sábado, 19 de novembro de 2011


Chegamos na recepção do hotel, pegamos nossas chaves e nos encaminhamos para o elevador. Fernanda está silenciosa e isso me perturba. Curioso para saber o que tá escrito no bilhete, mas também me calo. Nos despedimos no elevador. Um beijo suave mas consigo arrancar dela a promessa de nos reencontramos para jantar. Vou para o meu quarto, tomo uma boa ducha, troco de roupa e me deito, cochilando em seguida. Passeio de barco é ótimo mas também cansa. Acordo tarde, já é noite, olho o relógio e vejo que estou bem no horário combinado de jantar com Fernanda. Ainda bem que não perdi a hora, detesto me atrasar. Troco de roupa rapidamente e desço pra encontra-la no restaurante.
Chego lá mas ela ainda não desceu, respiro aliviado então. Procuro uma mesa discreta, quero ficar a vontade com minha acompanhante, espero não ver os tais acionistas, periga eles virem até ela pedir informações sobre trabalho. Logo que me acomodo vejo Fernanda na entrada do restaurante, me procurando. Um maitre vem ao seu encontro, mas logo ela me localiza e dá um belo sorriso. Ela tá linda, vestindo estampado tomara que caia, realçando o bronzeado do dia.
Fernanda dispensa o maitre e vem em minha direção. Seu andar firme e elegante me deixam em transe. Como é bela a Fernanda. Nos cumprimentamos, puxo a cadeira para que se sente. Assim que me acomodo vem a triste notícia.
- Meu querido, infelizmente não vou poder ficar pra jantar contigo. Vim na verdade me despedir.
- Como assim se despedir, ainda temos o domingo todo pra aproveitar. Respondi incrédulo.
- Victor...
Fernanda respira fundo.
- Lembra dos dois bilhetes que recebi? Um ontem a noite quando voltamos do nosso passeio na praia e o outro hoje ainda no cais?
Concordei com a cabeça.
- Então. Estão me chamando de volta a Londres, urgente. Problemas nas bolsas européias. Não poderei ficar nem mais um dia por aqui. Estou embarcando ainda hoje a noite de volta pra Europa. Tentei ficar mas infelizmente não posso mais adiar meu retorno. Eu sinto muito, queria muito ficar mais aqui, nesse lugar, com você. Mas não posso.
Em seguida Fernanda se levanta, eu me levanto também. Nos despedimos com um beijo suave, no canto dos lábios.
- Espero sua visita em Londres, não esqueça de me procurar quando for pra Europa tá. Recomenda.
- Eu vou. Pode esperar. E ainda vou fazer um show só pra você. Prometi.
Ela sorriu. Se virou e se foi. Como um sonho que se acaba. Voltei a sentar, veio o garçom, mas não tinha fome. Agradeci. Levantei e voltei para o meu quarto, triste.
Chegando ao meu quarto, deito na cama e ligo a TV, precisava me distrair um pouco e tentar esquecer minha frustração. Acabo adormecendo com a TV ligada e acordando somente no dia seguinte. Levanto, tomo um banho, troco de roupa e desço pra tomar meu café. Depois do café dou uma volta, vou até o cais. Mas o iate de Fernanda não está mais lá. É a confirmação que o meu sonho acabou realmente. Dou um suspiro profundo. Olho ao redor.
- Hora de voltar pra casa Victor. Digo para mim mesmo em voz alta.
Volto ao meu quarto, arrumo minhas coisas então ligo pra recepção, solicito que fechem minha conta. Com tudo pronto, desço pro hall do hotel. Lá encontro o Sr. Ricardo, o gerente.
- Sr. Victor. Gostaria de mais uma vez agradecer sua participação no nosso Lual. Não se preocupe com a sua conta. Já está tudo acertado. Espero que tenha gostado do nosso hotel e que volte.
- Eu é que agradeço. Foi tudo perfeito. E voltarei sim, um dia, se não for a trabalho com certeza será a passeio. Muito obrigado!
Aproveito e ainda no hotel alugo um carro pra poder ir pro Rio de Janeiro, para lá no aeroporto do Rio devolve-lo. Assim aproveitaria um pouco mais da paisagem desse belo Estado.

 
 

Chego ao Rio logo depois do almoço, que aproveitei e almocei na estrada mesmo. No aeroporto entrego o carro alugado e consigo um vôo de volta pra Minas pra dali a uma hora. No meio da tarde, casa. Ainda bem.

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