segunda-feira, 3 de outubro de 2011


Ela não se faz de rogada, se pendura no meu pescoço e me beija a boca. Putz. Que beijo horrível. Arrependo-me amargamente da minha idéia. Bom já que estava ferrado tinha que ir adiante. Não sei se agüentaria ir até o fim. Tive que pensar rápido. Quando terminamos de nos beijar falei.
- Nossa não precisei de tantos argumentos assim né.
Ela riu. Eu me entristeci. Dei a partida no carro e perguntei com receios do que iria ouvir como resposta:
- Para onde senhorita?
- Vamos para minha casa. Moro sozinha e lá é mais sossegado.
Me ferrei.
Ela vai me explicando pelo caminho onde morava. Para minha sorte não era perto de ninguém conhecido. Quando chegamos em frente ao seu prédio. Penso em uma desculpa para não subir. Se o beijo era ruim daquele jeito imagina o resto. Não. Nada me faria fazer esse sacrifício.
- Pronto. Está entregue, sã e salva. Tentei brincar mas estava tenso.
Ela sorri e faz a fatídica pergunta:
- Não gostaria de subir?
Dou um sorriso amarelo e respondo.
- Infelizmente terei que recusar. Estou com muita dor de cabeça, cansaço sabe. E ainda não tive nem tempo de ver minha casa, minhas coisas, cheguei de viagem e fui direito para o hotel. Tô louco pela minha cama.
Ela me olha decepcionada. Respira fundo e diz:
- Tá certo! Eu compreendo. Às vezes chegamos do trabalho e a única coisa que queremos é um bom banho e a nossa cama.
Ufa! Escapei, mas foi por pouco.
- É. É exatamente disso que preciso.
- Tudo bem então, você fica me devendo essa. Sentencia.
Volto a lhe sorrir dessa vez aliviado. Ela vem em minha direção. Quer mais um beijo. Nãoooooooooooo. Tarde de mais.
Nos despedimos, ela sai do carro e eu respiro fundo. Droga! Vê se aprende Victor.  Vê se aprende! Ela entra no prédio e acena para mim com um sorriso largo de felicidade. Sorrio de volta, um sorriso acanhado. Ligo o carro e vou para casa. Finalmente. Lar doce lar. Quando vou chegando ao prédio vejo o carro do almofadinha, digo namorado, da M. Ela está com ele no carro. Entro no prédio e subo logo. Não quero encontrar com ela, muito menos se ele estiver junto. Graças a eles tive uma péssima noite. Fui infeliz na minha idéia. Mas pelo menos me senti vingado. Só preciso que ela não saiba o desastre que foi. Bom, o jeito era tocar em frente.

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