terça-feira, 1 de novembro de 2011


- O que foi?
- Como vou saber que o peixe pegou a isca?
- A linha vai correr pelo molinete e fazer aquele barulhinho, aí você segura a vara e me chama.
- Que coisa mais chata! Não gostei. Reclamou.
Eu só ria. Era a pior e a melhor companhia que já tive pra pescar. Passara-se um bom tempo então o meu molinete correu, peguei o equipamento e gritei.
- M! Vem pra cá. Peguei um. Corre.
M veio rapidamente em minha direção.
- Pegou?
- Peguei e parece ser dos grandes. Não disse. Eu senti que hoje seria um bom dia de pesca.
Comecei todo aquele ritual, libera a linha, puxa a linha, a briga era das boas. Fiquei ali uns bons minutos, travando uma guerra com a minha pesca. Quando o peixe se entregou comecei a puxar a linha. Aos poucos ele foi vindo, foi vindo e quando finalmente tirei o peixe da água vimos que era uma tilápia bem pequenininha. M não se agüentou e caiu na gargalhada.
- Tanta briga pra pegar isso? Ria sem parar. Bichinho brabo esse. Me zoava com gosto.
Fiquei um pouco irritado mas logo comecei a rir também. As brincadeiras de M com a minha pesca acabaram por me contagiar.
Desfiz tudo e voltamos para onde estava o equipamento de M. Sentei ao seu lado e começamos a conversar enquanto guardava meu pequeno mas significativo troféu, levantei para guardar o meu equipamento e quando estava colocando as coisas na charrete ouço os gritos de M.
Sai correndo em sua direção. Quando chego vejo M em pé segurando a vara de pescar que estava envergada devido à força que o peixe tava fazendo. Vou para trás dela e a ajudo com a sua pesca. Ficamos eufóricos com a força do animal. Travamos uma belíssima luta. Era um bicho muito mais forte que o que eu tinha pescado. Riamos alto pois M começou a zoar novamente.
- Esse deve ser o irmão caçula do seu Victor. A brabeza deve ser mal de família, brincava.
Depois de uns 20 minutos naquela briga M cansou. Liberei ela e continuei a briga com o animal. Ela tava suada e cansada tadinha. Levou mais ou menos o mesmo tempo para que finalmente o animal se rendesse então comecei a puxar a linha. Aos poucos o bicho começou a aparecer na superfície. Não é que a danada tinha sorte. Ela pegou um belo dourado de cerca de 6 kg. Quando olhei fechei os olhos pensando. Que sorte! Agora que vou sofrer com essa pescaria. Quando retirei o peixe da água e M reparou no tamanho do animal ficou animada. Ria que nem criança. Pulava e batia palmas.
- Nossa! É um dourado! Não é? Perguntava para mim com os olhos brilhando.
- É sim M. Um belo de um dourado. E tenho que admitir, dos grandes viu.
Retirei o peixe da água e com cuidado retirei o anzol. Era um suntuoso dourado. Como a muito não via por aquelas bandas. Pedi para que M pegasse minha maleta iria aproveitar e limpar logo o animal. Ela veio com a maleta e se sentou ao meu lado. Quando retirei a faca para limpar o peixe M me repreendeu.
- Peraí. Temos que fazer uma foto! E saiu correndo pra charrete pegar a máquina fotográfica.
Eu pensei. Nossa como vou ouvir sobre esse dia. Paciência Victor, paciência.
- Pronto. Segura ele aí. Disse M já com a máquina pronta para disparar.
- Mas foi você que pescou. Segura você que eu bato a foto.
- Ah! Mas ninguém precisa saber desse detalhe. Segura ele aí e dá aquele sorrisão vai.


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