domingo, 30 de outubro de 2011


De repente D. Mirtes aparece na varanda.
- Patrão. O lanche tá na mesa.
Tomo um susto afinal não percebi a hora passar.
- Oi D. Mirtes. Obrigado. Vou só tomar uma ducha e já volto então. E M?
- Terminando de fazer o bolo.
- Tá certo!
Levantei da rede, juntei minhas coisas e fui para o meu quarto tomar uma ducha. Passei pela porta da cozinha e vi M entretida com o bolo. Não resisti e provoquei.
- Ih! Já vi que hoje não tem bolo. Tá me enrolando é M? Brinquei.
Ela fez uma careta e mostrou a língua pra mim.
- Pra hoje não dá mesmo. Será pro café da manhã. Tem que ir pra geladeira esqueceu é?
- Tá certo. Ah! Não precisa mostrar a língua não tá. Eu sei que você tem uma.
Brinquei novamente. Arrancando mais uma das suas deliciosas risadas. Fui para o quarto e tomei um banho relaxante. No corredor encontrei M que disse que também iria tomar um banho.
- Então vou te esperar, não demora tá. Tô com fome.
- Ô Victor. Se você tá com fome, vai lá. Não precisa me esperar não.
- Tô brincando sua boba. Mas não demora tá?
Ela riu e concordou com a cabeça entrando em seguida no quarto de hóspedes. Fiquei ali na sala conversando com D. Mirtes. Depois de um tempo M aparece. Cabelos molhados, vestindo um moletom rosa. Sentou-se comigo a mesa para lanchar. D. Mirtes pediu licença e foi para a cozinha providenciar algumas coisas que pedi.
- Amanhã vamos pescar tá!
- Naquele lago que você mostrou?
- Não. Tem um rio aqui perto. Vamos de charrete. É passeio pro dia todo tá.
M concordou e fechamos o dia assim, conversando, ouvindo muita música e as estórias de pescador que eu e o Ferreira contávamos.
No dia seguinte levantamos cedo. M já estava na mesa conversando com D. Mirtes quando cheguei na sala.
- Bom dia! Pelo visto já pegou o ritmo da fazenda. Levantando com as galinhas né!
- Bom dia! É acho que peguei sim, aqui é tudo tão tranqüilo e calmo. Durmo feito uma pedra e acordo com os passarinhos cantando na janela. Tô adorando isso aqui. Por mim não iria embora nunca mais.
- Não me dá idéia não M. Não me dá idéia. Brinquei.
Tomamos nosso café, e como prometido tinha o bolo de coco da M. Delicioso. Fiquei fã também. Terminamos nosso café e fui me encaminhando pra cozinha.
- D. Mirtes, providenciou o que pedi?
- Sim patrão. Tá tudo aqui. Mostrou uma cesta de palha grande.
- E a toalha?
- Tá separada aqui ó. Coloquei as bebidas no isopor como o senhor pediu.
- Tá ótimo. E a charrete? O Ferreira preparou?
- Ele já deve tá vindo patrão.
- Nossa! Pra que isso tudo? Não vamos pescar? Pergunta M entrando na cozinha.
- Ih! Minha filha, pescaria com o Seu Victor é assim, passeio pro dia todo. Vocês vão pescar no lago ou no rio patrão?
- No rio D. Mirtes, sinto que hoje trago um dos grandes. Brinquei.
- M acho melhor você levar seu biquíni e protetor solar também. Você vai adorar tomar um banho no rio. A água é geladinha mas deliciosa. Aconselhou D. Mirtes.
- Ah! Mas um repelente também não vai mal não viu. Lembrei.
- Então vou me trocar. Licença. Se despede M.
Logo em seguida entra Ferreira.
- Patrão. A charrete tá pronta. O material da pescaria já está lá. Arrumei alguns mussuns pra servir de isca tá. Estão numa lata de banha.
Fui para meu quarto, me arrumei e voltei com o violão nas costas. M já estava na varanda, conversava com D. Mirtes e o Ferreira.
- Vamos a pesca? Convidei.
- Vamos sim.
A charrete estava na porta nos esperando. Acomodei o violão na parte de trás junto com as coisas e ajudei M a subir. Subi logo em seguida dando uma leve sacudida nas rédeas o que fez com que o cavalo começasse a andar.

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