quarta-feira, 19 de outubro de 2011


Desolado. Volto a apagar a luz do quarto e a me deitar. Agora o sono não vem. Custo a acreditar que tudo que vivi nessa noite tenha sido real. Magia. Se assim posso definir o que acabei de viver. Magia e mistério. Assim como minha companheira. Misteriosa morena. Ligo o rádio na mesa ao meu lado. Ouço uma música. Fico pensando em tudo. Viajo junto com a música e então me entrego nos braços de Morfeu. Durmo profundamente com um leve sorriso nos lábios. Quem sabe. Se realmente sonhei, posso perfeitamente viver tudo de novo.
A música que embalou os sonhos do nosso muso foi essa aqui ó: 

Durante meu restabelecimento...

M depois que combina com Elaine de ir ao meu apartamento assim que possível para se desculpar procura por Tuca que para variar sumira. Três dias depois do ocorrido ela finalmente o localiza pelo celular.
- Nossa! Tá difícil falar contigo hein? E olha que sou sua namorada imagino se fosse um amigo.
- Ô gata! Não fala assim. Você sabe, quando sumo desse jeito é trabalho. Esse meu trabalho que me rouba dos seus carinhos e abraços. Diz todo meloso.
- Tá certo! Preciso conversar contigo. Pode ser hoje?
- Pode, claro. Passo no seu prédio as 19 hrs?
- Não! Fala rapidamente.
- Não?
- Não Tuca, vamos nos encontrar naquele barzinho no centro? Aquele que você adora. Pode ser? Não podia falar para ele que ele se tornara persona non grata no seu prédio, não por telefone. E ainda tinha o assunto da surra. Queria tirar a limpo essa estória.
- Tá certo gata. Então as 19 hrs no barzinho. Te amo.
- Também. Disse não mais convencida disso.
No horário marcado chegou ao bar. Era uma mistura de bar com bilhar. Na parte de baixo, mesas e o balcão. Na parte de cima diversas mesas de bilhar fazia a distração de seus freqüentadores.
Quem quer jogar uma partidinha??
Sentou-se na mesa de costume e ficou esperando Tuca que chega quase que 40 minutos atrasado. M já estava desistindo de espera-lo quando ele aparece todo sorridente.
- Oi gata! Desculpa a demora. É que fui levar o carro pra limpar no posto e acabei me atrasando. Disse já lhe dando um singelo beijo. Ele sempre fazia isso quando fazia algo errado. Ficou desconfiada.
- Tudo bem. Disse resignada.
Pediu uma cerveja e perguntou se M não queria comer algo. Afinal já era tarde.
- Uma pizza.
Tuca chama o garçom e faz seu pedido. Uma cerveja estupidamente gelada e uma pizza marguerite.
- Então gata! Peça o que você quiser pro seu gatão aqui.
Nossa como detestava quando ele falava desse jeito.
- Bom ... já que você tá dizendo. Eu quero uma explicação.
No ato o semblante de Tuca muda.
- Explicação? Como assim? Pergunta ríspido.
- Por que você foi atrás do Victor no domingo? E não adianta negar. Soube de fonte segura que você o seguiu até um shopping, o cercou e lhe deu uma surra. Por que Tuca? Por que? Afinal ele não te fez nada. Pra que essa violência? Ele foi internado sabia? Me explica. Quero entender o motivo que te levou a cometer essa atrocidade. Você sabe que detesto quando você se torna esse ser violento. Odeio violência. E você não tem motivo nenhum pra fazer o que fez. Então me diz! Fala!
M estava nervosa e despejou tudo de uma só vez, fazendo com que Tuca se irritasse profundamente. Ele dá um soco na mesa que faz o cinzeiro pular e com o barulho acaba por chamar a atenção dos que estavam próximos.
- Olha como você fala comigo garota. Você me acusa de algo sem provas.
Responde profundamente irritado. Como ela descobriu? Será que o caipira chucro foi dar com a língua nos dentes? Ah! Se fez isso! Ele tá perdido, perdido. Pensava.
M se assusta com a reação de Tuca. Tem medo, mas continua.
- Posso não ter provas do ocorrido mas soube pelo irmão dele, aliás, eu não, pior, meus vizinhos souberam. Vieram me chamar a atenção pelo seu comportamento. Já tinha lhe dito isso. No prédio o síndico é super rigoroso e agora proibiram de você entrar lá.
- Como é que é? Eu não posso entrar no seu prédio? Isso é o que veremos. Não podem me proibir de nada. Sou seu namorado. Duvido que lá tenha homem pra me peitar.
- Tuca. Já falei. Sou inquilina, não proprietária. Não tenho voz lá dentro. Tenho que acatar tudo que o condomínio decide. E além disso. Já dei minha palavra que você não pisa mais lá.
- Não acredito! Você concorda com eles? É isso mesmo que estou ouvindo?
- Não Tuca. Não concordo e nem discordo. Eu quero é saber da sua boca. Por quer você fez isso? Pra que?
- Eu já disse que não fiz nada! Grita mais uma vez.
- Não precisa gritar. Fala comigo direito. Já disse que não gosto quando você grita. Respondeu com firmeza.
Tuca respira fundo. Tenta se controlar. Mas tava difícil. M estava cada vez mais segura de si e não aquela menina que conheceu na festa a fantasia. Frágil e sozinha. Não conseguia mais domina-la como antes.
- Você não acredita em mim né. Pelo visto continua a se encontrar com aquele caipira e agora ele resolveu te jogar contra mim. Mudou de tática.
- Você vai continuar negando?
- Claro! Eu não fiz nada. Ainda. Mas agora acho que vou fazer. Afinal estou levando a fama.
- Não Tuca! Você não vai fazer nada! Tá entendendo? Nada!
- Ah é? E quem vai me impedir? Você?
- Sim. Eu. Peitou-o de vez. Não podia deixar se dominar por ele como estava sendo.
- Como é que é? Você vai me impedir de tirar satisfações desse caipira como hein? Como?
- Terminando tudo com você. Resolveu.
- Hã?
- É isso mesmo que você tá ouvindo Tuca. Não vim pra Uberlândia pra me envolver em problemas. Problemas já tive demais em minha vida. Quero alguém que me puxe pra cima e não me enterre. Já conversamos sobre isso mas parece que você não me levou a sério.
Imediatamente Tuca lembra da conversa que tiveram quando M disse que queria assumir um compromisso.
- Quer saber? Já deu! Você é uma patricinha mimada isso sim. Tô de saco cheio desse namorico de adolescente. Eu quero é uma mulher ao meu lado. Não uma fedelha como você.
-Ótimo! Então vê se cresce pra se capaz de segurar uma mulher como eu ao seu lado.
Disse isso e se levantou da mesa. Deixando Tuca sozinho.
Pronto. Acabou. Seu namoro com Tuca tinha chegado ao fim. Sentia-se mais leve. Livre finalmente. Mas ainda tinha que se desculpar com Victor. Bom mas pra isso contava com a amiga Elaine.

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