segunda-feira, 28 de novembro de 2011


No dia seguinte eu abro os olhos e não reconheço onde estou. Olho ao redor, sozinho na cama, vejo tudo tentando me localizar. Então me lembro. Estou no quarto de M. Minha namorada, Meu Amor. Chamo por seu nome mas não sou atendido. Onde será que ela está? Penso se não é um sonho. Um sonho maravilhoso, mas sonho. Sento na cama e respiro fundo, então vejo o notebook de M na beira da cama. Levanto e pego minha roupa que está dobrada numa poltrona num canto do quarto. Me visto e saio procurando por aquela que me faz um ser pleno e feliz. Sinto um cheiro de café. Sorrio e vou em direção a cozinha. Chego lá e M está terminando de fazer uma linda bandeja.
- Bom Dia Meu Amor! Desejo.
- Ah! Você já acordou. Não vale. Volta já pra lá! Fiz café pra te levar na cama. Diz sorrindo e me dando um beijo carinhoso.
- Precisa não minha prenda. Disse me sentando a mesa e puxando-a para se sentar em meu colo. Você tem sua hora não é? E eu também. Tenho uma reunião agora cedo. Vem vamos tomar café juntinhos aqui mesmo.
Assim que terminamos nosso delicioso café combinei com M. Iria leva-la no trabalho e depois seguiria para a produtora. Como estava com a mesma roupa do dia anterior tive que subir para me trocar. Então acertamos que enquanto ela se arrumava eu iria ao meu apartamento e trocaria de roupa também. Depois eu desceria e a levaria ao trabalho. Assim nos despedimos com mais um beijo apaixonado, na porta do elevador. Subi mas meu espirito continuava a flutuar nos braços dessa mulher. Cheguei em casa, abri a porta e encontrei D. Graça em seus afazeres.
- Bom Dia D. Graça! Disse no tom mais feliz que tinha.
- Bom Dia Seu Victor! Que felicidade hein!
- É D. Graça, o mundo hoje está mais colorido e feliz. A senhora não percebeu?
D. Graça era uma mulher discreta e só concordou comigo sorrindo.
- Seu café tá pronto Seu Victor.
- Obrigado D. Graça, mas já tomei café. Vim só trocar de roupa e sair novamente.
Entrei tomei uma ducha rápida e me arrumei novamente, me olhei no espelho e quase não me reconheci. Tamanho era o meu sorriso e minha cara de felicidade. Concordei com o que via e sai para buscar a minha amada.
Fui no apartamento de M. Saímos juntos, de mãos dadas e entramos no elevador. Assim que chegamos no térreo e abrimos a porta damos de cara com D. Matilde que se assusta ao nos ver juntos.
- Bom Dia D. Matilde. Falamos em coro, rindo.
- Bom Dia meninos! Que susto! Tá tudo bem?
- Tudo ótimo D. Matilde. Não é meu amor? Digo dando um selinho em M, na frente de uma D. Matilde boquiaberta.
- Tá sim meu namoradinho lindo! Responde M rindo da situação no mínimo inusitada.
D. Matilde, ainda sem acreditar no que está vendo nos dá passagem para sairmos e não consegue se expressar só nos acompanha com os olhos, incrédula. Ela nos vê entrar no carro e sumir depois de uma das pilastras da garagem. Assim que saímos do prédio caímos na gargalhada.
- Acho que matamos alguém Vitor!
- Bom, melhor divulgadora do nosso namoro não podíamos escolher não acha? Disse rindo.
M concorda com a cabeça. Assim que chegamos em seu trabalho paro o carro, mantendo a seta de alerta ligada, na porta do prédio em que M trabalha. Dou-lhe um beijo apaixonado e nem notamos que estamos sendo observados. Faço ela me prometer que terá cuidado com Elaine e Tuca. Nos despedimos com um novo beijo ardente. Assim que M sai do carro vejo Elaine chamando por ela. M me olha e me entende pelo olhar. Cuidado!
- Mais tarde passo aqui pra te buscar, tá. Digo
M concorda com a cabeça e pisca o olho para mim. Sinto que ficou apreensiva. Aceno para Elaine e ligo o carro em seguida, mas só começo a manobrar depois que vejo o meu amor entrar no prédio acompanhada por Elaine. Não gostei.
Assim que me vou Elaine começa o interrogatório.
- Ele te deu uma carona? Despistou tentando sondar o terreno.
- Não Elaine, ele me trouxe mesmo.
- Então ele deve ter algum compromisso aqui perto, né! Afinal a produtora dele não fica pro outro lado da cidade?
- O que você quer com o MEU NAMORADO Elaine? Disse firmemente M para surpresa de Elaine.
- Seu namorado?
- É. Você entendeu muito bem. O Vitor e eu tamos namorando. Algum problema? Eu já sei que não rolou nada entre vocês. Ele me contou a verdade, já você... Por que você tá tão preocupada com o que o Vitor tava fazendo aqui?
- Não. Nada. Desculpa, não tá mais aqui quem perguntou. Eu hein! Tá nervosa por que?
- Esquece Elaine, vamos trabalhar que é pra isso que somos pagas. Disse M encerrando essa conversa sem fundamentos e bastante perigosa. Pelo menos já tinha dado seu recado.
Assim que chegou em sua mesa Elaine respirou fundo, tentando se controlar. Seu plano tinha ido por água abaixo. Provavelmente o idiota do hacker que o Tuca trouxe não fez o serviço de forma correta. Ou pior, Tuca podia tranqüilamente ter trocado todo o conteúdo do envelope pardo enquanto ela foi ao quarto pegar a cópia  do dossiê que tinha de Tuca. Lembrou então que depois que Tuca tinha saído não conferiu novamente o conteúdo das páginas impressas, retirou tudo do envelope para imprimir o endereço do Victor mas não checou o conteúdo na íntegra. É, tinha sido isso. O viciadinho de Tuca a enganou. Ah! Mas ele ia pagar e caro.

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