domingo, 4 de setembro de 2011


Me despedi das meninas e saí batido antes que D. Matilde me pegasse pra cristo. No bar me encontrei com meus amigos e pra minha “sorte” descobri que fui o único de carro, todos estavam de táxi então eu acabei sendo o motorista da rodada, vacilo meu. A noite foi tranqüila, divertida e relaxante, é sempre bom encontrar os amigos e bater um papo despreocupado. Para M foi perfeito. Na sua festa a fantasia Elaine a apresentou a um amigo, Tuca, que não desgrudou de M nem um segundo depois disso. Quando cheguei em casa vi um carro estacionado na frente do portão social do prédio. Entrei na garagem mas pude notar que era M no banco do carona. Estacionei meu carro e fui rapidamente para o elevador, não estava disposto a encontra-la novamente.
Não sei explicar mas algo dentro de mim me incomodava com a imagem que tive ao chegar no prédio. M nos braços de outro homem, como? Se nem nos conhecemos direito? Então ouço um barulho de passos, salto alto.
Quando ela me ve vejo que suas bochechas ficaram vermelhas e eu também fiquei um pouco sem graça. Puxo assunto:
- E ai nos encontramos de novo né? 
Ela riu e logo me respondeu: 
- Pois é imagina se tivéssemos combinado algo. 
Nossa por que ela estava me respondendo grossa daquela maneira, nem parece que tinha se dado bem naquela noite. Eu é que devia estar assim, alem de sair e ficar a noite inteira ao lado de um monte de homens não tinha beijado ninguém. Mais tudo bem aquilo não era hora de ficar fazendo gracinha com ninguém. O silencio toma conta do lugar. Chega no andar da srª M, abro a porta, afinal sou cavalheiro, ela agradece e dar boa noite. Eu retribuo lhe desejando também bom descanso.
Chego ao meu apê. Abro a porta já acendendo a luz da sala. Vejo que está tudo em ordem. Engraçada essa mania minha de sempre chegar e dar uma geral na sala como se precisasse reconhecer meu canto. Meu mundinho. Vou até a geladeira e abro buscando algo para beliscar. Vejo uma vasilha fechada. Pego. Coloco em cima da pia e abro. Curiosidades sem fim. Começo a rir. Não é que D. Graça fez o bolo da M? Logo me vem a sua imagem no elevador. Linda. E o perfume então? Sacudo a cabeça tentando afastar tais pensamentos. Queria ver se ela passaria pelo crivo do Nosso Empresário. Isso sim seria engraçado.
Retiro um pedaço do bolo e coloco em um prato. Pego um copo de leite e sento a mesa da cozinha. Começo a comer e novamente minha mente começa a brincar comigo. Agora a lembrança de seu rosto sujo de farinha aparece mais viva do que nunca para mim. Por que estou pensando tanto nela? Eu hein. Nem a conheço? Deve ser por causa da minha eterna busca. Nãoooo. Ela não. Sacudo novamente a cabeça e me concentro no bolo. Delicioso! Ela realmente sabe cozinhar. Se bem que... quem fez esse foi a D. Graça e não ela. Termino meu lanche noturno. Coloco tudo dentro da pia. Desligo as luzes e vou para o meu quarto. Entro. Pego uma roupa confortável e vou em direção ao banheiro. Tomo uma ducha. Só pra tirar o suor e a poeira da rua. Volto ao quarto e me deito. Durmo imediatamente.
No dia seguinte, um sábado, acordo cedo, raridade isso. Levanto-me da cama. Olho o relógio digital na cabeceira e nem acredito. Nove horas ainda! Poxa. Vou em direção ao banheiro e abro a pia, molho meu rosto e me olho no espelho. Nossa! Meus cabelos estão enormes! Preciso corta-los. Faço minha higiene matinal. Troco de roupa e vou em direção a cozinha. D. Graça já está com os preparativos do almoço. E a mesa do café já está posta.  Dou bom dia. Ela se assusta.
- Bom Dia! Deu formiga na cama foi?
- Não. Só acordei mais cedo mesmo. Essa semana consegui colocar meu sono em dia. Vou aproveitar e vou ao barbeiro. A juba tá grande.
Ela me sorri como que concordando.
Tomo meu café. Vou ao meu quarto e pego minhas coisas. Volto a cozinha para me despedir.
- Já estou saindo. A senhora quando acabar aí pode ir viu. Não se preocupe com o jantar, como alguma besteira na rua já que tenho reunião a tarde com meu irmão.
- Tá certo seu Victor. Mas vou deixar tudo prontinho na geladeira, é só esquentar viu!
Concordei com a cabeça. D. Graça, uma ótima companhia. Minha mãe nas horas vagas.
Saio do apartamento, pego o elevador e vou para a garagem, pegar meu carro. Quando estou saindo do prédio vejo M saindo pelo portão principal. Meu Deus!

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