Chego na produtora e entrego para a Georgiana as contas a
serem pagas. Ia entregar também o envelope pardo mas desisti e fiquei com ele
entrando na sala de reuniões.
Cumprimento todos, ainda faltam alguns, sento ao lado do meu
irmão. Pego o envelope e coloco em cima da mesa.
- O que é isso? Pergunta o Leo.
- Ainda não sei. Chegou agora a pouco, em casa.
- Posso? Pergunta ele fazendo menção em pegar o envelope.
- Pode. Dou de ombros.
Ele pega o envelope lê e vira procurando o remetente.
- Tá sem remetente!?!
- Pois é, também achei estranho. Deixa aí depois da reunião
eu abro.
- Não acredito! O Senhor Curioso não vai abrir não é?
- Acho que esse apelido mudou de dono, não foi? Respondi
rindo e pegando o envelope de volta colocando-o na mesa.
Começamos a reunião, e papo vai papo vem até esqueço do
bendito envelope. A reunião termina. Me despeço de todos e pego o envelope.
Falo com meu irmão. Dou-lhe um abraço apertado. Vou para o carro e quando
coloco o envelope novamente no banco do carona minha curiosidade fala mais
alto. Quase que automaticamente pego-o e abro. Então o choque.
São diversas folhas. Páginas e mais páginas impressas, são
páginas da rede de relacionamento orkut. Olho com calma e vejo os comentários.
A cada um que leio, mais sentimento de raiva tenho. Olho os outros comentários
também e vejo um rosto conhecido. Olho com mais atenção então identifico a
foto. Era M, meus olhos viam mas meu coração não queria acreditar no que eu
lia. Continuo a folhear, agora é um blog. Um blog famoso que passa informações
sobre a nossa carreira, minha e do meu irmão. E novamente vejo a foto de M
estampada. Respiro fundo e tento manter a razão, mas minha mente ferve. Como
podem fazer isso. Falar tais coisas. É um absurdo! Pessoas que parecem não ter
vida própria, não sabem o que amor, o que é amar. Fico simplesmente revoltado
com o que vejo. Volto a pegar o envelope, me certifico que não tem remetente.
Covarde! Por que não se revela? Não coloca a cara a tapa. Fala, agora assume o
que fala, prove! Com muita raiva, até mesmo ódio no coração, coloco tudo de
volta no envelope e resolvo tirar essa estória a limpo e somente uma pessoa
poderá esclarecer tudo. M. Ligo o carro e sigo direto para o seu trabalho.
São diversas folhas. Páginas e mais páginas impressas, são
páginas da rede de relacionamento orkut. Olho com calma e vejo os comentários.
A cada um que leio, mais sentimento de raiva tenho. Olho os outros comentários
também e vejo um rosto conhecido. Olho com mais atenção então identifico a
foto. Era M, meus olhos viam mas meu coração não queria acreditar no que eu
lia. Continuo a folhear, agora é um blog. Um blog famoso que passa informações
sobre a nossa carreira, minha e do meu irmão. E novamente vejo a foto de M
estampada. Respiro fundo e tento manter a razão, mas minha mente ferve. Como
podem fazer isso. Falar tais coisas. É um absurdo! Pessoas que parecem não ter
vida própria, não sabem o que amor, o que é amar. Fico simplesmente revoltado
com o que vejo. Volto a pegar o envelope, me certifico que não tem remetente.
Covarde! Por que não se revela? Não coloca a cara a tapa. Fala, agora assume o
que fala, prove! Com muita raiva, até mesmo ódio no coração, coloco tudo de
volta no envelope e resolvo tirar essa estória a limpo e somente uma pessoa
poderá esclarecer tudo. M. Ligo o carro e sigo direto para o seu trabalho.
Chego em frente ao trabalho de M. Estaciono o carro e vou
para a porta do prédio. Fico ali a esperar pela sua saída. Preciso seriamente
conversar com ela. No horário de sempre as pessoas começam a sair. Fim de
expediente. Logo, quem aparece é Elaine. Ela me vê e abre o sorrisão largo. Vem
ao meu encontro. Só espero que não tente me beijar a boca até por que com a
raiva que estou sentido sou capaz de uma grosseria sem fundamentos.
- Oi Victor? Veio me encontrar? Por que não ligou? Poderia
dar um jeito e sair mais cedo. Disfarçou.
- Oi Elaine. Não. Não vim te ver. Já conversamos sobre isso
esqueceu? Não vai rolar. Eu vim mesmo é falar com M. Ela veio trabalhar, não
veio?
- E esse envelope. O que é? Perguntou propositalmente.
- Coisa minha Elaine. Coisa minha. Ó lá vem ela.
M tinha descido no outro elevador, depois de Elaine. Ao
chegar na rua e ver Elaine e Victor conversando sentiu um nó na garganta. Será
que ele mudou de idéia? E resolveu ficar com ela? E aquele envelope que ele
batia impacientemente nas mãos. O que seria? M foi em direção deles pois assim
que a viram apontei pra si.
- Oi Victor. Tá tudo bem?
- Precisamos conversar. Disse respirando fundo. Você vem
comigo?
-
Claro!
- Tchau Elaine. Me despeço.
- Poxa! Não rola uma carona não?
- Não! Sou catedrático pois estou bastante aborrecido.
Pego M pela mão e vou para o estacionamento. Ela está
assustada com minha reação.
- Victor! Tá tudo bem com você? Tô te achando nervoso. O que
aconteceu?
- Vem comigo. Preciso conversar seriamente com você. Vamos.
Digo quase que puxando-a pelo braço. Seguimos calados até o
carro. Entramos, coloco o envelope em cima do porta-luvas e dou a partida.
Saímos, não queria ir para casa. Essa conversa teria um fim. Bom ou ruim. Ainda
não sei. Mas seria definitiva para o rumo de nossas vidas.
Enquanto me afasto com M Elaine fala sozinha.
- É M pensou que iria ficar com ele é? Vamos ver quem vai
ficar com quem. Vamos ver. Ele hoje te esculacha. Te joga pra escanteio. Aí ...
Ah! Aí é a minha vez de entrar em campo. E eu só entro pra ganhar. Aliás. Jogo
ganho esse. Perdeu M. Perdeu!
Fomos o tempo todo do caminho em silêncio. Eu tentando
controlar minha ira enquanto que M assustada ao me ver tão transtornado. Quando
M percebe que não estamos fazendo o caminho de casa, fica preocupada.
- Esse não é o caminho de casa. Pra onde estamos indo?
- Fica calma. Vamos pra um lugar sossegado. Onde
poderemos conversar sem sermos interrompidos. Respondi secamente.
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