Ela me sorri toda
feliz. Finalmente teria sua tão sonhada noite de amor. Vai acreditando. Vai.
Abro a porta do
carona pra que Elaine entre. Dou a volta no carro e entro já dando a partida.
Saímos do prédio e M está atrás das cortinas de sua sala e vê meu carro sair do
prédio. Ela percebe que Elaine está ao meu lado. Se entristece. Vamos o caminho
todo em silêncio. Um silêncio providencial assim poderia pensar em como dar um
basta na Elaine sem ser grosso com ela. Difícil. Chegamos ao prédio da Elaine.
Paro o carro em frente ao seu portão, desligo e tiro meu cinto de segurança me
virando para seu lado.
- Elaine precisamos
conversar.
- Claro. Não quer
subir?
- Não. Não quero e
não vou.
Tive que ser direto,
se começasse a ficar cheio de dedos não conseguiria acabar com aquela situação.
- Você tá chateado
comigo, né! Desculpa mas a M insistiu pra que eu fosse junto com ela.
- O problema não é
esse. Respiro fundo e então continuo. Não tinha como não ser duro com ela. O
problema é que pelo que entendi você disse pra M que temos algo. O que não é
verdade.
- Como assim? E aquela noite? E os beijos?
- Foi um erro
Elaine. Um erro estúpido da minha parte.
Erro estúpido. Ao
ouvir tais palavras Elaine sentiu raiva. Ódio de M pois foram as mesmas que
usou pra afasta-la de mim.
- Poxa Victor eu
pensei...
- Pensou errado. Mas
a culpa não é sua. Tentei amenizar a situação. Detestava fazer esse papel mas
era um mal necessário.
- Eu é que errei.
Errei em te usar. Me desculpe mas tenho que confessar, fiz tudo que fiz por
ciúmes. Senti ciúmes da M com o namorado dela e pelo que entendi ele percebeu e
por isso veio pra cima de mim. Não sei exatamente o que sinto por ela mas não
posso mentir pra mim mesmo e muito menos te usar como usei. Então estou
colocando as cartas na mesa com você. Eu não vou me envolver contigo.
Elaine ouvia tudo
calada. Como assim? Usada? Cachorro! Então a fama de pegador dele era verdade.
A cada palavra que me ouvia pronunciar sentia cada vez mais raiva de M. Aquela
sonsa, se fazia de boazinha mas bastou uma única oportunidade sozinha comigo
para aproveitar e me fisgar de jeito.
- Como você tem
coragem de me dizer tudo isso? Canalha! Estourou Elaine.
- Eu sinto muito mas
estou sendo sincero contigo.
- É ela né? A M, ela
deve ter dito coisas horríveis a meu respeito. Cretina, sonsa.
- Hei! Vamos com
calma tá! M não tem nada com isso. O erro foi unicamente meu. E pelo que pude
perceber hoje você também se aproveitou da situação e deve ter inventado pra
ela que estávamos namorando. Só espero que depois de hoje você fale a verdade
pra ela.
Elaine não respondeu
estava com tanta raiva de M por fazer com que Victor sentisse ciúmes dela que
só deu um bufão e saiu do carro batendo a porta sem dizer uma única palavra. Eu
só a acompanhei com os olhos até ela entrar no prédio. Depois disso dei partida
no carro, coloquei meu cinto e voltei pra casa.
- Espero sinceramente que você fale a verdade
pra M Elaine. Espero. Pensei em voz alta, enquanto ia pra casa.
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