- Você nunca mais repita o que fez a pouco entendeu? Disse
olhando para mim.
- Você concordou que ela entraria no camarim. Fiz a minha
parte. Cumpra com a sua. Retruquei.
- Tá. Mas toma cuidado. Lembre-se daquela de Brasília há um
pouco mais de um mês.
- Pode deixar. Pode deixar. Não queria continuar aquele
diálogo. Queria mesmo é que tudo aquilo acabasse logo para só dar atenção e
carinho para minha loirinha.
Ele sai do camarim e a nossa doce rotina recomeça. Portas
que se abrem, sorrisos, fotos, abraços e agradecimentos de ambas as partes.
Enquanto isso na frente do palco...
- Aí meninas, eu vou lá então. Não posso perder essa chance.
- Vai sim Carine, aproveita que ele embarcou na sua. Eu vou
ficar aqui com o Adriano. Sabe como é, tenho que fazer uma média com o maridão,
disse Aline.
- Ai Carine, me leva? Eu juro que não fico de vela não. Só
queria uma foto com eles. Depois eu saio e fico aqui com a Aline. Leva vai.
Implora Sabrina.
- Vamos ver Sabrina. O segurança me disse pra não sair
daqui. Quando ele chegar tento te levar comigo mas se ele reclamar não vou
insistir não amiga. Não perco essa chance de ficar com o Galego por nada nesse
mundo.
O segurança aparece logo em seguida, com um sorrisinho nos
lábios irritante.
- Vamos? Convida.
- Olha só. Estou com uma amiga, e ela não vai ficar sozinha
aqui não. Ela entra comigo tudo bem? Tenta argumentar Carine.
Ele fecha a cara e fica em silêncio alguns instantes e
lembra das palavras do Victor. “Já falei com o empresário. Você vai lá e
busque ela para mim. Ela é especial. Especial entendeu?”
Bom se ele falou com o empresário quem sou eu pra
contraria-lo. Se não levo essa moça quem se ferra sou eu. Pensa.
- Tá mas ela faz a foto e sai. Não pode ficar lá não. Tá!
Carine e Sabrina se entreolham felizes. Ambas iriam realizar
seus sonhos. Seguiram a orientação do segurança. Alguma espertinhas e invejosas
foram junto pra ver se conseguiam algo na aba. Na porta do camarim todas foram
barradas. De repente a porta se abre, era o empresário com o segurança. O
mesmo aponta para Carine e fala algo no ouvido do empresário. A gritaria
para tentar entrar era imensa. O empresário aponta para Carine e fala com o
segurança da porta.
- Ela. É ela que vai entrar.
O segurança segura no braço de Carine que imediatamente
segura no de Sabrina. Mas o segurança repreende.
- Não. Ela não. Só você. Tenho ordens de deixar só você
entrar.
- Se ela não entrar comigo não entro. Bateu o pé Carine.
Tinha alguma coisa de diferente. O segurança da frente do
palco tinha parado um pouco para pensar mas deixou ela levar a amiga. Então
arriscou novamente.
O segurança que tinha falado com Carine na frente do palco
nota que ela não entra. Ela lhe olha e olha para a Sabrina, voltando a olha-lo.
Ele cochicha mais alguma coisa no ouvido do empresário. Esse faz cara de
poucos amigos. Bufa mas acaba consentindo. Entram as duas. E a porta se fecha.
As “papagaios de pirata” ficam a ver navios.
Carine agradece aos dois, o segurança e o empresário, é uma moça educada e tinha insistido para a amiga entrar também.
Então era bom manter algum laço com eles, mesmo que por gratidão. O segurança a
leva e a amiga para junto da porta do camarim. Nesse momento a porta se abre,
algumas fãs estão saindo de lá. Eu olho de relance para o lado de fora e vejo a
minha loirinha, ao lado do segurança. Abro um sorriso de felicidade. Ela veio.
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