terça-feira, 13 de setembro de 2011


A música relaxante, aquele barulhinho gostoso da chuva foi criando um clima. Continuava a nota-la, embevecido. De repente, sem querer, solto um suspiro. Ela me olha sem entender. Ficamos assim nos olhando e sem dizer nenhuma palavra, aproximamos nossos rostos. Não conseguia parar de olhar no fundo de seus olhos e ela nos meus. Cheguei mais perto. Já não comandava meus movimentos nem meus pensamentos. Aliás, não pensava em nada. Olho seus lábios e ela olha os meus. Nos aproximamos e sem nenhuma explicação nossos lábios se encontraram. Nos beijamos, um beijo tímido, suave e muito mas muito tranqüilo, como se fosse a coisa mais simples.  Afasto-me olhando-a novamente. Meu coração dispara, fico sem ar, pela minha espinha dorsal sobe um calafrio e só então entendo a expressão: “borboletas na boca do estômago”. Ela me olha profundamente, volto a me aproximar. Nos beijamos mais uma vez. Agora um beijo forte, intenso. Seguro-a pelos braços, como que com medo dela fugir de mim. Ela passa sua mão pela minha nuca. Ah! A nuca não. Meu ponto fraco...
Ficamos ali naquele clima gostoso, não falamos nada. Não precisávamos de palavras para expressar nossos sentimentos. Nos beijamos diversas vezes. Ela se aconchegou em meus braços e ficamos observando a chuva batendo no vidro do carro. Logo começa a estiar. Mas já não tínhamos tanta pressa assim. Passado mais um tempinho. Ela se afasta de mim e diz:
- É parece que parou mesmo.
Meio entristecido com essa separação repentina respondo:
- É. Parece que sim. Vamos tentar voltar pra casa?
- Vamos.
Liguei o carro e partimos. Voltei a rua junto ao rio, mas esse já havia retornado o seu volume. Diversos carros abandonados. Muitas pessoas ainda na rua. Tivemos uma certa dificuldade de sair daquele local devido a lama que tinha se acumulado. Chegamos no prédio. Abri a garagem e entramos. Estaciono o carro na minha vaga. M tira o cinto e pega sua bolsa no banco de trás. Enquanto ela calça os sapatos. Saio rapidamente do carro e dou a volta, abrindo a porta do carona para ela sair. Não é só aquele almofadinha que é educado não D. Matilde, pensei. Ela sai e faz um carinho em meu rosto. Seguro sua mão e beijo a palma fechando-a em seguida, para que guardasse meu beijo. Ela sorri. Seu sorriso era definitivamente encantador. Fecho a porta do carro. Passo meu braço pela sua cintura e vamos em direção ao elevador.
Como estava no 5º andar o elevador demora um pouco de descer. A abraço e beijo novamente, ela corresponde. O beijo? Nossa! Inexplicável. O elevador chega, abro a porta, ela entra e aperta o 3 e o 5. Olho meio que decepcionado. Ela percebe e só fala:
- Tá tarde!
Subimos calados. O elevador para no 3º ela abre a porta, se vira para mim e diz.
- Obrigada pela carona.
Segura meu braço puxando de encontro a si, me beijando docemente os lábios.
Eu sorrio e ela retribui o sorriso.
- Boa Noite. Me deseja.
- Pra você também. Respondo.
A porta do elevador se fecha e começo a subir. Suspiro alto. O que foi isso meu Deus! Penso.

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