Almocei no quarto mesmo. Uma comidinha leve. Nada especial.
Já estava bem melhor e não sentia mais dores. O pessoal da produção cuidou de
tudo. Ninguém veio me solicitar nada a ordem era REPOUSO ABSOLUTO PARA O
VICTOR. Confesso que me senti um pouco excluído mas foi bom. Tive tempo de
tomar algumas providências para meu jantar com DJU. No meio da tarde. Faltando
pouco tempo para o show vieram me buscar. Sai do quarto do hotel direto para o
camarim. Cancelaram tudo, entrevistas, fotos, nada pôde ser feito. A resolução
era hotel, palco e de volta ao hotel. A justificativa: orientações médicas.
Fiz meu alongamento ao lado de um personal trainer,
tudo com muito cuidado para não agravar minha distenção. Todos prontos. Subo ao
palco e só quando me posiciono é que recebo meu violão. Nem isso consegui fazer
antes. Gosto de entrar no palco com as cortinas abertas e aí sim pegar meu fiel
companheiro de jornada. Olho para todos e vejo apreensão em seus olhares.
Nossa! Assustei todo mundo ontem. Pensei. Começo meus acordes e logo vem a
gritaria. Sorrio. Pronto. A magia começou.
O show. Ah! Maravilhoso. O povo mineiro é sempre
muito participativo e alegre. O show transcorreu perfeitamente bem. Não senti
nada. Era como se nada tivesse acontecido comigo. Até dar meu pulinho eu dei.
Todos ficaram com medo mas eu não. Tava feliz, tinha reencontrado minha Doce
DJU. E não sentia mais nenhuma dor. Terminamos o show e pedi. Quase que tive
que implorar para o meu empresário liberar o camarim para as visitas. Tava me
sentindo ótimo e pelo visto o meu empresário percebeu isso e não criou muito
caso não. Tinham muitas crianças e adoro receber suas visitas. Esse argumento
pesou na hora da liberação. Depois do bis foi aquela festa. Mas não fiquei fora
do crivo do meu empresário. Ele simplesmente me proibiu de pegar qualquer
criança no colo. Então como eram muitas arrumaram duas cadeiras. Assim eu
ficava sentado e não naquele levanta e agacha toda hora. Fizemos diversas
fotos. Recebi muitos desenhos. Guardo todos com o maior carinho. Terminada a
nossa doce rotina agradeci a todos da produção pelo carinho, atenção e cuidado
pra comigo e voltei para o hotel todo sorridente. Ah! Agora sim. Minha Doce
DJU.
No caminho para o hotel conversei com o meu empresário. Expliquei para ele que tinha convidado Juliana para jantar. Uma
forma de agradecer pela ajuda que me deu. Menti. Disse que ela só me atendeu
por que era eu, seu ex, e que acabou me encaixando num dos horários. Acho que
consegui convence-lo novamente pois ele não criou nenhum empecilho. Chegando no
hotel cuidei dos últimos detalhes da minha noite e fui tomar um bom banho.
Relaxante. Na hora combinada DJU veio a recepção de onde ligaram para o meu
quarto me informando da sua presença. Tudo combinado. Desci e fui ao seu
encontro no hall do hotel. Chegando lá. Surpresa!
Ela estava linda, se é que isso ainda era
possível. Me lembrei dos nossos velhos tempos. Porque? Porque não continuamos
juntos? Vestida com um vestido leve, azul escuro. Cabelos soltos. Adoro seus
cabelos. Sapatos baixos e um belo batom rosa combinando com sua pele alva.
Ela me vê chegar e abre aquele sorriso encantador. Nos
cumprimentamos com três beijinhos no rosto. Só que no último chego bem perto de
seus lábios, no cantinho. Ela então me olha firme nos olhos.
- Vamos?
- Vamos sim. Vou pedir um táxi.
- Não precisa. Tô de carro. E nem adianta pedir as chaves.
Você está de repouso e não pode fazer esforço. Me repreende.
- Nossa! Arrumei uma babá mais brava que o meu empresário. Brinquei. Tá certo! A senhora é quem manda. Dona DJU! Ri. Abracei
sua cintura e saí desfilando ao seu lado pelo hotel. Seu carro estava na frente
do hotel, do outro lado da rua e todos repararam na minha bela acompanhante.
Fiquei todo orgulhoso.
Entramos no carro e disse:
- Posso pelo menos escolher o restaurante?
- Lógico! Foi você que me convidou.
Abro meu melhor sorriso. A companhia da minha adorada DJU me
fazia muito bem. Disse o nome do restaurante e ela confirmou que já o conhecia.
Já tinha ido uma vez lá. Me segurei pra não perguntar com quem ela tinha ido
mas minha curiosidade tava gritando dentro de mim.
- Posso ligar o rádio? Pergunto.
Ela só sorri.
- Pode. E pode escolher a estação também. Disse rindo.
Liguei o rádio e comecei a girar o dial de repente
paro numa música. Nossa música. Anjo, do Roupa Nova. Olho para ela que me sorri.
E juntos começamos a cantar. Como nos velhos tempos.
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