domingo, 6 de novembro de 2011


- Não me olha assim.
- Assim como? Pergunto.
- Desse jeito que você tá me olhando. Como se eu tivesse feito algo errado. Eu só cochilei.
Eu ri e afaguei novamente seus cabelos.
- Boba, eu também dormi. Acabei de acordar. Acho melhor nós irmos pro quarto. Senão amanhã vamos estar tortos.
M ainda fez um pouco de dengo. Fiquei encantado em vê-la dormindo imagina como não me senti ao vê-la despertando toda envergonhada.
Levantei e estiquei minha mão para ajuda-la a levantar.
- Vem. Vamos dormir.
M ficou ainda fazendo um dengo. Peguei sua mão e a puxei pra cima.
- Bora. Preguiçosa.
M se levanta ainda com preguiça. Encosta a cabeça no meu peito resmungando. Desligo o som e vou apagando as luzes da sala. Abraço M e começo ir em direção ao corredor. M continuou a fazer jogo duro.
- Não vai querer que te leve no colo, vai? Perguntei brincando.
M sorri pra mim, um sorriso de criança. Então balança a cabeça positivamente.
- Tô com sono. Fala manhosa.
Então eu rio e abaixo o braço para pegar suas pernas.
- Não! Tô brincando. Diz rapidamente.
- Agora é tarde.
Peguei ela no colo. Então ela encosta seu rosto em meu pescoço, voltando a ser dengosa. Vou andando com ela.
- Ah! Menininha. Dorme na sala e depois ainda precisa de colo pra ir pra cama né. Brinco e ela só ri. Um riso bobo, divertido.
Chego no seu quarto e a porta está apenas encostada. Abro com o pé. Entramos. Coloco ela deitada na cama. Tiro seus tênis e a cubro dando um leve beijo em sua testa.
- Boa Noite! Desejo.
- Vai contar estorinha não? Brinca.
- Engraçadinha você. Só se for estória de terror, serve?
M balança a cabeça negativamente. Rindo.
- Boa Noite! E obrigada pelo jantar, tava delicioso.
Saio do seu quarto e encosto a porta. Vou para o meu. Troco de roupa e deito adormecendo em seguida.
A manhã seguinte acordo preguiçoso, o dia permanece chuvoso não dá pra passear assim. Levanto vou ao banheiro e tomo uma ducha pra ajudar a despertar, me arrumo e vou para a sala tomar meu café. Ainda no corredor passo pelo quarto da M, a porta continua encostada do jeito que deixei. Abro devagar e ela ainda está dormindo. Um sono tranqüilo, gostoso de se ver. Volto a fechar a porta e vou para a cozinha onde encontro D. Mirtes passando um café fresquinho.
- Bom Dia!
- Bom dia patrão! Tudo tranqüilo?
- Sim.
- E o jantar? M ajudou o senhor né! Vi logo cedo a cozinha toda arrumada.
- Não D. Mirtes, M é minha convidada imagina se eu iria deixar ela tomar conta da cozinha, ela só me fez companhia mas eu que arrumei tudo.
- E ela?
- Dormindo ainda.
- É com esse tempinho, o bom é ficar na cama mesmo.
- É verdade, mas tenho que pensar no que vou fazer com ela hoje, não dá pra andar a cavalo, não dá pra pescar, ainda não sei.
Nisso M entra na cozinha, preguiçosa.
- Bom dia!
- Bom dia dorminhoca. Brinquei.
M se senta a mesa comigo e começa a se servir de café.
- Chuvinha chata essa né!
- Poxa, as plantinhas tem que beber água também, né! Brinquei.
M simplesmente riu.
- E o que vamos fazer hoje?
- Ainda não sei. Tô pensando.
- Então eu tenho uma proposta.
Olhei desconfiado, lá vinha coisa.
- O quê?
- Ficamos em casa hoje, pelo menos agora pela manhã. Eu preparo o almoço, o meu macarrão a putanesca. Demora um pouco pra fazer. Você coloca alguma coisa pra gente ouvir, mas tem que ser algo alegre, divertido, senão acabamos dormindo que nem ontem. E de tarde você me mostra os animais que nasceram. Lembra que aquele moço disse que nasceram um bezerro, dez porquinhos, não sei quantos patos, eu acho...
- Combinado, então. Mesmo se a chuva continuar, dá pra ir ver esses animais, afinal o local é fechado. Vou ver a música então. Não sei mas vou ver se tenho alguma tarantela pra tocar. Disse já me levantando da mesa.

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