terça-feira, 27 de setembro de 2011


Ela me manda um beijo que finjo segurar com as mãos aconchegando-o em meu peito.
Volto a me virar, dessa vez olho para o teto. Suspiro novamente. Nossa! Tava precisando desses carinhos. Não preciso de analista nenhum. Só uma mulher muito carinhosa para resolver minhas angustias. Decidido então. Nada de análise, pelo menos por enquanto.
A porta do banheiro se abre e ela sai de lá muito sorridente, fico encantado com sua alegria, visível em seu semblante. Estou feliz também. Ela se senta na cama e fica me admirando. Então fala:
- Não dói não?
Eu sem entender a pergunta respondo:
- Dói? O quê?
- Ser lindo assim oras.
Começo a rir, então respondo:
- Se você conseguir me explicar como sua asinha quebrou...
- Asinha?
- É. Meu anjinho caído do céu.
Ela solta uma gargalhada.
- Depois dizem que você é carrancudo.
Ela se deita novamente ao meu lado se aconchegando em meus braços. Adoro ficar assim aninhadinho.
- Estou preocupada.
- Com o quê?
- Ah! Victor. Você sabe. Com o amanhã. Não quero ser vista como a aparição da vez.
- Aparição? O que é uma aparição? Algum fantasma?
Rindo ela me responde:
- Não. Aparição é o nome que dão as moças que ficam com você nos shows. Elas aparecem e desaparecem assim num estalar de dedos.
Nossa! Que juízo andam fazendo de mim. Sou pegador? Credo. Sou só um homem carente de amor em busca da sua cara metade.
- Bom, espero que você não suma de repente. Dá pra dar um tchauzinho antes?
Ela riu novamente. Parou. Olhou-me nos fundos dos olhos e aproximou seu rosto do meu. Voltamos a nos beijar. Seu beijo além de delicioso, era cheio de desejos. Ela tinha fogo. Não podia negar. Segurei seus braços afastando-a um pouco de mim.
- Toma um banho comigo QUERIDA CARINE?
Ela afirmou com a cabeça. Nos levantamos. Eu a abracei por trás beijando sua nuca. E disse baixinho.
- Vamos. Vou te dar um banho completo, meu anjinho.
Entramos no box em meio a brincadeiras. Posicionei ela bem embaixo do chuveiro. Abri a água fria. Ela deu um pulo com o choque térmico.
- Ô tadinha, disse rindo. Deixa eu te esquentar, deixa.
Ela mais do que depressa me puxou para debaixo da água fria. Pulei também. Ela riu.
- Vingancinha.
Fechei a torneira e abri a da água quente. Começamos a nos beijar novamente. Um beijo mais ardente do que o outro. Encosto-a na parede. Sinto que ela se arrepia com o contato das suas costas com os azulejos. Pressiono seu corpo com o meu. Nos amamos mais uma vez. Depois de saciados nos lavamos. Um deu banho no outro. Com direito a muitos beijos e carinhos. Saímos do banheiro aos amassos. Chego junto a cama e sou empurrado. Caio deitado, ela me olha, um olhar guloso. Sobe em mim e volta a me beijar ardentemente.
- Agora quem comanda aqui sou eu. Diz firmemente.
- Sou todo seu minha linda. Faça de mim o que você quiser.
Entreguei-me aos seus caprichos e passei a mais espetacular de todas as noites da minha vida.
 O dia já estava amanhecendo, nós dois ali, corpos exaustos, alma livre. Olho para ela, ali deitada ao meu lado toda preguiçosa.
- Então, você vem comigo?
- Para onde?
- Esqueceu anjinho, pra Santo Ângelo. Você me prometeu mostrar a cidade pra mim.
Ela sorriu se espreguiçando.
- Mas... como vamos fazer isso?
- Bom, você mora aonde? Mando alguém te levar de carro até a sua casa...
- Victor, eu não moro aqui. Disse me interrompendo um pouco decepcionada.
- Ah não?
- Não. Moro em Santa Rosa. Uma cidade aqui perto. Vim a Santa Cruz a trabalho e aproveitei minha estadia pra assistir ao show.
- Santa Rosa, Santa Cruz e agora Santo Ângelo. Tá explicado.
- Explicado?
- É. Só mesmo num lugar com tantos santos no nome das cidades pra uma anjinha cair do céu pra mim. O cara lá em cima tava me devendo. Rio. Levo um leve tapa no ombro.
- Convencido!
A abraço novamente. Aconchegando-a ainda mais em meus braços.
- Bom, nesse caso podemos fazer o seguinte. Mando alguém te levar até o seu hotel, rapidinho pra não ficar com muitas saudades, disse lhe apertando ainda mais. Você arruma suas coisas, fecha a conta e volta no mesmo carro. Aqui alguém te leva direito para o ônibus. Para que não te vejam entrar lá. Depois eu embarco e vamos juntos a Santo Ângelo. Podia ser Santo Antonio, não acha?

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