- O que foi?
- Como vou saber que
o peixe pegou a isca?
- A linha vai correr
pelo molinete e fazer aquele barulhinho, aí você segura a vara e me chama.
- Que coisa mais
chata! Não gostei. Reclamou.
Eu só ria. Era a
pior e a melhor companhia que já tive pra pescar. Passara-se um bom tempo então
o meu molinete correu, peguei o equipamento e gritei.
- M! Vem pra cá.
Peguei um. Corre.
M veio rapidamente
em minha direção.
- Pegou?
- Peguei e parece
ser dos grandes. Não disse. Eu senti que hoje seria um bom dia de pesca.
Comecei todo aquele
ritual, libera a linha, puxa a linha, a briga era das boas. Fiquei ali uns bons
minutos, travando uma guerra com a minha pesca. Quando o peixe se entregou
comecei a puxar a linha. Aos poucos ele foi vindo, foi vindo e quando
finalmente tirei o peixe da água vimos que era uma tilápia bem pequenininha. M
não se agüentou e caiu na gargalhada.
- Tanta briga pra
pegar isso? Ria sem parar. Bichinho brabo esse. Me zoava com gosto.
Fiquei um pouco
irritado mas logo comecei a rir também. As brincadeiras de M com a minha pesca
acabaram por me contagiar.
Desfiz tudo e
voltamos para onde estava o equipamento de M. Sentei ao seu lado e começamos a
conversar enquanto guardava meu pequeno mas significativo troféu, levantei para
guardar o meu equipamento e quando estava colocando as coisas na charrete ouço
os gritos de M.
Sai correndo em sua
direção. Quando chego vejo M em pé segurando a vara de pescar que estava envergada
devido à força que o peixe tava fazendo. Vou para trás dela e a ajudo com a sua
pesca. Ficamos eufóricos com a força do animal. Travamos uma belíssima luta.
Era um bicho muito mais forte que o que eu tinha pescado. Riamos alto pois M
começou a zoar novamente.
- Esse deve ser o
irmão caçula do seu Victor. A brabeza deve ser mal de família, brincava.
Depois de uns 20
minutos naquela briga M cansou. Liberei ela e continuei a briga com o animal.
Ela tava suada e cansada tadinha. Levou mais ou menos o mesmo tempo para que
finalmente o animal se rendesse então comecei a puxar a linha. Aos poucos o
bicho começou a aparecer na superfície. Não é que a danada tinha sorte. Ela
pegou um belo dourado de cerca de 6 kg. Quando olhei fechei os olhos pensando.
Que sorte! Agora que vou sofrer com essa pescaria. Quando retirei o peixe da
água e M reparou no tamanho do animal ficou animada. Ria que nem criança.
Pulava e batia palmas.
- Nossa! É um
dourado! Não é? Perguntava para mim com os olhos brilhando.
- É sim M. Um belo
de um dourado. E tenho que admitir, dos grandes viu.
Retirei o peixe da
água e com cuidado retirei o anzol. Era um suntuoso dourado. Como a muito não
via por aquelas bandas. Pedi para que M pegasse minha maleta iria aproveitar e
limpar logo o animal. Ela veio com a maleta e se sentou ao meu lado. Quando
retirei a faca para limpar o peixe M me repreendeu.
- Peraí. Temos que
fazer uma foto! E saiu correndo pra charrete pegar a máquina fotográfica.
Eu pensei. Nossa
como vou ouvir sobre esse dia. Paciência Victor, paciência.
- Pronto. Segura ele
aí. Disse M já com a máquina pronta para disparar.
- Mas foi você que
pescou. Segura você que eu bato a foto.
- Ah! Mas ninguém
precisa saber desse detalhe. Segura ele aí e dá aquele sorrisão vai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário