Fui para a sala e olhei pela janela, a rua tava deserta. De certo as pessoas atenderam aos apelos da prefeitura e ficaram em casa. Será que M já estava de pé? Será que tinha ido trabalhar? Ou será que o almofadinha do namoradinho dela veio vê-la. É melhor deixar
quieto. Sentei comendo minha maçã e liguei a TV. Era noticiário pra tudo quanto é lado, e o único tema era a tempestade de ontem. Fiquei ali distraído enquanto o almoço não saia.
Enquanto isso no apartamento da M...
Ela já estava de pé. Tinha o hábito de levantar cedo independente do horário que fora dormir. Ligou para o trabalho e ninguém atendeu. Queria saber se alguém tinha aparecido. Ainda durante a noite, enquanto voltava para casa, viu o caos em que a cidade se afundara. Era impressionante a força da natureza. Ligou a TV e viu que a prefeitura tinha decretado feriado nas repartições públicas. Ficou mais tranqüila. Tinha acabado de tomar posse no novo emprego e não podia ficar dando bobeira. Precisava se estabelecer. Ligou para Elaine e conversaram um pouco sobre as pendências para o próximo evento. Seria um festival de música que iria acontecer no Parque do Sabiá e seria seu primeiro grande evento no novo cargo. Assim que desligou o telefone o mesmo tocou. Foi atender e era Tuca, seu namorado.
- Poxa! Pensei que tinha acontecido algo com você. Não retornou minhas ligações.
- Bom dia pra você também Tuca. É que cheguei muito tarde e pensei que você estivesse dormindo.
- Dormindo eu tava mas fiquei preocupado.
Do outro lado da linha M fazia caretas. Esse relacionamento já estava fadado ao fracasso. Não conseguia acreditar. Parecia um sonho. Tinha beijado Victor Chaves. E beijado muitoooooooo. Dormiu feliz. Mas tinha decidido. Não diria nada sobre ser fã da dupla. Não queria que ele confundisse as coisas. Admirava seu trabalho mas não tinha como negar. Desde o dia em que se encontraram no elevador e ele pediu um pedaço do seu famoso bolo de coco gelado ficou encantada também pelo homem.
O dia passou tranqüilo, quase que como um domingo ou um feriado. Eu fiquei em casa e aproveitei pra arrumar algumas pendências caseiras. M fez o mesmo botando a casa em ordem. No dia seguinte levantei cedo e fui ao escritório. Estávamos voltando a nossa deliciosa rotina de shows. Mas confesso que estava um pouco triste. Não vi M ontem o dia todo e nem hoje pela manhã. Não sabia seus horários e também não quis perguntar pra ninguém, pra não me questionarem. Quando cheguei na produtora fui logo pra nossa última reunião do mês. É... estávamos entrando numa rotina bem pesada, seriam 20 dias direto fora de casa. Pensei em M mas não tinha como leva-la comigo além disso não sabia o que ela pensava sobre o acontecido na noite da tempestade. Tentei afastar tais pensamentos e me concentrar no trabalho.
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