quarta-feira, 30 de novembro de 2011


Eu estou no trânsito e vejo que tudo começa a ficar confuso. Fico apreensivo e começo a sentir um aperto forte no peito o que me deixa bastante preocupado. Quando finalmente a muito custo chego em frente ao prédio do trabalho de M vejo dois carros da polícia e um caos de pessoas ao redor. Sinto um gelo passar por minha espinha. Paro meu carro atrás de um dos carros da polícia. Desço correndo, gritando por M. Vou em direção ao aglomerado de pessoas e quando finalmente consigo vencer aquela muralha de pessoas vejo Elaine, estirada no chão e em volta de sua cabeça uma poça de sangue grosso e escuro. Ela está morta! Me sinto tonto e com náuseas. Era uma cena muito forte. Um dos policiais me apara pois sinto que vou desmaiar. Nos recostamos num dos carros da policia. Então o policial que me acudiu me pergunta.
- O senhor conhece essa moça? Aponta para Elaine, ali estirada no chão.
Eu só consegui concordar com a cabeça pois as náuseas não tinham ido embora. Respiro fundo e busco M no meio da multidão. Começa me bater o desespero então como num choque volto pro meio das pessoas. Gritando seu nome e buscando-a incessantemente. Sou parado pelo outro policial que está com a bolsa de M nas mãos. Quando vejo e reconheço sua bolsa só consigo balbuciar.
- Não. Não! Nãoooooooooooooooooooooooooooooo! Grito.
Sou contido pelo próprio policial que me leva para longe do tumulto. Tento me acalmar mas é em vão. Aos poucos o tumulto vai se desfazendo então a noticia que me faz ter novamente esperanças. Um homem, parece ser colega das meninas, uma testemunha, ele conversa com o policial então fico ali, junto, ouvindo seu relato dramático. Ele explica que a pessoa, um rapaz, chegou de carro freando bruscamente, saltou do carro, armado, gritou com a moça estendida. Puxou-a para frente do carro e deu um tiro em sua cabeça, a moça cai, morta. Logo em seguida ouviu-se o grito da outra moça e as sirenes da policia, o tal rapaz pegou a moça pelo braço e a arrastou para dentro do carro. Parece que a moça conhecia o tal rapaz.
- Tuca! Falei em voz alta.
- Como? Perguntou o policial.
- O rapaz que este senhor esta falando, é o Tuca. Amigo da Elaine. Aponto para ela que ainda está estirada no meio fio. Respiro fundo. E a moça que este senhor tá falando é M. Minha namorada e ...
- E?
Volto a respirar, preciso me concentrar para poder ajudar M nessa loucura.
- E ex do Tuca. É isso. Ela estava me esperando senhor policial. Iríamos juntos para casa. Eu ... eu acabei me atrasando. Se não fosse isso ela estaria aqui. Viva. Nos meus braços. Sinto um nó em minha garganta. O desespero volta a tomar conta de mim.
- Calma, meu rapaz. Pelo que estou apurando a moça ainda está viva. Temos que correr para conseguirmos resgata-la. O senhor vai ter que vir conosco para depor no caso. E o senhor também. Disse para o senhor que contou tudo o que aconteceu.

Quase ao mesmo tempo...
Assim que é arremessada dentro do carro por Tuca. M tenta sair pela porta do carona mas não consegue ele coloca o cano de sua arma em sua cabeça.
- Nem tente fazer isso M. Senão você terá o mesmo fim que sua amiga! Ameaça.
M se encolhe toda no banco. Sente um medo enorme, assustada com tudo que viu. Tuca sai cantando pneu e cortando o transito feito um alucinado. M automaticamente coloca o cinto de segurança. Lembra do acidente que matou seus pais postiços e que o que a salvou foi o cinto. Não quer morrer. Não agora que tinha encontrado o amor da sua vida. Pensou em mim. Ficou preocupada comigo. Em como eu reagiria ao saber do ocorrido. Sua mente era um turbilhão de imagens. Do passado, do acidente, do presente, da morte de Elaine, do dia anterior, nos meus braços, rindo e feliz. Tudo em uma fração de segundos.
Eles logo saem da cidade e pegam uma estrada paralela, vão para região rural, pegam diversas estradas de terra. M percebe que Tuca tá tentando fugir, ou no mínimo despistar a policia. Então respira fundo e tenta convence-lo de liberta-la.
- Tuca! Diz meio reticente.
- Cala boca! Grita assustando-a.
- Tuca. Por favor, deixa eu sair, você vai embora. Mas por favor! Implorou em meio a lágrimas e soluços.
-  Não posso. Disse mais calmo.
- Por favor. Implorou.
- Não posso M. Você me conhece, sabe como é o meu rosto. Você sabe muito sobre mim. Não posso te libertar, não depois de tudo o que aconteceu. Você é o meu passaporte para a liberdade. Sem ele ...
Tuca fica em silêncio meio que tentando pensar exatamente o que fazer.
- Sem você eu sou um cara morto. Morto entendeu? Disse olhando-a.
 

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Na hora do almoço Elaine saiu batida, passou em casa e pegou os originais que guardava em um cofre em seu quarto e seguiu direto para a Delegacia de Tráfico e Entorpecentes. Pediu para falar com o delegado. Queria fazer uma denuncia. Demorou mais de uma hora para entregar completamente o trabalho de Tuca. No seu dossiê tinham nomes, endereços e uma série de informações que faziam parte do esquema de tráfico da Grande Uberlândia. Nomes de compradores, vendedores, traficantes e subornados (policiais e políticos). O delegado se espantou quando viu o conteúdo. Estavam no encalço do Tuca a mais de 2 anos mas ainda faltavam informações que eram sempre travadas por um poder superior. Ele sabia que tinha peixe graúdo nesse negócio e agora tinha todas as provas que faltavam. Agradeceu a Elaine que pediu para não se identificada, afinal não podia correr riscos. Na verdade Elaine “roubou” esse dossiê de um deputado estadual da cidade e com quem tivera um envolvimento amoroso. Queria se vingar do deputado que só a usou para se divertir, nada mais do que um passatempo, pois nunca abandonou a esposa como sempre prometera. Elaine voltou para o trabalho e deu uma desculpa esfarrapada para seu atraso. Seu chefe já estava de olho em Elaine, pois a mesma estava sempre aprontando, mas como funcionária pública não era assim tão fácil adverti-la. Assim passou o dia na repartição.
Quando Elaine saiu da delegacia o delegado titular rapidamente aprontou uma batida policial. Falou com o Juiz da comarca e conseguiu diversos alvarás de prisão para os então suspeitos. Conseguiu reforços em diversas delegacias. Todos estavam ansiosos para pegar o grupo de traficantes que comandavam a região e não houve recusas em ceder equipamentos e homens das outras delegacias. Porém, em uma delas um agente duplo ao ficar sabendo do que estava para estourar, disfarçou e foi para o pátio de sua delegacia  ligando imediatamente para Tuca.
- Fala Andrade! A essa hora? Tá precisando de quanto, camarada? Pergunta Tuca todo solicito.
- Cara! Ferrou tudo, entregaram todo o esquema. Se manda! Tão indo agora a tarde atrás de você. Caiu geral! A casa caiu. Vaza! Alertou o X9.
Assim que desligou o telefone Tuca entendeu quem o havia denunciado. Elaine. Aquela piranha iria pagar. Com a vida! Tuca sai correndo pela casa. Destruindo todas as possíveis provas, pega uma mochila, enche de dinheiro, algumas mudas de roupa e fecha a porta. Afasta-se batido da sua casa. Pega seu carrão e sai cantando pneu.
- Elaine! Sua Puta! Você vai ver, quem mandou bancar a espertinha. Você vai ver quem é o Tuca do pó! Esbravejou assim que saiu de casa.
Já era fim do dia, a policia bateu na casa de Tuca mas não o encontrou. Viu diversos papéis espalhados pela casa. O delegado titular tinha ido pessoalmente pegar o cabeça do grupo mas foi em vão. Ele havia escapado, mais uma vez. Era a 5a vez que Tuca do pó conseguia fugir de um cerco policial. Enquanto isso M se prepara para sair do trabalho. Ligo para ela, sem ao menos imaginar o turbilhão que iríamos ter em nossas vidas.
- Oi meu amor!
- Oi querido. Já tô saindo.
- Vou me atrasar só um pouquinho. Você me espera?
- Claro! Quanto tempo?
- Uns 15 minutinhos somente. Tô saindo agora da produtora. Tudo bem?
- Tá então vou te esperar lá embaixo. Assim você não precisa estacionar ok?
- Ok. Um beijo e muita saudade já.
- Eu também meu amor. Eu também. Te amo!
- Também te amo. Desligo o telefone e dou partida no carro indo de encontro ao caos que se tornaria nossas vidas.
M desliga o celular e sai da repartição se despedindo de todos. Como de costume. Não sabia que essa seria uma dos seus últimos momentos de paz.
Assim que chega na rua M fica em frente a banca de jornais, enrolando para minha chegada. Elaine desce e logo em seguida escuta-se um carro freando fortemente. Era Tuca. Ele desce do carro em cólera. Empunhando uma arma e gritando indo em direção a Elaine.
- Você pensou que iria sair ilesa é sua piranha!
M então reconhece a voz de Tuca e se volta para ver o que estava acontecendo e a cena é aterrorizante. Tuca segura Elaine pelos cabelos arrastando-a para o meio fio. Então um estampido e Elaine cai no chão. Ao ver a cena, todos começam a correr e M grita:
- Tuca!
Ele se vira e vê que M está ali, vendo tudo. Escuta-se então a sirene da policia e mais alguns tiros tornando a rua um caos de pessoas correndo. Tuca olha em direção ao trânsito e vê ao longe o carro da polícia. Pega M pelos braços e a arrasta para dentro do seu carro empurrando-a para dentro mesmo sobre seus protestos arrancando em seguida.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011


No dia seguinte eu abro os olhos e não reconheço onde estou. Olho ao redor, sozinho na cama, vejo tudo tentando me localizar. Então me lembro. Estou no quarto de M. Minha namorada, Meu Amor. Chamo por seu nome mas não sou atendido. Onde será que ela está? Penso se não é um sonho. Um sonho maravilhoso, mas sonho. Sento na cama e respiro fundo, então vejo o notebook de M na beira da cama. Levanto e pego minha roupa que está dobrada numa poltrona num canto do quarto. Me visto e saio procurando por aquela que me faz um ser pleno e feliz. Sinto um cheiro de café. Sorrio e vou em direção a cozinha. Chego lá e M está terminando de fazer uma linda bandeja.
- Bom Dia Meu Amor! Desejo.
- Ah! Você já acordou. Não vale. Volta já pra lá! Fiz café pra te levar na cama. Diz sorrindo e me dando um beijo carinhoso.
- Precisa não minha prenda. Disse me sentando a mesa e puxando-a para se sentar em meu colo. Você tem sua hora não é? E eu também. Tenho uma reunião agora cedo. Vem vamos tomar café juntinhos aqui mesmo.
Assim que terminamos nosso delicioso café combinei com M. Iria leva-la no trabalho e depois seguiria para a produtora. Como estava com a mesma roupa do dia anterior tive que subir para me trocar. Então acertamos que enquanto ela se arrumava eu iria ao meu apartamento e trocaria de roupa também. Depois eu desceria e a levaria ao trabalho. Assim nos despedimos com mais um beijo apaixonado, na porta do elevador. Subi mas meu espirito continuava a flutuar nos braços dessa mulher. Cheguei em casa, abri a porta e encontrei D. Graça em seus afazeres.
- Bom Dia D. Graça! Disse no tom mais feliz que tinha.
- Bom Dia Seu Victor! Que felicidade hein!
- É D. Graça, o mundo hoje está mais colorido e feliz. A senhora não percebeu?
D. Graça era uma mulher discreta e só concordou comigo sorrindo.
- Seu café tá pronto Seu Victor.
- Obrigado D. Graça, mas já tomei café. Vim só trocar de roupa e sair novamente.
Entrei tomei uma ducha rápida e me arrumei novamente, me olhei no espelho e quase não me reconheci. Tamanho era o meu sorriso e minha cara de felicidade. Concordei com o que via e sai para buscar a minha amada.
Fui no apartamento de M. Saímos juntos, de mãos dadas e entramos no elevador. Assim que chegamos no térreo e abrimos a porta damos de cara com D. Matilde que se assusta ao nos ver juntos.
- Bom Dia D. Matilde. Falamos em coro, rindo.
- Bom Dia meninos! Que susto! Tá tudo bem?
- Tudo ótimo D. Matilde. Não é meu amor? Digo dando um selinho em M, na frente de uma D. Matilde boquiaberta.
- Tá sim meu namoradinho lindo! Responde M rindo da situação no mínimo inusitada.
D. Matilde, ainda sem acreditar no que está vendo nos dá passagem para sairmos e não consegue se expressar só nos acompanha com os olhos, incrédula. Ela nos vê entrar no carro e sumir depois de uma das pilastras da garagem. Assim que saímos do prédio caímos na gargalhada.
- Acho que matamos alguém Vitor!
- Bom, melhor divulgadora do nosso namoro não podíamos escolher não acha? Disse rindo.
M concorda com a cabeça. Assim que chegamos em seu trabalho paro o carro, mantendo a seta de alerta ligada, na porta do prédio em que M trabalha. Dou-lhe um beijo apaixonado e nem notamos que estamos sendo observados. Faço ela me prometer que terá cuidado com Elaine e Tuca. Nos despedimos com um novo beijo ardente. Assim que M sai do carro vejo Elaine chamando por ela. M me olha e me entende pelo olhar. Cuidado!
- Mais tarde passo aqui pra te buscar, tá. Digo
M concorda com a cabeça e pisca o olho para mim. Sinto que ficou apreensiva. Aceno para Elaine e ligo o carro em seguida, mas só começo a manobrar depois que vejo o meu amor entrar no prédio acompanhada por Elaine. Não gostei.
Assim que me vou Elaine começa o interrogatório.
- Ele te deu uma carona? Despistou tentando sondar o terreno.
- Não Elaine, ele me trouxe mesmo.
- Então ele deve ter algum compromisso aqui perto, né! Afinal a produtora dele não fica pro outro lado da cidade?
- O que você quer com o MEU NAMORADO Elaine? Disse firmemente M para surpresa de Elaine.
- Seu namorado?
- É. Você entendeu muito bem. O Vitor e eu tamos namorando. Algum problema? Eu já sei que não rolou nada entre vocês. Ele me contou a verdade, já você... Por que você tá tão preocupada com o que o Vitor tava fazendo aqui?
- Não. Nada. Desculpa, não tá mais aqui quem perguntou. Eu hein! Tá nervosa por que?
- Esquece Elaine, vamos trabalhar que é pra isso que somos pagas. Disse M encerrando essa conversa sem fundamentos e bastante perigosa. Pelo menos já tinha dado seu recado.
Assim que chegou em sua mesa Elaine respirou fundo, tentando se controlar. Seu plano tinha ido por água abaixo. Provavelmente o idiota do hacker que o Tuca trouxe não fez o serviço de forma correta. Ou pior, Tuca podia tranqüilamente ter trocado todo o conteúdo do envelope pardo enquanto ela foi ao quarto pegar a cópia  do dossiê que tinha de Tuca. Lembrou então que depois que Tuca tinha saído não conferiu novamente o conteúdo das páginas impressas, retirou tudo do envelope para imprimir o endereço do Victor mas não checou o conteúdo na íntegra. É, tinha sido isso. O viciadinho de Tuca a enganou. Ah! Mas ele ia pagar e caro.

domingo, 27 de novembro de 2011

Saio de cima de M e a acolho em meus braços. Suspiro profundamente, estou me sentindo leve e livre, como jamais me senti. Amar M, te-la em meus braços e fazer dela minha mulher foi libertador. Liberdade das minhas buscas incansáveis. Do meu medo em não reencontra-la. Sim caro leitor, foi um reencontro de almas o que aconteceu nessa noite. Sinto que minhas buscas chegaram ao fim. Finalmente reencontrei aquela que me completaria nessa vida e que me faz extremamente feliz. O meu AMOR VERDADEIRO.
Depois de um tempo viro para M e começo a zombar:
- Você hein! Tá me saindo pior que encomenda.
Ela levanta a cabeça que estava recostada em meu ombro com um olhar questionador.
- Pior? O que eu fiz de errado?
- Você tá maltratando seu namoradinho. Fiz carinha de carente.
Ela riu, fez carinho em meu rosto. Como é bom receber carinho de quem amamos.
- Ô, meu amor! Eu? Maltratando o homem que me faz a mulher mais feliz desse mundo! Como? Diz pra mim, diz? O que tá lhe faltando? Onde foi que eu falhei em te fazer feliz?
- Você quer é me matar de fome. Disse tentando parecer sério mas não me contive comecei a rir, me entregando. Gastei a maior energia agora a pouco pra te fazer a mulher mais feliz desse mundo e você nem aí pra mim. Vou morrer de fome nessa cama. Disse abrindo os braços e me estirando sobre o nosso leito de amor e pra completar fechei os olhos e coloquei a língua para fora. M gargalhou com minha cena tragicômica. Ela então me abraça forte e me enche de beijinhos por todo meu rosto.
- Tadinho, tadinho do meu namoradinho. Vou agora mesmo fazer algo bem gostoso pra você tá? Disse já saindo dos meus braços. Rapidamente a segurei firme, retendo-a junto a mim.
- Tá. Mas não precisa ser tão rápida assim. Fica mais um pouquinho, fica. Disse beijando-a apaixonadamente.
Assim que me distraio M foge de mim. Tento segura-la mas não consigo.
- Deixa eu preparar algo pro meu namoradinho agora. Antes que ele resolva me trocar por outra, se queixando de maus tratos. Disse brincando.
- Vai não! Volta!
Me sentei na cama esticando meus braços. M continuou a rir. Pegou minha camisa que estava no chão e vestiu. Linda! Como se isso ainda fosse possível. Ela sai do quarto então volto a me deitar. Passo as mãos no rosto. Incrível! Como não tinha percebido antes. Bem que sempre me avisaram que eu tinha mais é que parar com essa busca e que a minha felicidade estava bem ao meu lado. Se bem que se for analisar geograficamente ... minha felicidade estava dois andares abaixo do meu, isso sim. Mas isso não importa mais. O que importa é que estamos juntos, nos amamos e somos felizes, isso sim. Fico ali, me espreguiçando e olhando a decoração do seu quarto. Tudo de muito bom gosto. Simples e bastante romântico, como ela. Logo sinto um cheirinho de comida caseira. Me animo, então me levanto da cama.
Visto minha calça, procuro pela minha camisa e me lembro que está com M. Sorrio. Saio do quarto e sou guiado pelo cheiro bom de comida fresquinha. Chego na cozinha e M está de costas, junto ao fogão. Abraço-a por traz beijando sua nuca, fazendo-a se arrepiar toda.
- Cheirinho bom!
- Tô fazendo um penne ao molho branco. Gosta? Diz fazendo carinho em minha mão.
- Num sei! Ainda não provei. Brinco.
- Bobo!
M se vira e me dá um selinho, voltando em seguida sua atenção para a panela em que estava fazendo o molho. Na panela ao lado a massa cozinhava. Ficamos ali assim, abraçadinhos enquanto M preparava nosso jantar. Logo ficou tudo pronto. Me soltei dela e a ajudei a arrumar a mesa. Assim que tava tudo concluído M colocou seu macarrão para comermos.



- Hum! Bom! Disse meio de boca cheia.
- Gostou meu amor?
- Muito bom mesmo. Já pode casar. Brinquei.
M era só sorrisos, sua felicidade refletia em seus doces olhos. Assim que terminamos de comer eu levantei e me prontifiquei a lavar a louça.
- Não senhor! Não precisa, eu faço isso.
- De jeito nenhum. Eu lavo. Faço questão de ajudar minha namoradinha. Disse lhe dando um selinho.
- Mas você ainda tem que comer a sobremesa. Esqueceu?
- É verdade! Me esqueci completamente. Viu o que você faz comigo. Esquecer o principal. Meu bolo de coco!
- Seu bolo de coco? Meu bolo de coco. Me adverte M.
- Não senhora. Meu bolo de coco. Ou você acha que eu olharia assim pra você se não fosse o MEU bolo de coco? Brinquei tentando parecer sério. Não tinha jeito, junto a M eu era o mais verdadeiro possível. Não conseguia mentir, muito menos disfarçar.
 M me serve de bolo e se serve logo em seguida. Ficamos ali na cozinha entre brincadeiras e muito carinho. Com custo consegui lavar a louça mas tive que aceitar sua ajuda, secando e guardando tudo que usamos. Terminado o jantar voltamos para o seu quarto. Sento na cama então M vem com seu notebook para trocar todas as suas senhas.
Ficamos um bom tempo ali, verificando tudo que exigia sua senha para se ter acesso. Graças a Deus o hacker não tinha feito mais estragos e M trocou todas as senhas, principalmente as bancárias. Deixou um recado no blog e outro nas comunidades do orkut que fazia parte, avisando que tinham invadido seu perfil e alertando a todos para que trocassem suas senhas. Tornando todos um pouco mais seguros desses tipos de ataques. O que mais me deixou feliz foi quando M atualizando seu perfil colocou no estado civil: NAMORANDO! O que me envaideceu bastante. Toda essa operação demorou bastante. Impressionante o trabalho que dá trocar tudo quanto é senha. E principalmente pensar em uma nova que seja difícil de ser descoberta. Assim que terminou tudo M fechou o computador afastando-o para os pés da cama e deitando cansada, de olhos fechados, ao meu lado.
- Cansada meu amor? Fiz um carinho em seu rosto.
- Um pouco. Dia agitado hoje!
Dei um beijo carinhoso nela.
- Vou pra casa então.
M automaticamente segurou meu braço.
- Fica!
- Tá tarde!
- Fica! Insistiu.
Chego perto de seu rosto beijando-a.
- Eu preciso de um banho. Falei baixinho.
M rapidamente se levanta e me pega pela mão.
- Então vamos. Convidou-me.
Me levanto da cama e sou guiado por M até o banheiro. Voltamos então a nos beijar e aos poucos tiramos novamente nossas roupas. Ela abre o chuveiro e verifica a temperatura da água e quando tá boa ela me conduz para dentro do box fechado-o em seguida. Tomamos um delicioso banho. Eu dei banho nela e ela em mim. Envoltos em muito romance, carinhos e um amor que a cada segundo crescia sem explicações. Assim que saímos voltamos para o quarto e nos amamos novamente adormecendo um nos braços do outro com um sorriso de felicidade plena nos lábios.

sábado, 26 de novembro de 2011


Eu começo a rir. M é uma mulher encantadora, simples, humilde, divertida e tão curiosa quanto eu.
- Preciso primeiro saber se você vai aceitar. Começo a enrolar.
- Aceitar o que Victor? Fala o que você tá planejando? Não me deixa curiosa, vai. Você sabe que sou curiosa.
- Será que você está disposta?
- Dá pra parar de me enrolar? Diz já rindo.
- Você aceita ser minha namorada M? Olho-a com ternura.
- Como é que é? Pergunta com um largo sorriso. Victor Chaves, o cantor sertanejo, compositor mais bem colocado no ECAD, o poeta, me pedindo em namoro? É isso mesmo que estou ouvindo? Começa a brincar.
- Não. O Vitor, sem o c no nome, o homem, seu vizinho, o cara que te ensinou a montar a cavalo, a pescar, que até te deu umas aulas de direção e acho que posso dizer também, seu amigo. O homem que se apaixonou primeiro por um bolo de coco gelado, depois pela linda mulher que você é e agora pela incrível pessoa que estou amando conhecer. Aceita?
M é só sorrisos ela se aconchega ainda mais em meus braços, seu olhar doce me embriaga. Ela aproxima seu rosto do meu e me beija. Seu beijo mais doce, correspondido.
- Isso é um sim ou um não. Tô na dúvida ainda. Brinco.
Ela me olha e volta a me beijar, com paixão. Não preciso de palavras pra compreender. Estou amando e sendo amado plenamente. Ficamos um bom tempo ali. Namorando.
 Passada algumas horas...
- Vamos sair pra jantar? Convido-a.
- Tenho uma idéia melhor. Quer jantar lá em casa, meu namorado? Fala dando ênfase nas duas últimas palavras.
- Do que você me chamou? Repete! Disse rindo.
- Eu convidei você pra jantar lá em casa. Eu adoro cozinhar, esqueceu?
- Não. Eu perguntei do que você me chamou. Repete vai. Digo fazendo charme.
- Num sei. Não lembro. Despista.
- Ah! Repete. Chego mais perto lhe beijando o canto da boca. Fazendo-a rir.
- Meu Na-mo-ra-do. Tá bom assim?
- Só temos um problema. Respondi sério.
- Ihhh! O que foi agora? Riu.
- D. Matilde.
M se vira pra mim e me olha bem séria.
- Nós não tamos namorando? O que tem demais levar O MEU namorado pra jantar na MINHA casa?
- M você sabe como ela é.
Sinto que a entristeci.
- Pensei que quando você me pediu em namoro agora a pouco era pra valer. Um namoro de verdade, sem esconder nada de ninguém.
Fico ali olhando-a, encarando-a. Ela tinha razão se estamos namorando não tem por que ficarmos nos escondendo. Não estamos fazendo nada de errado. Eu sou livre, ela também.
- Você está certa. Me desculpa. Além do que se D. Matilde falar alguma coisa não será nenhuma mentira, não é mesmo?
M então volta a sorrir. Como eu amo seu sorriso. Dou-lhe mais um beijo apaixonado.
- Vamos então?
- Vamos. Vou fazer alguma coisa bem gostosa e rapidinha pra gente. Pode deixar.
- Tem bolo de coco? Pergunto olhando de rabo de olho.
- Tem sim. Fiz hoje de manhã. Deve tá bem geladinho agora. Respondeu rindo.
- Opa! Então vamos correndo. Respondi já dando ignição no carro.
M solta uma gargalhada.
Chegamos no prédio, abro o portão da garagem, entro e estaciono o carro. Saltamos e vamos em direção ao elevador. Abraçados e brincando. Felizes. Subimos assim, juntinhos como namorados mesmo. Chegamos ao 3o andar. Saltamos. M abre a porta e me convida pra entrar. Entro e puxo-a pra mim abraçando-a forte e lhe dando um beijo apaixonado. Aperto-a contra meu corpo desejando-a. M corresponde aos meus carinhos e assim entre beijos e amassos me conduz ao seu quarto. A decoração é bem a sua cara. Romântica.



Paramos no meio do quarto. Ela tira seus sapatos e  começa então a desabotoar minha camisa beijando meu peito. Eu também. Retiro sua blusa de dentro da saia. Beijando seu pescoço. Sinto suas mãos percorrerem meu peito fazendo minha alma sair de mim. Assim que nos livramos de nossas camisas, que ficam juntas no chão pego M no colo e a levo até a sua cama. Linda. Seu olhar doce me paralisava os pensamentos. Como amo essa mulher. Deito-a suavemente. Retiro meus sapatos e meias e vou ao seu encontro e deito ao seu lado. Ficamos assim por alguns instantes, esquecia de tudo até mesmo de mim em seu olhar doce e profundo. Voltei a puxa-la ao meu encontro, nos beijávamos apaixonadamente enquanto que nossas mãos deslizavam por nossos corpos como que reconhecendo aquilo que sempre fora nosso, nessa e por que não em outras vidas.  Aos poucos, sem nenhuma pressa vamos nos livrando de nossas roupas que ficam misturadas no chão do quarto. Acaricio seus cabelos macios beijando-a suavemente nos lábios. M se entrega aos meus carinhos, sem medos ou restrições. Nos amamos intensamente, como era bom sentir meu corpo se completando com o seu, fazendo de nós um só ser. Verdadeiras almas gêmeas em seu derradeiro reencontro. Assim que saciamos nossa carne e que nossos espíritos festejam nossa união. Olho em seus olhos e ouço um bálsamo em forma de palavras.
- Eu te amo Vitor.
- Eu também te amo, meu amor. Muito.
Ficamos ali, entre caricias, afagos e muito, mas muito amor por algum tempo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011


Fomos para um dos parques da cidade. Estacionei. Tirei o cinto, peguei o envelope e me virei ficando de frente para M.
- Você falou com alguém que foi comigo pra fazenda?
- Não! Claro que não. Porque?
Respiro fundo.
- M. É sério. Você falou? Diz pra mim.
M me olhou no fundo dos olhos. Ela me hipnotizava com esse olhar.
- Não Victor! Já disse que não. O que aconteceu? Você aparece no meu trabalho, do nada. Quase que me arrasta para o seu carro. Invés de irmos pra casa você me trás pra cá. Já tá anoitecendo e daqui a pouco não tem mais ninguém aqui. Tô ficando com medo. O que aconteceu pra você tá assim? Fala!
Suspiro fundo. Vejo que ela tá falando a verdade. Tento então me controlar. Ela não tem culpa de nada. Pelo visto é mais vítima do que eu nessa estória.
- Você tem entrado na internet ultimamente?
- Desde que voltamos da viagem? Não, por que?
- Por causa disto aqui. Entrego o envelope nas mãos dela.
- O que é isso?
- Abra e veja você mesma.
M abre o envelope e começa a ver o conteúdo. Suas mão ligeiras, vão passando folha por folha. Seus olhos em um ritmo acelerado lêem o que levei alguns minutos pra compreender. A cada folha M só balançava a cabeça negativamente, percebo que sua respiração começa a ficar descompassada. Seu rosto fica vermelho, mas como está de cabeça baixa não consigo mais observar seus olhos. Assim que ela termina de ver todo o conteúdo. Coloca tudo de volta no envelope e me entrega. Muda. Ficamos assim por alguns minutos. M de cabeça baixa e eu olhando-a fixamente.
- Era esse o seu segredo não é? Perguntei.
M confirmou, ainda de cabeça baixa, mas sem dizer uma única palavra.
Seguro seu queixo e levanto seu rosto para que olhe para mim. Assim que olho sua face. Fico profundamente triste. Vejo seus olhos marejados, seu rosto transtornado por ter sido descoberta. Logo em seguida M começa a chorar. Não um choro de desespero, mas um choro contido, silencioso, diria até, sofrido. Ela não fala nada e volta a abaixar a cabeça.
- Calma! Não precisa ficar assim. Afago seu rosto.
- Mas eu não escrevi aquilo não, Victor. Eu juro pra você. Me responde entre soluços.
- Eu sei que não foi você. Isso é coisa de hacker.
- Hein?
- Invadiram seu perfil M., no orkut. E provavelmente foi através dele que chegaram no blog.
- Como você sabe disso?
- Tudo indica que estão querendo nos afastar. Por isso perguntei a você se contou sobre a nossa viagem. Só o meu irmão sabia que iríamos viajar juntos. M existe alguém que não gosta de você e que está visivelmente tentando te prejudicar.
- Mas como... não compreendo. Como você pode saber disso?
- M. Nós passamos 5 dias maravilhosos juntos. Você não acha que já te conheço um pouco? Um pouquinho que seja? Tá na cara que isso não foi você que fez. Até por que...Respiro fundo afinal eu tinha um segredo pra revelar.
- Até porque eu já sabia. Sabia que você era uma admiradora do meu trabalho. Que você participa e bastante nas comunidades do orkut e é a responsável pela atualização do blog deste fã-clube.
- Você sabia? Pergunta incrédula.
- Sempre soube. Temos uma equipe que controla tudo que sai a nosso respeito na mídia. Controla não seria bem a palavra, afinal não temos controle do que escrevem sobre nós. Mas é uma forma de saber o que andam falando. Além disso você acha que eu me apaixonaria por alguém sem saber pra quem entrego meu coração?
M me olha novamente nos olhos, fixamente. Como amo esse olhar.  Ficamos um tempinho assim. Delicadamente passo meus dedos enxugando suas lágrimas. Seguro seu rosto fazendo um leve carinho. M então volta a chorar, um choro de alivio, de alegria, felicidade. Abro meus braços para que ela se aconchegue.
- Vem cá, vem. Convido.
Ela vem até mim e me beija, um beijo carinhoso, doce e apaixonado que correspondo na mesma proporção. Volto a olhar para ela, seus olhos possuem um olhar meigo, apaixonante.
- Você tem alguma idéia de quem possa ser?
- Não. A mínima. Ainda não entendi direito tudo isso. Como você sabia? Como você sabe?
Pego novamente o envelope, abro e retiro uma das folhas, a do blog.
- Tá vendo isso aqui. Aponto para um dos textos.
- Sim. Mas eu não escrevi isso. Eu lembro muito bem. Nesse dia eu escrevi...
- Você escreveu sobre o show em BH. Eu lembro perfeitamente desse texto. Um texto muito bem escrito por sinal. E foi nessa folha que percebi que se tratava de fraude. Quando a nossa equipe de comunicação e imagem me mostrou esse texto na época que você escreveu ele me impressionou bastante. Pedi inclusive que acompanhassem mais de perto o blog e que se fosse necessário, fornecesse informações para vocês, pois percebi a seriedade, o carinho e o cuidado para com as informações passadas aos seguidores do blog.
- Tá, agora entendi. Mas quem pode ter feito uma maldade dessas comigo? Com você?
- Só pode ser alguém que conhece nós dois. Que sabe que nos conhecemos ou que pelo menos moramos no mesmo prédio.
M fica pensativa por alguns instantes. Meio que buscando alguma pessoa conhecida. Ela se vira para mim e respondemos juntos.
- Tuca ou Elaine.
- É também pensei neles. Acho até que o Tuca. Pois você disse que terminaram tudo não é? Só pode ser vingança dele.
- Não Victor. Ele não faria isso. Não é o jeito dele.
- E Elaine? Lembra que ela não falou nada que não estávamos namorando? Pelo que pude perceber, na época, ela até insinuou o contrário pra você.
- É verdade. Depois que você me contou tudo, ela não tocou mais nesse assunto. Se bem que eu também não. Mas por que? Pra que? O que ela ganha com isso? Eu não entendo, sinceramente não entendo.
- M. Afago sua cabeça reconstando-a em meu ombro. Infelizmente existem pessoas invejosas nesse mundo. Pessoas egoístas que querem tudo pra si.
- Eu sei. Não sou tão ingênua quanto pareço. Mas eu não fiz nada pra ela fazer isso comigo. Nada!
- Bom. Agora o negócio é fazer o seguinte: você, quando chegarmos em casa, entra na internet e troca todas as suas senhas. Pra que não façam mais estragos. Tudo. Absolutamente de tudo. Não só do orkut e do blog. Esses caras são perigosos e sabe-se lá o que mais fizeram. Nós só vimos isso aqui. E isso pode ser só a ponta do iceberg. E fica esperta quanto a Elaine e Tuca. Não dá mais pistas sobre nada. Melhor, já sei o que vamos fazer.
- O que? M olha pra mim curiosa.

terça-feira, 22 de novembro de 2011


Chego na produtora e entrego para a Georgiana as contas a serem pagas. Ia entregar também o envelope pardo mas desisti e fiquei com ele entrando na sala de reuniões.
Cumprimento todos, ainda faltam alguns, sento ao lado do meu irmão. Pego o envelope e coloco em cima da mesa.
- O que é isso? Pergunta o Leo.
- Ainda não sei. Chegou agora a pouco, em casa.
- Posso? Pergunta ele fazendo menção em pegar o envelope.
- Pode. Dou de ombros.
Ele pega o envelope lê e vira procurando o remetente.
- Tá sem remetente!?!
- Pois é, também achei estranho. Deixa aí depois da reunião eu abro.
- Não acredito! O Senhor Curioso não vai abrir não é?
- Acho que esse apelido mudou de dono, não foi? Respondi rindo e pegando o envelope de volta colocando-o na mesa.
Começamos a reunião, e papo vai papo vem até esqueço do bendito envelope. A reunião termina. Me despeço de todos e pego o envelope. Falo com meu irmão. Dou-lhe um abraço apertado. Vou para o carro e quando coloco o envelope novamente no banco do carona minha curiosidade fala mais alto. Quase que automaticamente pego-o e abro. Então o choque.
São diversas folhas. Páginas e mais páginas impressas, são páginas da rede de relacionamento orkut. Olho com calma e vejo os comentários. A cada um que leio, mais sentimento de raiva tenho. Olho os outros comentários também e vejo um rosto conhecido. Olho com mais atenção então identifico a foto. Era M, meus olhos viam mas meu coração não queria acreditar no que eu lia. Continuo a folhear, agora é um blog. Um blog famoso que passa informações sobre a nossa carreira, minha e do meu irmão. E novamente vejo a foto de M estampada. Respiro fundo e tento manter a razão, mas minha mente ferve. Como podem fazer isso. Falar tais coisas. É um absurdo! Pessoas que parecem não ter vida própria, não sabem o que amor, o que é amar. Fico simplesmente revoltado com o que vejo. Volto a pegar o envelope, me certifico que não tem remetente. Covarde! Por que não se revela? Não coloca a cara a tapa. Fala, agora assume o que fala, prove! Com muita raiva, até mesmo ódio no coração, coloco tudo de volta no envelope e resolvo tirar essa estória a limpo e somente uma pessoa poderá esclarecer tudo. M. Ligo o carro e sigo direto para o seu trabalho.
São diversas folhas. Páginas e mais páginas impressas, são páginas da rede de relacionamento orkut. Olho com calma e vejo os comentários. A cada um que leio, mais sentimento de raiva tenho. Olho os outros comentários também e vejo um rosto conhecido. Olho com mais atenção então identifico a foto. Era M, meus olhos viam mas meu coração não queria acreditar no que eu lia. Continuo a folhear, agora é um blog. Um blog famoso que passa informações sobre a nossa carreira, minha e do meu irmão. E novamente vejo a foto de M estampada. Respiro fundo e tento manter a razão, mas minha mente ferve. Como podem fazer isso. Falar tais coisas. É um absurdo! Pessoas que parecem não ter vida própria, não sabem o que amor, o que é amar. Fico simplesmente revoltado com o que vejo. Volto a pegar o envelope, me certifico que não tem remetente. Covarde! Por que não se revela? Não coloca a cara a tapa. Fala, agora assume o que fala, prove! Com muita raiva, até mesmo ódio no coração, coloco tudo de volta no envelope e resolvo tirar essa estória a limpo e somente uma pessoa poderá esclarecer tudo. M. Ligo o carro e sigo direto para o seu trabalho.
Chego em frente ao trabalho de M. Estaciono o carro e vou para a porta do prédio. Fico ali a esperar pela sua saída. Preciso seriamente conversar com ela. No horário de sempre as pessoas começam a sair. Fim de expediente. Logo, quem aparece é Elaine. Ela me vê e abre o sorrisão largo. Vem ao meu encontro. Só espero que não tente me beijar a boca até por que com a raiva que estou sentido sou capaz de uma grosseria sem fundamentos.
- Oi Victor? Veio me encontrar? Por que não ligou? Poderia dar um jeito e sair mais cedo. Disfarçou.
- Oi Elaine. Não. Não vim te ver. Já conversamos sobre isso esqueceu? Não vai rolar. Eu vim mesmo é falar com M. Ela veio trabalhar, não veio?
- E esse envelope. O que é? Perguntou propositalmente.
- Coisa minha Elaine. Coisa minha. Ó lá vem ela.
M tinha descido no outro elevador, depois de Elaine. Ao chegar na rua e ver Elaine e Victor conversando sentiu um nó na garganta. Será que ele mudou de idéia? E resolveu ficar com ela? E aquele envelope que ele batia impacientemente nas mãos. O que seria? M foi em direção deles pois assim que a viram apontei pra si.
- Oi Victor. Tá tudo bem?
- Precisamos conversar. Disse respirando fundo. Você vem comigo?
- Claro!
- Tchau Elaine. Me despeço.
- Poxa! Não rola uma carona não?
- Não! Sou catedrático pois estou bastante aborrecido.
Pego M pela mão e vou para o estacionamento. Ela está assustada com minha reação.
- Victor! Tá tudo bem com você? Tô te achando nervoso. O que aconteceu?
- Vem comigo. Preciso conversar seriamente com você. Vamos.
Digo quase que puxando-a pelo braço. Seguimos calados até o carro. Entramos, coloco o envelope em cima do porta-luvas e dou a partida. Saímos, não queria ir para casa. Essa conversa teria um fim. Bom ou ruim. Ainda não sei. Mas seria definitiva para o rumo de nossas vidas.
Enquanto me afasto com M Elaine fala sozinha.
- É M pensou que iria ficar com ele é? Vamos ver quem vai ficar com quem. Vamos ver. Ele hoje te esculacha. Te joga pra escanteio. Aí ... Ah! Aí é a minha vez de entrar em campo. E eu só entro pra ganhar. Aliás. Jogo ganho esse. Perdeu M. Perdeu!
Fomos o tempo todo do caminho em silêncio. Eu tentando controlar minha ira enquanto que M assustada ao me ver tão transtornado. Quando M percebe que não estamos fazendo o caminho de casa, fica preocupada.
- Esse não é o caminho de casa. Pra onde estamos indo?
- Fica calma. Vamos pra um lugar sossegado. Onde poderemos conversar sem sermos interrompidos. Respondi secamente.




segunda-feira, 21 de novembro de 2011


Em casa Elaine recebe Tuca e Pendrive, codinome do hacker, eles entram na sala então Elaine explica o que será o serviço do hacker.
- Presta atenção. Eu quero que você invada o orkut. Sei que não é uma coisa difícil afinal sempre aparecem caras como você por lá.
- Sei. Falou um jovem com cara de CDF, óculos de grau com lentes grossas e roupas de aparência desleixada.
- Você terá que invadir o perfil dessa garota aqui. E entrega o nome completo de M. Não faço a menor idéia de como está o nome dela no perfil mas se você buscar por qualquer comunidade de fãs dos cantores Victor & Leo você deve acha-la. Disse entregando junto uma foto de M.
- Victor & Leo? Não são aqueles viados que cantam musica caipira?
Elaine só faz uma cara de poucos amigos para o rapaz, que se cala. Elaine continua.
- Assim que você conseguir invadir o perfil dela você terá que copiar páginas em que mostram comentários dela, pode ser recados, tópicos, não importa. O importante é que apareçam o nome dela. Não me interessa o que ela diz, o importante é que mostre que foi ela que disse.
- Você quer que eu altere o que ela disse?
Elaine então sorri. Ele entendeu perfeitamente.
- Mas ... isso tem um preço. Diz o rapaz.
- Não se preocupe esse detalhe é com Tuca. Disse já olhando para o mesmo.
Elaine deu mais algumas instruções ao hacker e despachou-os.
-Pronto. Agora eu quero é ver se ela fica com Victor mesmo.
A semana passa, Elaine e M trabalham normalmente. Elaine tenta manter seus hábitos os mais normais possíveis. Teve somente um único contato com Tuca durante a semana, parece que o Pendrive descobriu um blog que é atualizado por M. Excelente. O seu plano seria melhor do que tinha planejado. Eu e M nos encontramos no elevador algumas vezes, conversamos pouco, amenidades como o tempo, as correrias, as farras da nossa viagem. Nada demais. Na quinta viajei novamente. Rotina de shows. No domingo seguinte, Tuca procura Elaine em seu apartamento.
- Você aqui? Não combinamos nada.
Ele lhe entrega um envelope pardo. Ela abre, confere o conteúdo e sorri. Perfeito!
- Agora já deu. Pega o envelope de volta, para surpresa de Elaine. Isso aqui tem um preço e bem caro, mocinha!
Elaine lhe olha com raiva. Manda ele entrar e enquanto ele espera na sala ela vai para o quarto e volta com um outro envelope, bem mais cheio. Entrega a Tuca que confere o conteúdo.
- Você não fez cópia disso não né?
- Não. Tá tudo aí. Mentiu.
- Agora sim. Esqueça que eu existo. Para o seu próprio bem. Disse já se levantando e deixando o envelope pardo sobre a mesa de centro e saindo em seguida. Assim que fecha a porta Elaine fala pra si própria.
- Vai acreditando que você se livrou de mim Tuca. Vai acreditando.
Ainda naquela noite Elaine termina de arquitetar seu plano mirabolante. Prepara tudo e fecha o envelope. Como era domingo a noite iria aos correios no dia seguinte antes do trabalho. O seu sorriso e seu ar de confiança a estimulavam a seguir em frente. Amanhece e a rotina se segue, para todos. M se prepara para o trabalho, eu para voltar para casa e Elaine ... bom Elaine, nem dorme direito de tanta ansiedade. Ela antes de abrir a agência dos correios já estava na porta, envelope pardo nas mãos, sorriso de felicidade no rosto e a impaciência de sempre. Assim que sai da agência dos correios, mãos vazias, vai para o trabalho cantarolando feliz.
O dia transcorre bem tranqüilo. M nem desconfia da turbulência que a aguarda. Chego em casa logo depois da hora do almoço. Como gosto de comida caseira, almoço tarde, mas na minha casa. No dia seguinte, igual ao anterior porém uma diferente novidade. A tarde, em casa me preparando para ir a produtora recebo os correios. D. Graça separa tudo para mim, contas, propagandas, revistas, catálogos e etc. Junto vem um envelope grande e pardo. Ela estranha pois não tem remetente e o endereço foi impresso direto no envelope. Deixa em separado, por último, pois não sabe o que se trata. Assim que saio do quarto, vejo D. Graça na sala separando tudo.
- Correios?
Ela confirma com a cabeça.
- Alguma conta pra pagar?
Ela me entrega as contas que já estavam separadas.
- Obrigado, tô indo pra produtora, a senhora tá precisando de alguma coisa pra casa?
- Não seu Victor, tá tudo certinho.
- Tá certo então. Se lembrar ou precisar de alguma coisa tô no celular. Tenho uma reunião, mas nada importante, não devo demorar por lá não.
Já com a porta aberta, pronto pra sair...
- Seu Victor!
- Diga D. Graça.
- Chegou esse envelope aqui. Não sei do que se trata, não tem remetente.
Ela me entrega o envelope. Viro e confirmo o que ela disse. O mais estranho é que o endereço tá impresso direto no envelope. Como se alguém tivesse colocado ele diretamente numa impressora.
- Estranho. Vou levar comigo. Se for conta já deixo com a secretária pra pagar pra mim.
- Uma boa tarde pra senhora e até amanhã. Me despeço.
- Até amanhã.
Sigo até a produtora, no caminho vejo o tal envelope em cima do banco do carona. Minha curiosidade começa a atiçar.

domingo, 20 de novembro de 2011


Durante esse tempinho...
M chega em casa, fecha a porta e suspira fundo. Acabou e por pouco muito pouco não acaba pior do que pensava. Será que D. Matilde percebeu alguma coisa. Torcia para que não. Deixa a sua valise no quarto e vai tomar um banho. Tirar a poeira da estrada, assim que termina seu banho, coloca uma roupa limpa e vai para o trabalho. Quando chegasse a noite arrumava tudo. Assim que chega na repartição Elaine vem ao seu encontro.
- Oi amiga! E aí como foi o feriadão?Você tá com uma cara ótima. E os seus pais? Elaine parecia solicita demais pra M que desconversou.
- Foi tranqüilo. Em casa tá tudo em paz. E se foi para sua mesa trabalhar.
Assim que foi despachada por M Elaine voltou para sua mesa, pegou o celular e mandou uma mensagem para Tuca: ELA JÁ VOLTOU. TRATE DE IR LÁ. ELAINE.
No final do dia M se despede de todos. Viajar e ir trabalhar no mesmo dia deixou-a bastante cansada. Foi para casa mas ao sair do prédio em que trabalhava deu de cara com Tuca que a esperava na rua.
- Tuca?
- Oi. Podemos conversar? Na paz.
M respira fundo e concorda.
- Vem, eu te levo pra casa. Diz todo atencioso abrindo a porta do carrão, que pra variar estava parado em lugar proibido
- Não Tuca. Eu já te falei, não querem que você entre no prédio.
- Oras, eu não entro. Fico com você na porta, pode ser?
Ela novamente concordou. Tuca era um cara muito esperto, sempre dava um jeito de resolver as situações ao seu favor. Ela entra no carrão dele e ele entra em seguida dando a partida e rumando para o prédio de M. Foram o caminho todo em silêncio. Ela pensando no que ele queria e ele em como resolver para voltar com ela. Assim que chegam ao prédio Tuca estaciona bem em frente a entrada principal. Eles tiram o cinto então ele começa a falar:
- M queria tanto ter falado contigo antes mas não consegui. Seu celular dava só fora de área. E o seu telefone de casa não atendia. Queria que você me perdoasse, sei que fui um monstro contigo. Super grosseiro. Mas quero muito reatar o nosso namoro. Eu te amo e faço qualquer coisa pra que você me perdoe. Disse fazendo caras e bocas de arrependimento.
- Tuca. Acho que esse nosso relacionamento não tem mais jeito. Não te quero mal, mas entenda, não combinamos então é melhor sermos somente amigos.
- Poxa M! Por favor, me dá uma chance. Eu prometo pra você que vou mudar. Eu juro!
- Não dá Tuca. Infelizmente não dá. Sabe eu viajei nesse feriado...
- Viajou? Pra onde? Com quem? Tentou obter as informações que Elaine queria mas não tinha conseguido.
- Viajei sim. Fui visitar meus pais.
- Que bom! Se entenderam então.
- Isso não vem ao caso agora Tuca. Por favor! Cortou o interrogatório. A viagem foi importante pra colocar minha cabeça em ordem. Não dá mais. Eu não quero continuar me enganando. Esse nosso compromisso não tem futuro. O máximo que posso te dar é a minha sincera amizade, nada mais do que isso.
Tuca fica mudo diante de tanta firmeza, tanta segurança de M. Bom, ele fez a parte dele. Agora Elaine que se virasse.
- Tá certo. Não vou mais te perturbar com esse assunto então. Se é assim que você prefere. Assim será. Amigos então? Disse estendendo a mão para M.
- Amigos. Concordou M apertando a mão de Tuca.
Eles se despedem e M sai do carro para logo em seguida subir. Assim que entra no elevador Tuca saca o celular do bolso e liga pra Elaine.
 - Ai! Não deu certo não. A pirralha não quer voltar. Fiz a minha parte agora é só com você.
Elaine solta os cachorros em Tuca. O acusa de incompetente, corpo mole  e tal. Então bate o martelo.
- Você vai ter que me ajudar, senão já sabe.
- Porra! Já deu cara. Fiz o que podia ser feito. Ela não quer. O que você quer que eu faça? Obrigue ela a voltar pra mim? Tá cheirada, tá?
- Não. Quem é viciado aqui é você. Seguinte, você ainda tem contato com aquele hacker?
- Tenho por que?
- Entra em contato com ele e venham aqui em casa ainda hoje. Sem falta. Senão já viu né!
- Tá, tá. Vou ver se consigo falar com ele. Mas não prometo ir hoje não. Não depende só de mim.
- Se vira! Disse desligando o telefone em seguida.
Tuca bufou, não tava gostando nem um pouco de ficar nas mãos de Elaine. Tinha que tira-la do seu caminho. Nem que fosse de forma truculenta. Olhou para o prédio de M. Seu Calixto estava na portaria, olhando fixamente para o carro de Tuca com uma expressão bem séria. Tuca dá a partida e se vai. Resmungando.
- Babaca!
A noite o telefone de Elaine toca, era Tuca.
- Ó o cara não tá na cidade não. Só chega no sábado, então só domingo eu poderei ir aí com ele.
- Você pensa que sou idiota é Tuca.
- Cara, eu tô falando a verdade. Porra, o que você quer que eu faça? Tudo o que você me pede eu faço, só que nem sempre dá pra fazer do jeito que você quer quanto mais quando você quer.
- Tá mas saiba que tô ligada em você viu. Bobeia comigo e já sabe!
- Eu sei! Eu sei!
O resto da semana corre tranqüilamente afinal uma semana com 3 dias úteis... No sábado M descobre com Rafael que o Victor viajou. Devem ser os shows pensou. Quando chega o domingo a tarde...

sábado, 19 de novembro de 2011


Chegamos na recepção do hotel, pegamos nossas chaves e nos encaminhamos para o elevador. Fernanda está silenciosa e isso me perturba. Curioso para saber o que tá escrito no bilhete, mas também me calo. Nos despedimos no elevador. Um beijo suave mas consigo arrancar dela a promessa de nos reencontramos para jantar. Vou para o meu quarto, tomo uma boa ducha, troco de roupa e me deito, cochilando em seguida. Passeio de barco é ótimo mas também cansa. Acordo tarde, já é noite, olho o relógio e vejo que estou bem no horário combinado de jantar com Fernanda. Ainda bem que não perdi a hora, detesto me atrasar. Troco de roupa rapidamente e desço pra encontra-la no restaurante.
Chego lá mas ela ainda não desceu, respiro aliviado então. Procuro uma mesa discreta, quero ficar a vontade com minha acompanhante, espero não ver os tais acionistas, periga eles virem até ela pedir informações sobre trabalho. Logo que me acomodo vejo Fernanda na entrada do restaurante, me procurando. Um maitre vem ao seu encontro, mas logo ela me localiza e dá um belo sorriso. Ela tá linda, vestindo estampado tomara que caia, realçando o bronzeado do dia.
Fernanda dispensa o maitre e vem em minha direção. Seu andar firme e elegante me deixam em transe. Como é bela a Fernanda. Nos cumprimentamos, puxo a cadeira para que se sente. Assim que me acomodo vem a triste notícia.
- Meu querido, infelizmente não vou poder ficar pra jantar contigo. Vim na verdade me despedir.
- Como assim se despedir, ainda temos o domingo todo pra aproveitar. Respondi incrédulo.
- Victor...
Fernanda respira fundo.
- Lembra dos dois bilhetes que recebi? Um ontem a noite quando voltamos do nosso passeio na praia e o outro hoje ainda no cais?
Concordei com a cabeça.
- Então. Estão me chamando de volta a Londres, urgente. Problemas nas bolsas européias. Não poderei ficar nem mais um dia por aqui. Estou embarcando ainda hoje a noite de volta pra Europa. Tentei ficar mas infelizmente não posso mais adiar meu retorno. Eu sinto muito, queria muito ficar mais aqui, nesse lugar, com você. Mas não posso.
Em seguida Fernanda se levanta, eu me levanto também. Nos despedimos com um beijo suave, no canto dos lábios.
- Espero sua visita em Londres, não esqueça de me procurar quando for pra Europa tá. Recomenda.
- Eu vou. Pode esperar. E ainda vou fazer um show só pra você. Prometi.
Ela sorriu. Se virou e se foi. Como um sonho que se acaba. Voltei a sentar, veio o garçom, mas não tinha fome. Agradeci. Levantei e voltei para o meu quarto, triste.
Chegando ao meu quarto, deito na cama e ligo a TV, precisava me distrair um pouco e tentar esquecer minha frustração. Acabo adormecendo com a TV ligada e acordando somente no dia seguinte. Levanto, tomo um banho, troco de roupa e desço pra tomar meu café. Depois do café dou uma volta, vou até o cais. Mas o iate de Fernanda não está mais lá. É a confirmação que o meu sonho acabou realmente. Dou um suspiro profundo. Olho ao redor.
- Hora de voltar pra casa Victor. Digo para mim mesmo em voz alta.
Volto ao meu quarto, arrumo minhas coisas então ligo pra recepção, solicito que fechem minha conta. Com tudo pronto, desço pro hall do hotel. Lá encontro o Sr. Ricardo, o gerente.
- Sr. Victor. Gostaria de mais uma vez agradecer sua participação no nosso Lual. Não se preocupe com a sua conta. Já está tudo acertado. Espero que tenha gostado do nosso hotel e que volte.
- Eu é que agradeço. Foi tudo perfeito. E voltarei sim, um dia, se não for a trabalho com certeza será a passeio. Muito obrigado!
Aproveito e ainda no hotel alugo um carro pra poder ir pro Rio de Janeiro, para lá no aeroporto do Rio devolve-lo. Assim aproveitaria um pouco mais da paisagem desse belo Estado.

 
 

Chego ao Rio logo depois do almoço, que aproveitei e almocei na estrada mesmo. No aeroporto entrego o carro alugado e consigo um vôo de volta pra Minas pra dali a uma hora. No meio da tarde, casa. Ainda bem.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Todos os compartimentos do iate têm o mesmo estilo de decoração. Chegamos no andar acima e estamos numa espécie de ante-sala ela me indica o quarto e quando faz menção de sair puxo-a pela mão fazendo nossos corpos se juntarem. Seguro-a firme pela cintura e beijo-a cheio de desejos, Fernanda corresponde aos meus beijos então aos poucos vou conduzindo-a em direção ao quarto que me apontou. Entramos no quarto e olho rapidamente a direção da cama. Estou louco de desejos de possui-la e ela não dá sinais contra então sigo em frente com meus carinhos.

 
Deito-a carinhosamente na cama, retiro minha camisa e deito por cima de seu corpo escultural. Beijei Fernanda ardentemente e ela me abraçava forte de encontro ao seu corpo. Aos poucos, sem nenhuma pressa fomos nos livrando de nossas roupas. Nos entregamos um nos braços do outro e nos amamos no ritmo das ondas do mar. Assim que nos saciamos deito ao seu lado, ela se recosta em meu peito se aconchegando, faço carinhos em seus cabelos perfumados. Ficamos ali silenciados pelo barulho do mar, entregue a caricias e beijos apaixonados. Depois de um tempo Fernanda se levanta me puxa pelo braço para que me levante também.
- Vem, temos um dia inteiro de sol lá fora para aproveitarmos.
Ela coloca seu maiô novamente e eu coloco meu short. Pego o boné, os óculos escuros e já ia saindo e esquecendo o protetor solar que ficou numa pequena bolsa que trouxe comigo e que tinha ficado na ante-sala. Ela me lembra do protetor, então volto para busca-lo. Voltamos para a parte externa do barco. O céu azul e limpo com o sol forte era um convite para um mergulho. Enquanto fiquei ali passando protetor Fernanda foi passar orientações para o piloto. Ela volta e me avisa.
- Daqui a pouco vamos parar para um mergulho tá.
Eu apenas concordei com a cabeça. Ficamos ali, curtindo aquele belo dia de sol. Angra é um lugar espetacular, seu mar de um verde escuro profundo misturado com as ilhas fazem de lá um local impar.


Em pouco tempo sentimos o barco diminuir a velocidade, pelo visto chegamos ao nosso local de mergulho. O barco pára, então Fernanda se levanta e me convida para um mergulho o que atendo prontamente. Vamos para a beira do barco e caímos nas águas frias de Angra dos Reis. Delicioso banho de mar. Ficamos ali entre carinhos e brincadeiras. Olho uma praia deserta na ilha próxima de onde paramos. Volto a olhar para Fernanda que parece ter tido a mesma idéia que eu. Começamos a nadar em direção a essa praia.




Chegamos lá e nos atiramos nas areias brancas, cansados do  pequeno esforço físico. Ficamos um tempo assim, eu de olhos fechados sentindo o calor do sol sob meu corpo. Passado alguns minutos Fernanda se levanta e vai tirar a areia do corpo na beira da praia. Ela volta, como é lindo seu andar, sublime e elegante. Passa por mim e diz:
- Vamos explorar um pouco a ilha?
E se vai em direção a mata. Eu rapidamente me levando, dou um leve mergulho pra tirar também a areia do corpo e a sigo mata adentro. Não é uma mata fechada, tem bastante coqueiros e o chão é somente areia branca da praia. Não vamos muito longe pois seguro Fernanda pelo braço, puxando-a novamente para mim, beijando-a. Sinto uma atração por essa mulher sem explicação. Com os corpos colados vou levando-a aos poucos em direção a uma árvore. Retiro seu maio com urgência, urgência de senti-la novamente, sua pele macia e perfumada, seus beijos doces e carinhosos. Posiciono-a contra o tronco de uma árvore e ali mesmo, junto a natureza, nos entregamos novamente aos nossos desejos. Desejos de nossa carne, saciar nossas vontades físicas de sentirmos outra vez um ao outro. Assim que nos satisfazemos voltamos a nos vestir, voltamos para a praia e sentamos na beira do mar. Ela se senta entre as minhas pernas, recostada em meu peito. Eu a envolvo em meus braços e beijo carinhosamente seu ombro descoberto. Ficamos ali, admirando o esplendor do lugar até nos recuperarmos completamente. Depois de descansados decidimos voltar ao barco pois o dia estava apenas começando. Levantamos e voltamos ao mar, nadando até o iate de Fernanda.
Logo depois de nos sentarmos o motor é religado. Impressionante o funcionário da Fernanda, eficiente e discreto, desde que embarcamos não o vimos mais. Mas ele tava lá, a postos. Nosso passeio foi ótimo, almoçamos no próprio barco. Depois de mais uma parada para um mergulho quando voltamos a mesa estava posta. Um almoço bastante frugal.


Ficamos sentados em espreguiçadeiras no convés do iate enquanto cortávamos as águas de Angra a tarde toda. Conversamos, namoramos, e nos amamos muito, foi um passeio delicioso.


 Com o sol já se pondo voltamos ao cais do hotel. Um belo por de sol diga-se de passagem.

 
Depois de atracados, desembarcamos e somos recebidos por um funcionário do hotel que entrega um bilhete pra Fernanda. Ela lê o bilhete e o guarda.
- Problemas?
- Negócios somente. Diz um pouco séria. Vamos? Tenta sorrir mas vejo que o bilhete não trouxe boas notícias.