quinta-feira, 15 de setembro de 2011


Ligo o chuveiro e entro. A água bate em meu rosto, descendo pelo meu corpo. Fecho os olhos e volto a pensar em M. No seu beijo. Ah! Que beijo. Termino meu banho, foi só pra tirar a poeira do corpo e afastar o cansaço. Me seco e visto minha roupa logo em seguida. Saio do banho indo direto pra cozinha. A fome bateu e bateu forte agora. Pego meu jantar no forno e ponho o prato no microondas para esquentar. Depois de quente, pego meu prato e sento na mesa da cozinha mesmo. Nossa! Maravilhoso. Só não é melhor do que o que minha amiga Juliana faz, mas mesmo assim tá muito bom.
Termino de jantar e coloco tudo dentro da pia. Vou para a sala e ligo a TV. Fico pulando os canais até que entra o jornal da madrugada. Paro pra ver as notícias. Logo fala da chuva que acabou há algum tempo. Mostra o trânsito, tudo parado, as pessoas perdidas e desoladas. Fico emocionado com os relatos. A cidade está completamente inundada. Há ainda muitos pontos alagados. Termina o jornal com o repórter dizendo: “A prefeitura da cidade decretou feriado nas repartições publicas e solicita a toda a população que não saia de casa pela manhã, a menos que seja inevitável. As escolas particulares também não terão aulas amanhã”. Um caos. Foi realmente um caos. Desligo a TV e vou para meu quarto. Preciso dormir um pouco. Deito e apago logo em seguida, com um leve sorriso no rosto.
Na manhã seguinte acordo com o telefone tocando. É o Leo:
- Pô, cara! Podia ter ligado né. Fiquei preocupado com você.
Logo cedo me passando sermão. Até parece que ele é o mais velho.
- Bom dia pra você também Leo. Eu cheguei muito tarde ontem. Eram mais de 2 horas da madrugada. Liguei só pra mãe. Não queria te acordar.
Tratei logo de me desculpar senão já viu. Ficaria a semana inteira me torrando a paciência. Olho o relógio na cabeceira e marcava quase 11 horas.
- Nossa! Já vai dar onze.
- Você ainda tava dormindo? Eita dorminhoco. Por isso que seu apelido era soneca na infância.
- Tá bom Leo. Chega. Me deixa em paz, tá. Tô cansado ainda. Mais tarde nos falamos.
Fui logo cortando o papo senão teria que ouvir suas gracinhas e normalmente não acordo de bom humor.
- Tá mas acho melhor desmarcarmos tudo e ficar em casa, o repórter...
Antes que ele continuasse eu o cortei.
- Eu sei, eu vi o jornal da madrugada. Tá Leo. Nos falamos depois. Tchau.
- Tá bom, quando você acordar me liga. Precisamos resolver algumas pendências. Tchau.
Me espreguicei um pouco, não tinha vontade de levantar. Olhei novamente o relógio e disse para mim mesmo: É Victor Chaves. A vida não para. Vamos acabar logo com essa preguiça e levantar dessa cama. Enrolei mais um pouco e levantei. Fui ao banheiro, lavei meu rosto e escovei meus dentes. Voltei ao quarto e troquei de roupa. Fui até a cozinha e D. Graça já estava a toda com o almoço.
- Bom dia Sr. Victor. Acordou tarde, né!
- Bom dia D. Graça. É. Ontem cheguei muito tarde por causa da chuva.
- O senhor ficou preso na chuva?
- É fiquei sim mas não foi de todo mal não.
- Como assim? Não entendi?
- Deixa pra lá D. Graça, deixa pra lá. Disse sorrindo.
- O senhor viu meu bilhete?
- Vi sim. Não se preocupe com isso não. Tá tudo bem.
- O senhor vai ainda tomar café ou prefere esperar o almoço?
Olhei a mesa um pouco indeciso. Peguei uma maçã e respondi.
- Vou ficar só com essa maçã mesmo e espero o almoço.
- Tá certo! Já já fica pronto.

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