Eu fiz meu caminho de costume para a casa da minha mãe.
Tinha preparado uma pequena bolsa somente com o básico para uma noite fora. No
meio do caminho percebo que estou sendo seguido, olho no retrovisor novamente e
reconheço o carro de Tuca, resolvo não ir para a casa da minha mãe. Fico
preocupado e decido dar uma volta, tento despista-lo. Tudo em vão. Ele continua
na minha cola. Olho um shopping então resolvo entrar e ele entra em seguida.
Busco uma vaga no estacionamento tentando pensar rápido. Começo a ficar
preocupado. O que esse cara quer comigo. Assim que estaciono meu carro ele para
com o seu atravessado na minha traseira. Salto do carro com cara de poucos
amigos.
- Algum problema cara.
Questiono em voz alta na esperança de que algum segurança
note nossa conversa. Não estou em condições físicas de sair no braço e meu bom
senso me alertava para não enfrenta-lo. Tudo em vão. Ele vem em minha direção e
me dá um soco no rosto. Sou pego desprevenido e vou ao chão.
- Fica longe da minha mulher seu caipira. Esbraveja.
Eu tento me levantar mas minhas costas doem e muito. Ele
continua a vir em minha direção e chuta minha barriga. Grito de dor. Ele cospe
em mim e me ameaça.
- Volte a se meter no meu caminho e isso será cócegas perto
do que farei com você!
Foi tudo tão rápido que não consigo reagir além disso minhas
costas voltam a travar, deve ter sido o impacto com o asfalto. Ele entra em seu
carro e sai cantando pneu. Logo algumas pessoas vêm em minha direção. Sou
acudido por seguranças e levado para uma sala da administração do shopping.
Peço que liguem para meu irmão, não sofri machucados graves porém minhas costas
doem muito não me permitindo muitos movimentos. Logo o Leo entra na sala
esbaforido e preocupado.
- O que houve? Disseram que você foi assaltado. Você tá bem?
Coitado não parava de perguntar, nem tempo de responder eu
tive. Vendo que estava novamente travado pede ajuda para me levar a um hospital
os seguranças que me acudiram me ajudam a sair dali. Entro no carro do meu
irmão e vamos ao hospital. Chegamos na emergência e sou prontamente atendido.
Leo conversa com o médico de plantão explica o que houve em BH e diz que estou
medicado. O médico me examina. Balança a cabeça negativamente e responde.
- Vamos interna-lo. Preciso que ele fique de observação.
Balanço a cabeça mas tudo em vão. Meu irmão cuida da parte
burocrática enquanto sou encaminhado para um quarto. Assim que tudo está
resolvido meu irmão entra no quarto. Já estou no soro com medicação, acho que
colocaram algum anestésico ou coisa parecida pois me sinto um pouco tonto. Peço
a ele somente que ligue para a mãe. Ela deve estar preocupada com minha demora.
Ele então informa que já tinha falado com ela, antes de subir para o meu
quarto. Ele respira fundo e pergunta.
- Afinal, que diabos você tava fazendo no shopping. Você não
tava indo pra casa da mãe?
Expliquei a ele o que aconteceu. Ele então ficou mais
preocupado ainda mas eu não podia mentir. O tom do Tuca foi muito preocupante.
- Vou a uma delegacia prestar queixa.
- Não Leo. É melhor não. Deixa quieto. Eu não tenho nada com
a namorada dele. Deixa isso como está. Eu só estou aqui por que ele me pegou
distraído e por causa da dor nas costas não pude reagir. Agora é ficar longe
dele. Dos dois. Sem escândalos.
O Leo consentiu muito a contra gosto mas não abriu mão
de conversar com Nosso Empresário. Iriam arrumar um segurança para mim. Como
moro no mesmo prédio da namorada do Tuca podemos nos esbarrar a qualquer hora.
Concordei pois já não agüentava mais aquela discussão. Queria dormir pra ver se
aquele pesadelo todo acabava de uma vez.
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