- Viajaram juntos é?
Era D. Matilde, no
corredor, cheia de sacolas, olhando para nós com um olhar perigoso. M toma um
susto então eu tento disfarçar.
- Oi D. Matilde. Foi
não. Nos encontramos na estrada né M?
M por pouco não nos
entrega. Sai do transe em que ficou quando viu D. Matilde nos vendo chegar
juntos.
- Hein!
- D. Matilde tá
achando que viajamos juntos, tô dizendo a ela que não, que nos encontramos na
estrada.
Digo olhando-a
fixamente. Então ela me entende.
- É. É verdade. Fui
pro litoral de Vitória com uns amigos. Encontrei o Victor na estrada, na parada
para almoçar, aí aproveitei a carona, estávamos vindo pro mesmo lugar. Tenta se
consertar M.
- Foi pro litoral?
Nem parece, você tá tão branquinha M. Não acha Victor?
Antes de tentar nos
livrar dos questionamentos da D. Matilde M encerra o assunto.
- Protetor solar D.
Matilde. Protetor solar. Eu hein! A senhora tá desconfiando de alguma coisa?
Sou moça direita viu! Disse fazendo cara de poucos amigos para D. Matilde.
- Tá certo. Calma!
Foi só uma observação. Desculpa.
M abre a porta do
elevador, entra, logo em seguida entram D. Matilde e eu. Subimos calados. M
desce em seu andar. Me despeço de M de um jeito formal, não podemos dar espaços
pra D. Matilde senão... não quero nem pensar. Assim que chegamos no nosso andar
seguro a porta pra que D. Matilde saia. Vamos para nossas respectivas portas me
despeço da D. Matilde, mas não tem jeito ela ainda tenta descobrir o que
aconteceu.
- Nossa! A M ficou
nervosa né Victor. Foi só uma observação que fiz.
- Sei lá D. Matilde!
Encontrei a M num restaurante na estrada, ela tava com alguns amigos, todos muito
animados ela veio até mim e perguntou se poderia voltar comigo pois moramos no
mesmo prédio. Foi só isso mesmo. Acho que ela terminou com o namorado, pois não
o vi com o grupo.
- Ah! Então foi
isso. Briguinha de namorados. Daqui a pouco eles se entendem, você vai ver.
- Tchau D. Matilde,
vou descansar, estrada sabe como é. Encerro nossa conversa.
Assim que entro em
casa e dou a conferida de praxe na sala D. Graça vem ao meu encontro.
- Seu Victor.
Ligaram agora a pouco pro senhor. Era da produtora. Pediram pro senhor ligar
assim que chegasse.
- Tá certo D. Graça,
vou ligar.
D. Matilde entra no
seu apartamento.
- Sei, essa estória
de briguinha de namorado. Eles pensam que me enganam. Vou ficar é de olho pois
nesse mato tem coelho.
Deixo minhas coisas no quarto e volto pra sala
pra ligar pra produtora. Fui informado que iria fazer uma gravação com a
Claudia Leitte, seria no litoral do Rio de Janeiro, no final dessa semana
ainda, na sexta, sábado e domingo. Uma música que estávamos trabalhando para o
seu novo cd. Seria um vídeo clipe. Agradeci e fui descansar. Antes liguei pro
meu irmão, queria saber do meu sobrinho, falei com minha cunhada. Ele tava
melhor, virose, disse o médico. Essas crianças, dão cada susto na gente. Não vi
M o resto do dia, deve ter ido trabalhar. No dia seguinte fui cedo pra
gravadora me interar da nossa próxima viagem e acabei ficando preso lá o dia
inteiro. Na sexta viajamos cedo ou seja, desde que voltamos não consegui falar
com M. Voltei a minha rotina. Doce rotina.
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