Eu começo a rir. M é uma mulher encantadora, simples,
humilde, divertida e tão curiosa quanto eu.
- Preciso primeiro saber se você vai aceitar. Começo a
enrolar.
- Aceitar o que Victor? Fala o que você tá planejando? Não
me deixa curiosa, vai. Você sabe que sou curiosa.
- Será que você está disposta?
- Dá pra parar de me enrolar? Diz já rindo.
- Você aceita ser minha namorada M? Olho-a com ternura.
- Como é que é? Pergunta com um largo sorriso. Victor
Chaves, o cantor sertanejo, compositor mais bem colocado no ECAD, o poeta, me
pedindo em namoro? É isso mesmo que estou ouvindo? Começa a brincar.
- Não. O Vitor, sem o c no nome, o homem, seu vizinho, o
cara que te ensinou a montar a cavalo, a pescar, que até te deu umas aulas de
direção e acho que posso dizer também, seu amigo. O homem que se apaixonou
primeiro por um bolo de coco gelado, depois pela linda mulher que você é e
agora pela incrível pessoa que estou amando conhecer. Aceita?
M é só sorrisos ela se aconchega ainda mais em meus braços,
seu olhar doce me embriaga. Ela aproxima seu rosto do meu e me beija. Seu beijo
mais doce, correspondido.
- Isso é um sim ou um não. Tô na dúvida ainda. Brinco.
Ela me olha e volta a me beijar, com paixão. Não preciso de
palavras pra compreender. Estou amando e sendo amado plenamente. Ficamos um bom
tempo ali. Namorando.
Passada algumas horas...
- Vamos sair pra jantar? Convido-a.
- Tenho uma idéia melhor. Quer jantar lá em casa, meu
namorado? Fala dando ênfase nas duas últimas palavras.
- Do que você me chamou? Repete! Disse rindo.
- Eu convidei você pra jantar lá em casa. Eu adoro cozinhar,
esqueceu?
- Não. Eu perguntei do que você me chamou. Repete vai. Digo
fazendo charme.
- Num sei. Não lembro. Despista.
- Ah! Repete. Chego mais perto lhe beijando o canto da boca.
Fazendo-a rir.
- Meu Na-mo-ra-do. Tá bom assim?
- Só temos um problema. Respondi sério.
- Ihhh! O que foi agora? Riu.
- D. Matilde.
M se vira pra mim e me olha bem séria.
- Nós não tamos namorando? O que tem demais levar O MEU
namorado pra jantar na MINHA casa?
- M você sabe como ela é.
Sinto que a entristeci.
- Pensei que quando você me pediu em namoro agora a pouco
era pra valer. Um namoro de verdade, sem esconder nada de ninguém.
Fico ali olhando-a, encarando-a. Ela tinha razão se estamos
namorando não tem por que ficarmos nos escondendo. Não estamos fazendo nada de
errado. Eu sou livre, ela também.
- Você está certa. Me desculpa. Além do que se D. Matilde
falar alguma coisa não será nenhuma mentira, não é mesmo?
M então volta a sorrir. Como eu amo seu sorriso. Dou-lhe
mais um beijo apaixonado.
- Vamos então?
- Vamos. Vou fazer alguma coisa bem gostosa e rapidinha pra
gente. Pode deixar.
- Tem bolo de coco? Pergunto olhando de rabo de olho.
- Tem sim. Fiz hoje de manhã. Deve tá bem geladinho agora.
Respondeu rindo.
- Opa! Então vamos correndo. Respondi já dando ignição no
carro.
M solta uma gargalhada.
Chegamos no prédio, abro o portão da garagem,
entro e estaciono o carro. Saltamos e vamos em direção ao elevador. Abraçados e
brincando. Felizes. Subimos assim, juntinhos como namorados mesmo. Chegamos ao
3o andar. Saltamos. M abre a porta e me convida pra entrar. Entro e
puxo-a pra mim abraçando-a forte e lhe dando um beijo apaixonado. Aperto-a
contra meu corpo desejando-a. M corresponde aos meus carinhos e assim entre
beijos e amassos me conduz ao seu quarto. A decoração é bem a sua cara. Romântica.
Paramos no meio do quarto. Ela tira seus sapatos e começa então a desabotoar minha camisa
beijando meu peito. Eu também. Retiro sua blusa de dentro da saia. Beijando seu
pescoço. Sinto suas mãos percorrerem meu peito fazendo minha alma sair de mim.
Assim que nos livramos de nossas camisas, que ficam juntas no chão pego M no
colo e a levo até a sua cama. Linda. Seu olhar doce me paralisava os
pensamentos. Como amo essa mulher. Deito-a suavemente. Retiro meus sapatos e
meias e vou ao seu encontro e deito ao seu lado. Ficamos assim por alguns
instantes, esquecia de tudo até mesmo de mim em seu olhar doce e profundo.
Voltei a puxa-la ao meu encontro, nos beijávamos apaixonadamente enquanto que
nossas mãos deslizavam por nossos corpos como que reconhecendo aquilo que
sempre fora nosso, nessa e por que não em outras vidas. Aos poucos, sem nenhuma pressa vamos nos
livrando de nossas roupas que ficam misturadas no chão do quarto. Acaricio seus
cabelos macios beijando-a suavemente nos lábios. M se entrega aos meus
carinhos, sem medos ou restrições. Nos amamos intensamente, como era bom sentir
meu corpo se completando com o seu, fazendo de nós um só ser. Verdadeiras almas
gêmeas em seu derradeiro reencontro. Assim que saciamos nossa carne e que
nossos espíritos festejam nossa união. Olho em seus olhos e ouço um bálsamo em
forma de palavras.
- Eu te amo Vitor.
- Eu também te amo, meu amor. Muito.
Ficamos ali, entre caricias, afagos e muito, mas muito amor
por algum tempo.
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