segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Em casa Elaine recebe Tuca e Pendrive, codinome do hacker, eles entram na sala então Elaine explica o que será o serviço do hacker.
- Presta atenção. Eu quero que você invada o orkut. Sei que não é uma coisa difícil afinal sempre aparecem caras como você por lá.
- Sei. Falou um jovem com cara de CDF, óculos de grau com lentes grossas e roupas de aparência desleixada.
- Você terá que invadir o perfil dessa garota aqui. E entrega o nome completo de M. Não faço a menor idéia de como está o nome dela no perfil mas se você buscar por qualquer comunidade de fãs dos cantores Victor & Leo você deve acha-la. Disse entregando junto uma foto de M.
- Victor & Leo? Não são aqueles viados que cantam musica caipira?
Elaine só faz uma cara de poucos amigos para o rapaz, que se cala. Elaine continua.
- Assim que você conseguir invadir o perfil dela você terá que copiar páginas em que mostram comentários dela, pode ser recados, tópicos, não importa. O importante é que apareçam o nome dela. Não me interessa o que ela diz, o importante é que mostre que foi ela que disse.
- Você quer que eu altere o que ela disse?
Elaine então sorri. Ele entendeu perfeitamente.
- Mas ... isso tem um preço. Diz o rapaz.
- Não se preocupe esse detalhe é com Tuca. Disse já olhando para o mesmo.
Elaine deu mais algumas instruções ao hacker e despachou-os.
-Pronto. Agora eu quero é ver se ela fica com Victor mesmo.
A semana passa, Elaine e M trabalham normalmente. Elaine tenta manter seus hábitos os mais normais possíveis. Teve somente um único contato com Tuca durante a semana, parece que o Pendrive descobriu um blog que é atualizado por M. Excelente. O seu plano seria melhor do que tinha planejado. Eu e M nos encontramos no elevador algumas vezes, conversamos pouco, amenidades como o tempo, as correrias, as farras da nossa viagem. Nada demais. Na quinta viajei novamente. Rotina de shows. No domingo seguinte, Tuca procura Elaine em seu apartamento.
- Você aqui? Não combinamos nada.
Ele lhe entrega um envelope pardo. Ela abre, confere o conteúdo e sorri. Perfeito!
- Agora já deu. Pega o envelope de volta, para surpresa de Elaine. Isso aqui tem um preço e bem caro, mocinha!
Elaine lhe olha com raiva. Manda ele entrar e enquanto ele espera na sala ela vai para o quarto e volta com um outro envelope, bem mais cheio. Entrega a Tuca que confere o conteúdo.
- Você não fez cópia disso não né?
- Não. Tá tudo aí. Mentiu.
- Agora sim. Esqueça que eu existo. Para o seu próprio bem. Disse já se levantando e deixando o envelope pardo sobre a mesa de centro e saindo em seguida. Assim que fecha a porta Elaine fala pra si própria.
- Vai acreditando que você se livrou de mim Tuca. Vai acreditando.
Ainda naquela noite Elaine termina de arquitetar seu plano mirabolante. Prepara tudo e fecha o envelope. Como era domingo a noite iria aos correios no dia seguinte antes do trabalho. O seu sorriso e seu ar de confiança a estimulavam a seguir em frente. Amanhece e a rotina se segue, para todos. M se prepara para o trabalho, eu para voltar para casa e Elaine ... bom Elaine, nem dorme direito de tanta ansiedade. Ela antes de abrir a agência dos correios já estava na porta, envelope pardo nas mãos, sorriso de felicidade no rosto e a impaciência de sempre. Assim que sai da agência dos correios, mãos vazias, vai para o trabalho cantarolando feliz.
O dia transcorre bem tranqüilo. M nem desconfia da turbulência que a aguarda. Chego em casa logo depois da hora do almoço. Como gosto de comida caseira, almoço tarde, mas na minha casa. No dia seguinte, igual ao anterior porém uma diferente novidade. A tarde, em casa me preparando para ir a produtora recebo os correios. D. Graça separa tudo para mim, contas, propagandas, revistas, catálogos e etc. Junto vem um envelope grande e pardo. Ela estranha pois não tem remetente e o endereço foi impresso direto no envelope. Deixa em separado, por último, pois não sabe o que se trata. Assim que saio do quarto, vejo D. Graça na sala separando tudo.
- Correios?
Ela confirma com a cabeça.
- Alguma conta pra pagar?
Ela me entrega as contas que já estavam separadas.
- Obrigado, tô indo pra produtora, a senhora tá precisando de alguma coisa pra casa?
- Não seu Victor, tá tudo certinho.
- Tá certo então. Se lembrar ou precisar de alguma coisa tô no celular. Tenho uma reunião, mas nada importante, não devo demorar por lá não.
Já com a porta aberta, pronto pra sair...
- Seu Victor!
- Diga D. Graça.
- Chegou esse envelope aqui. Não sei do que se trata, não tem remetente.
Ela me entrega o envelope. Viro e confirmo o que ela disse. O mais estranho é que o endereço tá impresso direto no envelope. Como se alguém tivesse colocado ele diretamente numa impressora.
- Estranho. Vou levar comigo. Se for conta já deixo com a secretária pra pagar pra mim.
- Uma boa tarde pra senhora e até amanhã. Me despeço.
- Até amanhã.
Sigo até a produtora, no caminho vejo o tal envelope em cima do banco do carona. Minha curiosidade começa a atiçar.

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