segunda-feira, 7 de novembro de 2011


Vou até a sala e sento nas almofadas em frente ao som. Pego os cds e fico buscando algo divertido. Mas tá difícil, afinal costumamos ter cds de músicas calmas pois em casa gostamos de relaxar. Fico ali um bom tempo. quando finalmente encontro algo que pode alegrar esse dia preguiçoso. Quem comprou esse cd? Me pergunto. Enfim, dou uma conferida no repertório e decido por ele mesmo é alegre e dá pra dançar, se for o caso. Falamansa. Não é uma tarantela mas é um forrózinho dos bons.










Coloco o cd e aumento o som. Começa então aquele ritmo gostoso e vou para a cozinha. M está rindo e conversando com D. Mirtes. Entro na cozinha e pergunto.
- Tá bom esse?
- Tá ótimo. Forrózinho bão. Brinca M.
Tiro M pra dançar e ficamos brincando de dançar forró no meio da cozinha. Sob os olhares alegres de D. Mirtes. Assim que a primeira música termina M foge dos meus braços.
- Deixa eu começar os preparativos do macarrão senão esse almoço não sai hoje.
Fico triste, tava me divertindo, não sou muito de dançar mas a música é contagiante e M uma ótima partner. Sento a mesa e ficamos ali conversando enquanto M prepara seu macarrão sei lá o quê. Ela separa os tomates e coloca na água quente para poder fazer um molho. Vai separando os ingredientes, e aos poucos vai montando a macarronada. Ficamos ali naquele clima gostoso, familiar, curtindo a música e nem nos damos conta da hora que passa voando. Depois que tá tudo na panela parece que o cheiro toma conta da cozinha.
- Hum! O cheirinho é bom!
- E o gosto é melhor ainda. Rebate M. Junto ao fogão.
D. Mirtes fica ali, mas M dispensa sua ajuda. É impressionante a desenvoltura de M na cozinha. Pelo visto aprendeu tudo com sua mãe de criação.
- M onde você aprendeu a fazer esse macarrão... como é mesmo o nome?
- Putanesca. Respondeu rindo.
- Pu-ta-nes-ca! Quase que soletrei a palavra. Brincando.
- Isso. Eu fui fazer um curso de férias em São Paulo, e no albergue que fiquei tinha uns italianos que me ensinaram a fazer.
Italianos. Não gostei, confesso que fiquei enciumado. Em pensar que M ficou em uma casa com italianos... logo italianos que tem fama de conquistadores. Não quero nem pensar.
- Me esclarece uma coisa, então.
- Diga.
- Porque esse nome no macarrão? Provoco.
M ri e sinto que D. Mirtes fica sem graça. Então M começa a explicar.
- Existem duas versões para esse nome. Uma é que uma mulher que traia o marido todas as tardes e chegava atrasada para preparar o jantar dele criou esse prato fácil e rápido para quando ele chegasse do trabalho não desconfiasse de nada.
- Safada! Argumentei.
M soltou uma sonora gargalhada.
- Esperta isso sim. Brincou.
D. Mirtes não sabia onde enfiar a cara tamanha era a sua vergonha.
- A outra é pior. Riu.
- Pior? Não acredito que tenha algo pior que isso. Não gosto nem de imaginar. Provoco.
- Dizem que esse molho foi criado em Nápoles e que o nome é devido às prostitutas da cidade que criaram esse prato pois por ser rápido de fazer dava tempo de prepara-lo entre um cliente e outro.
M terminou a explicação se acabando de rir. D. Mirtes disfarçou e pegou a louça e foi para a sala colocar a mesa. Muda. Assim que ela nos deixa a sós, falo.
- D. Mirtes ficou sem graça.
- Ela sempre fica quando alguém pergunta sobre o nome do macarrão. Mas é gostoso, você vai ver.

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