M terminou de
preparar o prato e fomos para a sala. Logo chegou Ferreira e sentamos os quatro
a mesa.
- Hum! Não é que é
gostoso mesmo. Parabéns. Tá uma delicia. Elogiei assim que provei. Confesso que
pensei em brincar com M igual ela fez comigo com o peixe, mas com D. Mirtes e o
Ferreira a mesa não tive coragem. O almoço foi bem animado e como sobremesa
pedi um pedaço do bolo de coco da M. Ficamos mais um tempinho ali, conversando
fiado. Depois de algum tempo levantei da mesa e chamei M.
- Vamos ver os
filhotes então?
- Vamos sim. É só o
tempo de colocar minha bota. Deve tá um lamaçal lá fora.
- Tá mesmo filha e
coloca um casaco também que tá um arzinho frio. Recomendou Ferreira.
Era gostoso ver o
carinho que tinham para com M. Ela também não ficava atrás, se rasgando em
elogios e carinhos para com os dois. Uma família de verdade, diriam. Logo M
volta pronta para o passeio. Pego em sua mão e vamos para uma das construções
onde ficam os animais que tiveram filhotes. Assim de mãos dadas, felizes e
alegres.
Quando chegamos na
casa M logo se encanta, tinha uma porca e seus doze filhotes, ela tava deitada
e os bichinhos faziam uma algazarra para tentar mamar. Rimos muito, M sempre
muito espirituosa brincava sem parar fazendo piada de tudo que via. Andando um
pouco tinha uma caixa com 4 patinhos, M ficou apaixonada e começou a fazer
fotos. Mas pra não perder a viagem começou a cantarolar: “Lá vem o pato, patati
patacolá ...”. Não tinha quem não risse ao seu lado. Mais adiante tínhamos duas
vacas e seus bezerros. Os bichinhos davam cada cabeçada na mãe, para se
alimentar que dava pena das vacas.
Ficamos algum tempo
ali admirando a beleza e a força da natureza se expressando através da
procriação. A tarde estava apenas começando e pelo menos a chuva tinha dado uma
trégua. Quando terminamos nossa visita ao “berçário”. Tive uma idéia.
- E aí, que tal
aprender a dirigir?
M começou a rir.
- Seu carro tem
seguro? Tipo, seguro total?
- Vou te ensinar a
dirigir uma máquina. Provoco.
- Ihhh! Isso não vai
prestar, mas tudo bem. Eu topo.
Vamos andando em
direção a garagem da casa principal, no meio do caminho puxo a mão de M para
uma outra direção.
- Vem.
Ela sem entender
para.
- Victor, seu carro
tá pra lá. Aponta pra garagem.
- Vem comigo. Confia
em mim. Digo já com um plano na cabeça.
M continua sem
entender mas vai comigo mesmo assim.
Chegamos até o local
que ficam as máquinas da fazenda. Chego perto de um dos tratores e brinco.
- Tcharammmmmmmmm!
Estico meus braços mostrando o trator. Não disse que iria te ensinar a dirigir
uma máquina? Então, é essa aqui.
M então se acaba na
gargalhada. Chega a chorar de tanto rir. Pego-a pela mão e volto para a garagem
onde tá meu carro.
- Melhor não. Do
jeito que você é desastrada o estrago vai ser grande depois terei que mandar
consertar cercas, correr atrás dos bois, melhor não. Disse levando-a embora
dali. Rimos muito com minha brincadeira.
Chegamos na garagem
e peço que espere ali, pois iria pegar as chaves do carro.
Vou para a casa
principal, pego as chaves e os documentos do carro. Volto e encontro M
encostada no carro me esperando. Abro a porta do carona para que ela entre.
- Ué! Eu não vou
aprender a dirigir?
- Vai sim, mas não
aqui. Temos que ir para um lugar onde não possa fazer estragos. Brinco.
Ela entra e dou a
volta entrando também. Ligo o carro e saio da fazenda. Pego uma estrada
paralela, e depois outra e mais outra, percebo que M começa a ficar preocupada.
- Fica calma, estou
te levando para um campinho de terra onde poderemos ficar mais tranqüilos, não
tem árvores nem muros pra você bater. Pego uma estrada de terra batida. O bom
que o carro tem tração nas 4 rodas pois com a chuva ficou um pouco escorregadio
para dirigir. Chegamos ao campo, estava deserto provavelmente devido a chuva as
crianças não foram jogar o futebol de sempre. Paro o carro no meio do campo.
- Agora é com você.
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