no animal que começou a andar. M estava tensa, paralisada. Aos poucos ela foi relaxando e acostumando a montar no animal. Fomos andando pela fazenda como era um animal forte ele agüentou o peso de nós dois. Fui mostrando tudo a ela que conforme íamos andando foi se descontraindo. Mostrei os estábulos, onde ficavam os bois, o lago onde costumo pescar. A arena que o Leo usa para treinar, as plantações. Todas as instalações da fazenda. Foi um passeio tranqüilo e prazeroso.
- Nossa! Isso aqui é enorme. Exclamou.
- É nada. Existem fazendas maiores que essa. Terras a perder de vista.
M então se lembra, seu pai tem uma, no interior de Goiás achava. Lembra que certa vez, num dos muitos almoços que dava na mansão ele se gabava com um amigo. Dizia que tinha 15000 cabeças de gado e que seu filho Marcio tocaria tudo quando fosse a hora. Ele adorava o filho e depois de seu nascimento tinha se esquecido completamente da existência de M.
Numa das estradas que cortam a fazenda resolvo inovar.
- Bom agora que você já aprendeu que montar um cavalo não é nenhum bicho papão, toma. Conduza o animal. Disse entregando as rédeas para M.
- Faz isso não Victor. Respondeu com medo.
- Não senhora, eu quero o meu bolo então você tem que aprender. Vai.
- Eu faço o bolo pra você mas não faz isso não!
Eu só ria. Cruzei os braços e não peguei as rédeas novamente. Ela no inicio ficou reticente mas como o animal já estava no ritmo não tivemos nenhuma surpresa. M aos poucos pegou o jeito e continuamos o nosso divertido passeio.
- Victor. Chamou M.
- Diga.
- Você esqueceu me ensinar uma coisa. Disse me mostrando o final da estrada.
- E o que foi que eu esqueci. Disse já rindo.
- Como fazer a curva. A estrada tá acabando, vê só. Disse apontando com a cabeça o final da estrada de terra dando de frente para o curral.
- Dá a seta oras. Brinquei.
M caiu na gargalhada.
- A lâmpada tá queimada, você não notou não? Brincou também.
Estávamos em completa sintonia. Então peguei as rédeas junto com ela e dei um leve puxão no lado esquerdo fazendo com que o animal se virasse para o mesmo lado retornando o caminho que tínhamos feito. Voltamos para a casa principal pois a manhã tinha passado voando e já estava na hora do almoço.

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