Ela não se faz de rogada, se pendura no meu pescoço e me
beija a boca. Putz. Que beijo horrível. Arrependo-me amargamente da minha
idéia. Bom já que estava ferrado tinha que ir adiante. Não sei se agüentaria ir
até o fim. Tive que pensar rápido. Quando terminamos de nos beijar falei.
- Nossa não precisei de tantos argumentos assim né.
Ela riu. Eu me entristeci. Dei a partida no carro e
perguntei com receios do que iria ouvir como resposta:
- Para onde senhorita?
- Vamos para minha casa. Moro sozinha e lá é mais sossegado.
Me ferrei.
Ela vai me explicando pelo caminho onde morava. Para minha
sorte não era perto de ninguém conhecido. Quando chegamos em frente ao seu
prédio. Penso em uma desculpa para não subir. Se o beijo era ruim daquele jeito
imagina o resto. Não. Nada me faria fazer esse sacrifício.
- Pronto. Está entregue, sã e salva. Tentei brincar mas
estava tenso.
Ela sorri e faz a fatídica pergunta:
- Não gostaria de subir?
Dou um sorriso amarelo e respondo.
- Infelizmente terei que recusar. Estou com muita dor de
cabeça, cansaço sabe. E ainda não tive nem tempo de ver minha casa, minhas
coisas, cheguei de viagem e fui direito para o hotel. Tô louco pela minha cama.
Ela me olha decepcionada. Respira fundo e diz:
- Tá certo! Eu compreendo. Às vezes chegamos do trabalho e a
única coisa que queremos é um bom banho e a nossa cama.
Ufa! Escapei, mas foi por pouco.
- É. É exatamente disso que preciso.
- Tudo bem então, você fica me devendo essa. Sentencia.
Volto a lhe sorrir dessa vez aliviado. Ela vem em minha
direção. Quer mais um beijo. Nãoooooooooooo. Tarde de mais.
Nos despedimos, ela sai do carro e eu respiro fundo. Droga!
Vê se aprende Victor. Vê se aprende!
Ela entra no prédio e acena para mim com um sorriso largo de felicidade. Sorrio
de volta, um sorriso acanhado. Ligo o carro e vou para casa. Finalmente. Lar
doce lar. Quando vou chegando ao prédio vejo o carro do almofadinha, digo
namorado, da M. Ela está com ele no carro. Entro no prédio e subo logo. Não
quero encontrar com ela, muito menos se ele estiver junto. Graças a eles tive
uma péssima noite. Fui infeliz na minha idéia. Mas pelo menos me senti vingado.
Só preciso que ela não saiba o desastre que foi. Bom, o jeito era tocar em
frente.
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