domingo, 23 de outubro de 2011


Ela me sorri toda feliz. Finalmente teria sua tão sonhada noite de amor. Vai acreditando. Vai.
Abro a porta do carona pra que Elaine entre. Dou a volta no carro e entro já dando a partida. Saímos do prédio e M está atrás das cortinas de sua sala e vê meu carro sair do prédio. Ela percebe que Elaine está ao meu lado. Se entristece. Vamos o caminho todo em silêncio. Um silêncio providencial assim poderia pensar em como dar um basta na Elaine sem ser grosso com ela. Difícil. Chegamos ao prédio da Elaine. Paro o carro em frente ao seu portão, desligo e tiro meu cinto de segurança me virando para seu lado.
- Elaine precisamos conversar.
- Claro. Não quer subir?
- Não. Não quero e não vou.
Tive que ser direto, se começasse a ficar cheio de dedos não conseguiria acabar com aquela situação.
- Você tá chateado comigo, né! Desculpa mas a M insistiu pra que eu fosse junto com ela.
- O problema não é esse. Respiro fundo e então continuo. Não tinha como não ser duro com ela. O problema é que pelo que entendi você disse pra M que temos algo. O que não é verdade.
- Como assim?  E aquela noite? E os beijos?
- Foi um erro Elaine. Um erro estúpido da minha parte.
Erro estúpido. Ao ouvir tais palavras Elaine sentiu raiva. Ódio de M pois foram as mesmas que usou pra afasta-la de mim.
- Poxa Victor eu pensei...
- Pensou errado. Mas a culpa não é sua. Tentei amenizar a situação. Detestava fazer esse papel mas era um mal necessário.
- Eu é que errei. Errei em te usar. Me desculpe mas tenho que confessar, fiz tudo que fiz por ciúmes. Senti ciúmes da M com o namorado dela e pelo que entendi ele percebeu e por isso veio pra cima de mim. Não sei exatamente o que sinto por ela mas não posso mentir pra mim mesmo e muito menos te usar como usei. Então estou colocando as cartas na mesa com você. Eu não vou me envolver contigo.
Elaine ouvia tudo calada. Como assim? Usada? Cachorro! Então a fama de pegador dele era verdade. A cada palavra que me ouvia pronunciar sentia cada vez mais raiva de M. Aquela sonsa, se fazia de boazinha mas bastou uma única oportunidade sozinha comigo para aproveitar e me fisgar de jeito.
- Como você tem coragem de me dizer tudo isso? Canalha! Estourou Elaine.
- Eu sinto muito mas estou sendo sincero contigo.
- É ela né? A M, ela deve ter dito coisas horríveis a meu respeito. Cretina, sonsa.
- Hei! Vamos com calma tá! M não tem nada com isso. O erro foi unicamente meu. E pelo que pude perceber hoje você também se aproveitou da situação e deve ter inventado pra ela que estávamos namorando. Só espero que depois de hoje você fale a verdade pra ela.
Elaine não respondeu estava com tanta raiva de M por fazer com que Victor sentisse ciúmes dela que só deu um bufão e saiu do carro batendo a porta sem dizer uma única palavra. Eu só a acompanhei com os olhos até ela entrar no prédio. Depois disso dei partida no carro, coloquei meu cinto e voltei pra casa.
- Espero sinceramente que você fale a verdade pra M Elaine. Espero. Pensei em voz alta, enquanto ia pra casa.

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