sexta-feira, 30 de setembro de 2011


Enquanto isso em Uberlândia ...
M estava triste, cabisbaixa, desde a tempestade não tinha mais visto o Victor. Apesar da correria dos últimos dias para que o evento não fosse cancelado não conseguia tira-lo da cabeça. Mesmo com toda pressa e loucura que foram os últimos dias mas com a colaboração de todos conseguiram manter a programação. Decidiram não cobrar ingressos e sim fazer uma arrecadação de alimentos não perecíveis e roupas a serem doados aos desabrigados da tempestade. No meio da semana Tuca liga para M.
- Oi gata!
- Oi Tuca! Respondeu desanimada. Desde que beijara Victor, M tinha perdido o interesse por Tuca.
- Nossa mas que oi mais chocho. Tá cansada?
- É. Aqui ainda tamos correndo. São muitas coisas a serem feitas.
- Mas será que você não tem mais nem um tempinho pra mim, não? Poxa, tô carente, desde aquela chuva toda não nos falamos. Você aí se dedicando ao serviço e eu aqui só chupando dedo.
Tuca era um bom rapaz, um pouco pegajoso, mas integro e de boa família. Tinha gostado de M. Moça alegre, divertida, responsável. Mas sentia que ela já não era mais a mesma desde que tinha furado com ela no dia da tempestade. Ah! Mas não iria arriscar a ter seu Cherokee novinho todo sujo de lama pra ir busca-la no trabalho. Inventou uma desculpa, tudo bem que muito esfarrapada, mas não foi.
- É o meu trabalho Tuca. Você sempre soube.
- Eu sei gata, eu sei. Mas nem um jantarzinho a dois?
M respirou fundo. Tinha que por um fim naquela estória. Não dava pra ficar com um e com o pensamento em outro. Pensou por alguns instantes.
- Oiê... você ainda tá ai? Insistiu Tuca.
- Tá certo. Você me pega as 20 hrs?
- Perfeito. As 20 hrs passo no seu apê. Respondeu alegremente. Beijos gata.
- Outro. Respondeu M secamente.
Assim que desligou o telefone M foi abordada por Elaine, sua “melhor amiga” , da repartição.
- Almoçamos juntas? Nossa que carinha é essa? Quem era no celular? Problemas?
- Ai amiga! Era o Tuca.
- Mas vocês estão brigados?
- Não. Quer dizer, mais ou menos. Vamos fazer o seguinte: almoçamos juntas sim e te conto tudo. Tô no maior dilema.
- Tá certo então.
Na hora do almoço, M e Elaine saem e vão almoçar num restaurante perto do trabalho. M explica seu problema para Elaine, informando-a que desde o ocorrido na noite da tempestade não tinha visto mais o Victor.
- É M. Entendo a sua angustia. Mas não querendo ser estraga prazeres. Você já pensou na possibilidade de ele não estar interessado? Dizem que ele pega todas mas não assume ninguém.
- Poxa, mas foi tudo tão lindo. Ele foi tão carinhoso comigo. Será?
- Ai M. Não caia nesse conto não. Eles são verdadeiros príncipes até conseguirem o que desejam, depois... bom depois esquecem que existimos. Você sabe muito bem. Eu se fosse você investia no Tuca, ele é um cara legal.
- Ahh! Mas é muito açucarado pro meu gosto.
- Bota água que dilui. Disse rindo.
- Você é tão sem graça às vezes Elaine.
- Sou, mas você gosta. Riu.
M riu também mas ficou com o que Elaine disse martelando em sua mente.
O resto do dia transcorreu na mesma correria da manhã. Faltavam 10 dias para o evento mas ainda tinham muitas coisas para resolverem. Logo que chegou em casa, M tomou um belo banho, passou seu hidratante e vestiu uma linda roupa. Passou a tarde toda pensando no que Elaine tinha lhe aconselhado durante o almoço e decidira deixar tudo como estava. Se realmente tivesse sido só uma aventura para o Victor iria surpreende-lo tratando como se nada importante tivesse acontecido. Teria uma conversa séria com Tuca. Estava em busca de um relacionamento duradouro, não um passatempo qualquer. E se ele estivesse de acordo, iria assumir esse relacionamento na sua vida. Iria convida-lo a acompanha-la no Festival, assim todos saberiam que seu coração tinha dono. Apesar dela mesma duvidar quem era o verdadeiro dono.


Terminada nossa rotina estava livre para cair nos braços do meu anjinho loiro. Saio do camarim e ela estava ali toda sorridente. Pego em sua mão e vamos por outro corredor, nosso carro com vidros escuros nos esperava com o motor ligado. Entramos e vamos direito para o hotel. Ainda no carro começo a agarra-la. Tenho urgência. Sinto seu perfume adocicado.
- Hum! Que perfume delicioso.
- Gostou? Coloquei ele só pra você.
- Nossa! Dá vontade de morder. E lhe dou uma mordidinha no pescoço.
Chegamos ao hotel e entramos direito pela garagem. Carine, já tinha entendido o esquema então colaborou sendo bastante discreta. Fomos direto para o meu quarto entramos e assim que fechei a porta ela veio para cima de mim. Me prensou contra a porta e me beijou loucamente. Correspondi ao beijo apertando-a contra o meu corpo. Começamos a nos despir. A urgência de nossos corpos não nos permitiam palavras. Aliás, elas não eram necessárias nesse momento. Quando retirei sua blusa e vi sua lingerie preta com detalhes em vermelho enlouqueci.
- Nossa! Assim você me mata. Uma mais linda do que a outra.
Ela puxa meus cabelos levando meus lábios de encontro ao seu colo. Beijo-a até perder o fôlego. Arrancamos nossas roupas. O desejo nos consumia. Nos amamos ardentemente a noite inteira. Quando já estava amanhecendo e nossos corpos extenuados de tanto amor. Nos abraçamos e então lhe disse:
- É. O que é bom sempre dura pouco.
- Concordo. Mas... podemos repetir. Quando você quiser.
Viro de lado e sorrio para ela. Olho para a janela e vejo que o dia já está claro.
- Banho?
Ela sorri e concorda com a cabeça. Levanta me puxando pelo braço.
- Só se for agora.
Fomos em direção ao banheiro entre beijos e amassos. Novamente nos amamos, o fato de sabermos que em breve nos separaríamos deixava-nos com mais ânsia de nos entregarmos a momentos como aqueles. Terminamos nosso banho de forma bastante carinhosa. Agora que estava saciado fisicamente queria lhe encher de carinhos. Novamente pedi o café no quarto. Para dois. Logo alguém da produção bateria na porta me chamando para ir embora. Ela se arruma. Tomamos nosso café entre muitos gestos carinhosos e brincadeiras. Estávamos felizes.
Suspiro e ela percebe minha tristeza.
- O que houve meu lindo?
- Tá acabando.
- É verdade. Mas sabíamos que iria ser assim. Diz isso afagando meus cabelos.
- Mas eu quero mais. Muito mais.
- Bom. Quando você quiser me procura. Vou estar aqui. Linda, cheirosa e sorridente para você.
Sorrio. É sempre bom ouvir essas promessas mesmo que saibamos que elas nem sempre se cumprem.
- Tive que rodar o Brasil todo pra encontrar alguém assim, tão pra cima e com uma energia tão boa como você. E agora...
Ela me cala com um beijo.
Terminamos nosso café. Ela me olha e diz. Tenho que arrumar minhas coisas, fechar a conta, essas burocracias.
- Não se preocupe com a conta. Eu pago.
- Eu tenho como pagar Victor... Então é a minha vez de cala-la com um beijo, ardente.
- Você já me pagou. Com muito carinho e amor.
Nos despedimos tristemente. Meu coração estava sangrando. Pensei que seria para sempre. Mas o sempre só durou dois dias. Ela sai do meu quarto e quando fecho a porta sinto um aperto forte em meu peito. Viro, respiro fundo e começo a arrumar minhas coisas. É, a rotina nem sempre é doce.
Saio do hotel mas ainda no hall a vejo conversando com o meu empresário. Eles se despedem. Fico ali olhando-a de longe. Como queria estar em seus braços. vou para o ônibus. E da janela com o ônibus já em movimento. Mando –lhe um beijo e aceno tristemente. Acabou. Agora é seguir meu caminho. Minha busca. Minha eterna busca.

Logo conquistou definitivamente meu empresário. Fiquei aliviado assim ele relaxava um pouco e parava de pegar no meu pé. Reconheço que fiquei um pouco enciumado mas era bom ver que se dava com todos presentes.
 Terminamos o almoço. Ela se encaminhou para pagar sua fatura no caixa. Rapidamente tirei a comanda de suas mãos. Ela se vira para mim e diz meio que contrariada.
- Ei! Eu posso pagar tá!
- E quem disse que eu não vou te cobrar? Puxei ela para perto de mim e sussurrei em seu ouvido. Só que não será em dinheiro não. Mordi levemente sua orelha deixando-a toda arrepiada.
Voltamos ao ônibus, o clima era dos mais agradáveis. Carine conquistara a todos com seu bom humor e sua presença de espirito. Algumas pessoas brincaram com ela mas ela não se deixou ficar por baixo. Tinha resposta para tudo. Sem agredir ninguém mostrou que sabia perfeitamente bem se defender sozinha. Voltamos aos nossos lugares e logo o ônibus retornou a estrada, continuamos nossa rotina. Hoje bem mais leve e descontraída.
Chegamos ao hotel Alexandre vem até nós e lhe estende a mão. Ela me olha desolada.
- Desculpa meu anjo, mas é melhor assim. Respondo com um aperto no coração. Pelo menos por enquanto.
Ela sorri meio triste. Beija a minha face e se levanta saindo do ônibus junto com o Alexandre.
Depois que todos saem é a minha vez e a do Leo. Respiro fundo e vamos a nossa rotina. Estou de alma leve e coração tranqüilo. Minha loirinha consegui me acalmar. Somos recebidos por diversas fãs. Fotos, presentes, abraços. Todo carinho é sempre muito bem vindo. Massageia a alma. Carine é encaminhada para um quarto, ao lado do meu. Sabe que tenho compromissos então só nos veremos logo mais, a noite, depois do show. Ela entra em seu quarto e suspira fundo. Resolve dormir um pouco, a noite anterior não pregou o olho nem um instante e estava disposta a repetir a dose nesse.
O dia passa rápido, digo a tarde, pois chegamos ao hotel em Santo Ângelo por volta das 15 hrs. Logo a noite cai. Volto ao hotel depois de diversas entrevistas para imprensa local. Paro na porta do seu quarto mas fico reticente de bater. Decido que é melhor deixa-la quietinha. Além disso, tava cansado da noite anterior e sabia que teria outra tão movimentada pela frente. Resolvo descansar um pouco. Precisava repor as energias para o show de logo mais. No lado de dentro, nossa homenageada dormia profundamente.
Mais tarde ela acorda, toma um belo banho e passa seu perfume favorito. Arruma-se toda, Alexandre tinha a instruído. Na hora do show alguém da produção viria busca-la. Ela já estava com a pulserinha de produção. Vestiu-se elegantemente. Calça legging com um camisão branco longo e scarpin preto. Tinha escolhido a dedo sua lingerie. Preta com fru frus vermelhos. Queria mata-lo de uma só vez. Na hora combinada batem em sua porta. Um dos produtores lhe sorri e a convida:
- Vamos?
- Vamos sim. E o Victor? Pergunta ansiosa.
- Tá se preparando. Pediu pra você espera-lo depois do show. Agora vocês não podem ser vistos juntos.
Ela concorda e sai do hotel com o produtor. Vai de carro para o local do show. Lá é direcionada para a área vip. Mas com acesso a frente do palco. Tudo sob as minhas orientações. Queria ela perto das minhas vistas. Enquanto isso, começo meus preparativos para o show. Cuidados com minha aparência, barba, cabelo, e etc. Alongamento, aquecimento de voz e tudo mais que a nossa rotina exigia.
A rotina, essa doce companheira foi perfeita, nada deu errado. Muita alegria, muita emoção. Casa cheia, quando as luzes da frente do palco se acendem, não fico mais ansioso na minha
eterna busca sei que ela está lá, me assistindo, curtindo esse momento mágico comigo. Olho e ela está lá, quietinha na frente do palco, sentadinha junto a grade. Sorrio e ela me sorri de volta. Fico tranqüilo, aquela minha ansiedade a muito não me perturba mais. Continuo o show em certos momentos flerto com ela, sorrio e faço gracinhas para as fãs, às vezes ela fecha a cara. Mando-lhe um beijinho e ela volta a sorrir para mim. Sabe que sou só seu. Terminamos o show. Só uma palavra o define. Perfeito
As cortinas se fecham. A magia acabou. Volto para o camarim mas sinto algo diferente em mim. Não tenho aquela angustia de antes. Acho que ME APAIXONEI. Estou feliz, de alma e coração leves. Sei que ela está ali, a me esperar. Seguimos com a nossa rotina. Sinto urgência em terminar tudo. Só para ir ao seu encontro. Me aconchegar em seus braços. AMÁ-LA. Então começa o entra e sai do camarim. Beijinhos, abraços, fotos, agradecimentos de ambas as partes, mais beijinhos. Um entra e sai sem fim. Começo a ficar irritado. Nossa! Isso não acaba nunca? Quando de repente entra o meu empresário. Sozinho. Eu pergunto:
- Acabou?
Ele me sorri e diz:
- Não. Falta eu, MEU AMOR! E se direciona para mim, fazendo biquinho e querendo me abraçar. Todos começamos a rir e o Leo não perdoa. Vou deixa-los a sós. Não quero atrapalhar o romance. Empurro ele.
- Sai pra lá Jaburu!

Não foram direto para o hotel. Foram para um estacionamento na entrada da cidade. Ela embarcou no ônibus e Alexandre a orientou para se sentar em uma das poltronas na parte de trás. Junto estava o Godin dele. O ônibus saiu do estacionamento, entrou na cidade, todos paravam para olhar o ônibus. Cidade pequena é assim, tudo que é novidade, todos param para ver. Parou em frente ao hotel. Tinham várias fãs na porta então Carine achou melhor fechar as cortinas das janelas próximas a ela. Não queria e nem podia ser vista ali. Ficou quietinha esperando seu Galego.
Logo o pessoal da produção começou a entrar no ônibus assim que viram ela ali sorriam e a cumprimentavam com a cabeça. A cada sorriso ela se sentia mais incomodada, como um estranho no ninho, mas por ele valia a pena qualquer constrangimento. Entraram os músicos. Cada um ocupando seu lugar, mas estranhamente nenhuma das poltronas perto dela foram ocupadas. De repente vem o empresário, ele a olha e vem em sua direção.
- Tudo bem? Te trataram direitinho?
Era todo solicito, estranhou tanta simpatia mas resolveu ser simpática também, afinal não custava nada. Logo ouviram-se os gritos, eram eles, saíram rapidamente e entraram no ônibus. Quando subiram para o segundo andar do ônibus o Leo olhou para Carine sorriu e acenou discretamente, sentou-se mais no menos no meio do ônibus, em seguida vim eu. Dei uma busca com os olhos procurando meu anjinho loiro. Quando a vi sentadinha, abraçada ao meu violão. Sorri e lhe mandei um beijinho. E disse:
- Espera aí tá! Só um pouquinho.
Ela consentiu com a cabeça. Me sentei uma poltrona atrás do Leo, também junto a janela e acenei para as fãs que estavam do lado de fora. Tinha que manter a discrição. Assim o ônibus começou a se movimentar e logo pegou a estrada. Tínhamos cerca de 5 horas de viagem pela frente. Ótimo. Teria mais tempo para minha loirinha. Quando tudo se acalmou e vi que estávamos no embalo da viagem levantei e fui ao seu encontro. Como combinado, ninguém se sentou perto dela assim poderíamos ficar mais a vontade.
Cheguei perto dela e reparei em seus trajes: blusa azul com os punhos dobrados e uma calça clássica, quando reparo em seus pés vejo que calça uma sandália aberta deixando seus lindos pezinhos a mostra. ADORO! Pés. Sou fascinado por eles. Sorrio e lhe dou um beijo carinhoso. Sento ao seu lado e pego meu violão e guardo no guarda volumes no alto do ônibus. Sou ciumento com minhas coisas, tudo bem que ela é bastante carinhosa e não iria estraga-lo mas mesmo assim...
- De sandalinhas é linda!
- É. Me responde meio sem graça. Meus pés costumam inchar um pouco quando fico muito tempo sentada.
- Tadinha. Vamos fazer o seguinte. Coloca eles aqui ó.
Disse batendo em minhas coxas para que ela colocasse seus pés em meu colo. Ela sorriu e se virou colocando suas pernas sobre as minhas. Retirei delicadamente cada sandália. Beijando delicadamente cada dedinho. Ela soltou um suspiro longo. Eu sorri. Começo a massageá-los. Ficamos ali naquele carinho gostoso e começamos a conversar. A noite anterior não tivemos essa chance diante da urgência de nossos desejos. Seu papo era gostoso, seu humor, incomparável e se mostrou uma mulher independente e segura de si. Tinha escolhido a mulher certa para mim. Não me cobrava nada, não me pedia nada até por que o que ela quisesse ela vinha e pegava sem pedir licença. Discreta, divertida, carinhosa e com um ótimo humor. Ou seja, PERFEITA!
Logo o ônibus começa a diminuir sua velocidade. Eu penso. Nossa! Já chegamos? Ela olha pela janela sem entender, faltava muito pra chegarmos ao nosso destino. Tava na hora do almoço então paramos na estrada para a nossa refeição, em um restaurante de beira de estrada.
Descemos todos e como estávamos longe de olhares dos curiosos saímos de mãos dadas. Entramos no restaurante, tava vazio, melhor assim podíamos comer sem sermos interrompidos. Compreendo a fãs, muitas não sabem quando terão outra oportunidade de nos encontrar assim tão de perto mas admito. Nas horas das refeições... é chato pacas! Nos servimos e sentamos todos em duas mesas grandes num canto do restaurante. Carine logo se tornou o centro das atenções. O meu empresário se sentou ao seu lado e ela se mostrou além de tudo muito engraçada, todos riam de seus comentários. Então ela resolve contar piadas, uma mais terrível que a outra, ninguém se agüentava de tanto rir.
Foi guando Carine se vira para o meu empresário e pergunta:
- Você conhece a piada das formigas japonesas? 
Ele já com um sorriso nos lábios disse:
- Não. Pensei que as formigas fossem só brasileiras.
- Então... existiam duas formiguinhas japonesas. Disse puxando os olhos com os dedos, imitando um japonês. Todos riam. Aí uma chegou perto da outra e perguntou: “qual o seu nome? E a outra respondeu: FU. Fu? É FUrmiga, e o seu? OTA. OTA? É OTAfurmiga.”
Não tinha como não rir. Ela era impagável. Foi o centro das atenções o almoço inteiro.

Ela ri e concorda com meu plano. Fechamos mais alguns detalhes da nossa viagem. Brinquei dizendo que podia ser de lua-de-mel. Se bem que não era má idéia. Carine era uma moça doce e ao mesmo tempo quente. Sua volúpia sexual me fascinava.
- Vamos dormir um pouco. Disse toda manhosa.
- Tá cedo. O dia acabou de raiar.
Disse já me virando por cima dela e beijando-a. Nos amamos mais uma vez. Como era bom estar com ela.
Depois de nos satisfazermos. Liguei para a recepção e pedi um café no quarto. Para dois. Ela se levantou da cama e começou a se vestir. Fiz o mesmo. Daí a pouco tempo estaríamos no ônibus rumo a Santo Ângelo. Tomamos nosso café em meio a brincadeiras. Um servindo o outro. Assim que terminamos ela pegou sua bolsa e veio até mim. Me deu um beijo ardente e disse:
- Vou andando pra não atrapalhar a sua saída.
Detesto separações mas tive que concordar.
- Espera.
Liguei para um dos nossos produtores e lhe explique o que queria. Assim que desliguei disse:
- Pronto. O Alexandre tá te esperando no hall do hotel. Você vai num pé e volta no outro ouviu.
Ela riu. Beijou-me novamente e se despediu.
- Até daqui a pouco Galego Gostoso.
Eu ri.
- Até. Anjinha da asa quebradinha.
Assim que fechei a porta senti um vazio em meu peito. A noite tinha sido maravilhosa e com certeza a próxima não seria diferente. Valeu a pena peitar o Nosso Empresário dessa vez. Virei para o quarto, respirei fundo e comecei a arrumar minhas coisas. Sou um pouco desorganizado então, tava tudo espalhado, cada coisa num canto. Arrumei tudo e fiquei esperando me chamarem para irmos embora. Carine fez o que combinamos, discretamente desceu e foi abordada pelo Alexandre. Ele a levou até a garagem do hotel de onde saíram de carro. Foram até a pousada onde ela tava hospedada.
- Te espero aqui fora tá. Disse Alexandre. Mas não demora muito saímos em 40 minutos do hotel.
- Pode deixar. É só o tempo de trocar de roupa e fechar a conta. Sou rápida.
E assim foi. Quando entrou na pousada deu de cara com sua amiga Aline.
- Menina. Chegando a essa hora?
- Vem comigo que te conto tudo. Preciso da tua ajuda. Tamos indo viajar.
- Tamos? Como assim? Você vai viajar com ele, sua louca.
- Vem, no caminho te conto. Disse puxando a amiga pelo braço.
Ela enquanto se trocava pediu para Aline fechar a mala e ligar para a recepção a fim de fechar sua conta. Em vinte minutos tava se despedindo da amiga e entrando novamente no carro.
- É você cumpre com a palavra. Disse Alexandre.
- Não tenho por que faltar com ela.
- É mas estão todos preocupados.
- Com o quê?
- Com o que você vai fazer depois que formos embora. Sabe como é, não quero te ofender. Mas normalmente as mulheres se apaixonam por ele e começam a inventar diversas estórias.
- Não se preocupe então com isso Alexandre. Fui bem clara com ele. O queria por uma noite apenas nada mais do que isso. Se acontecer algo além dessa duas noites que ficarmos juntos é lucro. Não interessa a ninguém.
Suas palavras e sua segurança e firmeza tranqüilizaram Alexandre. Não gostava de se meter nesses assuntos mas o empresário exigiu que ele tocasse nesse assunto com ela pra saber até onde aquela estória iria.

terça-feira, 27 de setembro de 2011


Ela me manda um beijo que finjo segurar com as mãos aconchegando-o em meu peito.
Volto a me virar, dessa vez olho para o teto. Suspiro novamente. Nossa! Tava precisando desses carinhos. Não preciso de analista nenhum. Só uma mulher muito carinhosa para resolver minhas angustias. Decidido então. Nada de análise, pelo menos por enquanto.
A porta do banheiro se abre e ela sai de lá muito sorridente, fico encantado com sua alegria, visível em seu semblante. Estou feliz também. Ela se senta na cama e fica me admirando. Então fala:
- Não dói não?
Eu sem entender a pergunta respondo:
- Dói? O quê?
- Ser lindo assim oras.
Começo a rir, então respondo:
- Se você conseguir me explicar como sua asinha quebrou...
- Asinha?
- É. Meu anjinho caído do céu.
Ela solta uma gargalhada.
- Depois dizem que você é carrancudo.
Ela se deita novamente ao meu lado se aconchegando em meus braços. Adoro ficar assim aninhadinho.
- Estou preocupada.
- Com o quê?
- Ah! Victor. Você sabe. Com o amanhã. Não quero ser vista como a aparição da vez.
- Aparição? O que é uma aparição? Algum fantasma?
Rindo ela me responde:
- Não. Aparição é o nome que dão as moças que ficam com você nos shows. Elas aparecem e desaparecem assim num estalar de dedos.
Nossa! Que juízo andam fazendo de mim. Sou pegador? Credo. Sou só um homem carente de amor em busca da sua cara metade.
- Bom, espero que você não suma de repente. Dá pra dar um tchauzinho antes?
Ela riu novamente. Parou. Olhou-me nos fundos dos olhos e aproximou seu rosto do meu. Voltamos a nos beijar. Seu beijo além de delicioso, era cheio de desejos. Ela tinha fogo. Não podia negar. Segurei seus braços afastando-a um pouco de mim.
- Toma um banho comigo QUERIDA CARINE?
Ela afirmou com a cabeça. Nos levantamos. Eu a abracei por trás beijando sua nuca. E disse baixinho.
- Vamos. Vou te dar um banho completo, meu anjinho.
Entramos no box em meio a brincadeiras. Posicionei ela bem embaixo do chuveiro. Abri a água fria. Ela deu um pulo com o choque térmico.
- Ô tadinha, disse rindo. Deixa eu te esquentar, deixa.
Ela mais do que depressa me puxou para debaixo da água fria. Pulei também. Ela riu.
- Vingancinha.
Fechei a torneira e abri a da água quente. Começamos a nos beijar novamente. Um beijo mais ardente do que o outro. Encosto-a na parede. Sinto que ela se arrepia com o contato das suas costas com os azulejos. Pressiono seu corpo com o meu. Nos amamos mais uma vez. Depois de saciados nos lavamos. Um deu banho no outro. Com direito a muitos beijos e carinhos. Saímos do banheiro aos amassos. Chego junto a cama e sou empurrado. Caio deitado, ela me olha, um olhar guloso. Sobe em mim e volta a me beijar ardentemente.
- Agora quem comanda aqui sou eu. Diz firmemente.
- Sou todo seu minha linda. Faça de mim o que você quiser.
Entreguei-me aos seus caprichos e passei a mais espetacular de todas as noites da minha vida.
 O dia já estava amanhecendo, nós dois ali, corpos exaustos, alma livre. Olho para ela, ali deitada ao meu lado toda preguiçosa.
- Então, você vem comigo?
- Para onde?
- Esqueceu anjinho, pra Santo Ângelo. Você me prometeu mostrar a cidade pra mim.
Ela sorriu se espreguiçando.
- Mas... como vamos fazer isso?
- Bom, você mora aonde? Mando alguém te levar de carro até a sua casa...
- Victor, eu não moro aqui. Disse me interrompendo um pouco decepcionada.
- Ah não?
- Não. Moro em Santa Rosa. Uma cidade aqui perto. Vim a Santa Cruz a trabalho e aproveitei minha estadia pra assistir ao show.
- Santa Rosa, Santa Cruz e agora Santo Ângelo. Tá explicado.
- Explicado?
- É. Só mesmo num lugar com tantos santos no nome das cidades pra uma anjinha cair do céu pra mim. O cara lá em cima tava me devendo. Rio. Levo um leve tapa no ombro.
- Convencido!
A abraço novamente. Aconchegando-a ainda mais em meus braços.
- Bom, nesse caso podemos fazer o seguinte. Mando alguém te levar até o seu hotel, rapidinho pra não ficar com muitas saudades, disse lhe apertando ainda mais. Você arruma suas coisas, fecha a conta e volta no mesmo carro. Aqui alguém te leva direito para o ônibus. Para que não te vejam entrar lá. Depois eu embarco e vamos juntos a Santo Ângelo. Podia ser Santo Antonio, não acha?

Ela sorriu novamente e entrou sem pestanejar. Fecho a porta do quarto. Agora era só nós dois e o nosso desejo. Admito que estava ansioso. A muito não me envolvia com alguém muito menos com uma mulher tão segura de si. Ansioso e curioso para ver no que essa noite iria dar. Puxo-a pelo braço de encontro ao meu corpo. Olho fixamente no fundo dos seus olhos. Eles se inflamam. Puro desejo. TESÃO. Chego meus lábios perto dos seus, roçando-os levemente. Ela brinca com o nariz, me dando um beijinho de esquimó. Sobe suas mãos pelo meu peito. Acariciando-o. Ela termina seus carinhos me segurando os cabelos da nuca. Ah! A nuca não. Meu ponto fraco... Me puxa ao seu encontro com firmeza e me beija. Nossa! Que beijo, que volúpia tem essa mulher. Entrego-me aos seus caprichos sem medo. Começamos a nos despir entre muitos abraços apertados, mordiscadas de orelhas e beijos. Um mais ardente do que o outro. Adoro mulheres decididas, que tomam a iniciativa. Tiro sua blusa e vejo que sua lingerie é xadrez, preta e branca. Acaricio seus seios por cima do sutian e pergunto:
- Isso tudo é só pra mim?
- É meu tudo. Só pra você. Me responde sussurrando em meio a gemidos de prazer com meu toque em sua pele alva.
- Então você veio de caso pensado né! Brinquei.
Ela não me respondeu, só olhou no fundo dos meus olhos e me beijou ardentemente.
Terminamos de tirar nossas roupas e a levei para a cama, segurando carinhosamente suas mãos. Nos sentamos sem parar de nos beijarmos. Deitei ela vagarosamente na cama e junto ia descendo sobre ela. Estávamos febris, nossos corpos ardiam de desejo um do outro. Sem esperar mais, desço minhas mãos por suas costas soltado o fecho do sutian. Volto a subir minhas mãos pelos seus ombros deslizando com os dedos as alças e libertando seu peito que arfava de ansiedade. Desço minhas mãos acariciando cada parte de seu corpo parando em sua cintura. Olho para seu rosto, olhos fechados, a luz da rua deixa ela com um ar de Deusa. Começo então a beijar cada milímetro de seu corpo, descendo, chego a sua cintura. Adoro umbigos. Beijo o seu ardentemente, brincando com a minha língua o buraquinho na sua cintura. Ela se contorce de prazer. Me puxa pelos cabelos beijando novamente. Sinto suas mãos macias deslizarem pelas minhas costas parando em minhas nádegas. Sinto um leve aperto. Não me contenho e dou uma mordidinha no lóbulo de sua orelha. Ela geme e sussurra em meu ouvido.
- Para de me torturar e me tome de uma vez.
Atendo ao seu pedido retirando a última peça que faltava dos nossos trajes. Tomo-a para mim. Com força e urgência. Nos amamos loucamente.
Quando nossos corpos se acalmaram e a urgência cedeu espaço para a tranqüilidade, a  beijei carinhosamente, me deitei ao seu lado suspirando levemente. Pronto. Acabou. Virei-me de lado para contempla-la. Ela fez o mesmo, sorrindo lindamente para mim.
- Você é incrível sabia QUERIDA CARINE.
- Sabia! Respondeu sorridente.
Ri também. Puxei seu corpo para junto ao meu, aconchegando-a em meus braços. ficamos um tempinho ali, entre beijos e carinhos. Como era bom estar ao lado de alguém que sente o mesmo que você, por você. Depois de breves instantes ela sai de meus braços. Não suporto essas separações repentinas. Ela se senta na beirada da cama cobrindo seu corpo com o lençol. Vira-se para mim e pergunta:
- Posso usar o banheiro?
- Claro meu anjo.
Ela se levanta do leito e eu a acompanho com os olhos. Linda e elegante, mesmo enrolada num lençol. Ela para na porta do banheiro. Sorri e diz:
- Volto já!
Sorrio de volta.
- Não demore então. Já estou com saudades.

Novamente ela faz aquela carinha de dúvida. E ainda coloca o dedinho nos lábios. Não me contenho e começo a rir.
- Pode ser um mês? Disse rindo.
Então é minha vez de brincar. Faço cara de quem tá pensativo. Adoraria mais infelizmente... Demoro um pouco pra responder. Ela fica preocupada com minha reação. Então respondo:
- Duas noites então. Mas você terá que viajar comigo. Pode ser?
- Viajar? Para onde? De que? Tinha o seu trabalho, tudo bem podia faltar um dia, inventaria uma desculpa depois mas não queria se comprometer. Sentia uma forte atração pelo galego mas não estava disposta a se tornar a APARIÇÃO da vez.
- Amanhã estou na estrada novamente. Vamos para Santo Ângelo, conhece?
- Ahh! Aqui perto. Conheço sim, bela cidade.
- E você não gostaria de me apresenta-la? Vamos no ônibus, sem problemas.
Não podia negar. Passar dois dias ao lado daquele homem incrível era o sonho de todas as moças que conhecia, suas amigas mesmo as do orkut (aí meninas, todo mundo na estória! kkkkk).
- Fazemos o seguinte, vamos para algum lugar mais tranqüilo e combinamos tudo. Pode ser?
Ela era rápida no gatilho. Gostei. Gostei não AMEI!
- Tá certo. Vamos para o hotel?
- Mas e as fãs? E a imprensa? Ai Victor, me desculpe, adoro você. Tô super afim de sair daqui contigo mas não quero criar alarde com a minha presença. Sou uma pessoa discreta.
- Não se preocupe minha linda. Tenho tudo esquematizado. Você vai ver. Ninguém saberá que estamos juntos. Pelo menos por enquanto.
Saímos por um outro corredor. Longe dos flashes e olhares curiosos. Do lado de fora o carro com os vidros escuros já nos aguardava com o motor ligado.
Entramos e saímos dali em seguida.
Chegamos ao hotel e entramos direto na garagem. O motorista tava bem orientado. Discreto sequer olhou pelo retrovisor. Aproveitei pra conhecer um pouco minha companheira dessa noite que se apresentava ser inesquecível. Carine é uma jovem de 27 anos, alegre, falante e muito, mas muito divertida. Rimos bastante no caminho para o hotel. Sem problemas com seu corpo, se bem que, pra mim ela era perfeita. Nem gorda, nem magra. No ponto. Afinal quem gosta de osso é cachorro e como estava na terra do churrasco, queria mais é carne!
O carro para junto ao elevador, nele um dos produtores do vida boa, segurava a porta. Enquanto que outro não deixava ninguém chamar o elevador no hall do hotel.
Saímos do carro e peguei a chave do meu quarto com o produtor que nos aguardava. Subimos imediatamente. Ela estava tranqüila. Sabia o que iria acontecer. Ela também me queria, da mesma maneira que eu a desejava, com a mesma intensidade.
Fomos para o quarto. Abri a porta e a convidei para entrar.
- Entre QUERIDA CARINE.

sábado, 24 de setembro de 2011


E o nosso empresário não a barrou. Beleza! As duas vão para o final da fila que por sinal era enorme. Carine ajeita seu cabelo e Sabrina a ajuda com o lenço. Ela tinha que estar impecável mesmo vestida simpleszinha como ela mesma achava. Calça jeans, camiseta preta soltinha, o lenço xadrez no pescoço e botas pretas completavam o visual. Ajeitou o cabelo pra ficar mais arrumadinha. Mesmo sendo alta tinha optado pela bota de salto pois o galego era muito mais alto do que ela e queria ficar perto daquele pescoço tão desejado.
A porta abre e fecha diversas vezes. E a cada vez meu coração vem na boca. Não ainda não chegou a vez dela. Ainda não terminou. Será que falta muito. Minha ansiedade atrapalha minha concentração. Esforço-me para não dar mais bandeira do que já dei. Quando finalmente a porta se abre e vejo a minha loirinha linda e sorridente entrado respiro aliviado. Até que enfim. Não agüentava mais. Ela vem com uma amiga. Acho que é amiga pois as duas entram de mãos dadas. Mas não. Eu só quero ela, só ela me interessa.  O Leo não percebe afinal ela não veio acompanhada de um dos produtores. Para ele eram mais fãs no camarim. Ele todo sorridente as abraça e beija seus rostos. O Leo não pode ver uma loira que logo lembra da esposa. Eita homem fiel. Confesso que fico um pouco enciumado dele com a minha loirinha. Mas tive que disfarçar, tinha essa outra moça presente e o nosso empresário estava junto pra garantir que nada daria errado dessa vez.
Cumprimento a amiga com 3 beijinhos no rosto, ela toda entusiasmada e feliz por me conhecer. Sou simpático mas não tiro o olho da minha loirinha.
A minha loirinha termina de cumprimentar o Leo e vem toda sorridente para mim. Retribuo o sorriso e pergunto:
- Que bom que você veio. Teve algum problema pra entrar? Pergunto isso já olhando para o nosso empresário.
- Não. Nenhum. Só que tive que trazer minha amiga, senão ela ficaria sozinha lá fora.
- Fez muito bem. Como é o seu nome?
- Carine.
- Carine! Que lindo. Vem do latim e significa querida, sabia? És a minha querida? Carine
- Se você quiser serei para sempre. Respondeu já me dando um beijo no canto dos lábios. Meio que sem querer, meio proposital.
Ficamos ali naquela rasgação de seda. Então o nosso empresário se manifestou.
- Vamos as fotos?
Nos posicionamos para a tradicional foto que vai para o site.
A Carine fica do meu lado direito. Entre eu e meu irmão fica a amiga dela. Abraço sua cintura e dou um leve apertão. Ela sorri e me aperta também. Sorrio mais ainda. Tô gostando desse joguinho de sedução. Me divirto por demais com isso.
Terminada a foto. Cumprimento a amiga dela novamente. Agradecendo por ter vindo. Viro-me para minha loirinha e pergunto:
- Você vem comigo ou prefere ir com sua amiga? Rezo para que decida por mim.
Ela faz uma carinha de dúvida, que me encanta mais ainda. Ai, ai. Posso acabar me apaixonando por ela. Será? Será que é ela? Meu coração bate diferente, sei que não é amor. Mas pode se tornar. Será?
- Tá. Vou com você. Responde sorrindo para mim. Seu sorriso era encantador e envolvente.
Nos despedimos de sua amiga, só então o Leo compreende o que estava acontecendo. Eita além de grandão era lesado também. A jovem sai com o produtor que fez as fotos e o Leo se vira para mim e responde:
- Vou na frente.
Aproxima-se da Carine. Abraçando-a e beijando-lhe a face. Fico mexido com tamanha intimidade dele.
- Tchau princesa. Adorei te conhecer.
Ele sai pela porta lateral junto com nosso empresário nos deixando finalmente sozinhos no camarim. Olho pra ela, e sinto algo diferente acontecer. Seu olhar é simplesmente fascinante. Mas tenho que ser sincero. Não gosto de traições. Então sou objetivo.
- Você disse que me queria por uma noite. É isso mesmo que você quer?

- Você nunca mais repita o que fez a pouco entendeu? Disse olhando para mim.
- Você concordou que ela entraria no camarim. Fiz a minha parte. Cumpra com a sua. Retruquei.
- Tá. Mas toma cuidado. Lembre-se daquela de Brasília há um pouco mais de um mês.
- Pode deixar. Pode deixar. Não queria continuar aquele diálogo. Queria mesmo é que tudo aquilo acabasse logo para só dar atenção e carinho para minha loirinha.
Ele sai do camarim e a nossa doce rotina recomeça. Portas que se abrem, sorrisos, fotos, abraços e agradecimentos de ambas as partes. Enquanto isso na frente do palco...
- Aí meninas, eu vou lá então. Não posso perder essa chance.
- Vai sim Carine, aproveita que ele embarcou na sua. Eu vou ficar aqui com o Adriano. Sabe como é, tenho que fazer uma média com o maridão, disse Aline.
- Ai Carine, me leva? Eu juro que não fico de vela não. Só queria uma foto com eles. Depois eu saio e fico aqui com a Aline. Leva vai. Implora Sabrina.
- Vamos ver Sabrina. O segurança me disse pra não sair daqui. Quando ele chegar tento te levar comigo mas se ele reclamar não vou insistir não amiga. Não perco essa chance de ficar com o Galego por nada nesse mundo.
O segurança aparece logo em seguida, com um sorrisinho nos lábios irritante.
- Vamos? Convida.
- Olha só. Estou com uma amiga, e ela não vai ficar sozinha aqui não. Ela entra comigo tudo bem? Tenta argumentar Carine.
Ele fecha a cara e fica em silêncio alguns instantes e lembra das palavras do Victor. “Já falei com o empresário. Você vai lá e busque ela para mim. Ela é especial. Especial entendeu?”
Bom se ele falou com o empresário quem sou eu pra contraria-lo. Se não levo essa moça quem se ferra sou eu. Pensa.
- Tá mas ela faz a foto e sai. Não pode ficar lá não. Tá!
Carine e Sabrina se entreolham felizes. Ambas iriam realizar seus sonhos. Seguiram a orientação do segurança. Alguma espertinhas e invejosas foram junto pra ver se conseguiam algo na aba. Na porta do camarim todas foram barradas. De repente a porta se abre, era o empresário com o segurança. O mesmo aponta para Carine e fala algo no ouvido do empresário. A gritaria para tentar entrar era imensa. O empresário aponta para Carine e fala com o segurança da porta.
- Ela. É ela que vai entrar.
O segurança segura no braço de Carine que imediatamente segura no de Sabrina. Mas o segurança repreende.
- Não. Ela não. Só você. Tenho ordens de deixar só você entrar.
- Se ela não entrar comigo não entro. Bateu o pé Carine.
Tinha alguma coisa de diferente. O segurança da frente do palco tinha parado um pouco para pensar mas deixou ela levar a amiga. Então arriscou novamente.
O segurança que tinha falado com Carine na frente do palco nota que ela não entra. Ela lhe olha e olha para a Sabrina, voltando a olha-lo. Ele cochicha mais alguma coisa no ouvido do empresário. Esse faz cara de poucos amigos. Bufa mas acaba consentindo. Entram as duas. E a porta se fecha. As “papagaios de pirata” ficam a ver navios.
Carine agradece aos dois, o segurança e o empresário, é uma moça educada e tinha insistido para a amiga entrar também. Então era bom manter algum laço com eles, mesmo que por gratidão. O segurança a leva e a amiga para junto da porta do camarim. Nesse momento a porta se abre, algumas fãs estão saindo de lá. Eu olho de relance para o lado de fora e vejo a minha loirinha, ao lado do segurança. Abro um sorriso de felicidade. Ela veio.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Essa é uma singela homenagem a uma amiga especial.


Ri e voltei ao palco pegando novamente meu violão. O Leo me olhava tentando entender, eu só pisquei o olho pra ele e sorri então ele compreendeu. Consegui escapar do crivo do nosso empresário.
Na platéia Carine, a loira que me encantou comentava com suas amigas Sabrina e Aline. Ah! Hoje esse homem não me escapa. Eu pego ele de jeito. Não vim de Santa Rosa só a trabalho não. Disse isso meio que na brincadeira. Tinha ido até Santa Cruz a trabalho, pois tinha que ver algumas pendências administrativas da agência de publicidade que administrava. Soube do show e tinha ficado triste por não poder ir por conta do serviço. Quando foi informada que teria que viajar até Santa Cruz e que ainda estaria na cidade no dia do show. Combinou com as amigas de irem juntas. É uma moça muito correta, justa e honesta. Tinha embarcado no meu flerte e como era independente e não devia nada a ninguém resolveu que tinha que ver até onde iria esse namorico relâmpago. Adriano, marido da Aline, ouvia tudo e não gostava nem um pouco. Puxou sua esposa pelo braço e foi taxativo.
- Vamos embora, agora, nada de camarim pra senhora não. Você é uma mulher casada e muito bem casada. O único galego que você vai ter sou eu.
-Calma, amor! Respondeu Aline. Tudo bem, eu vou com você, mas o show não acabou ainda não. Vai ter bis. Aliás, meninas esse bis tá demorando vocês não acham?
- Ele tá se preparando pra me encontrar. Brincou novamente Carine em meio a risadas das moças ao seu redor. Todas estavam pensando a mesma coisa. Até parece era ela que ele tava paquerando. Doce ilusão das moças. Doce ilusão.
Enquanto isso no palco...
Volto ao meu lugar, ajeito meu violão e todos se aprontam para o bis. Olho para o nosso segurança e o chamo até mim e digo:
- Vou te mostrar uma moça. Já falei com o empresário. Você vai lá e busque ela para mim. Ela é especial. Especial entendeu?
- Entendi sim Victor. E acho que já sei de quem está falando. Disse sorrindo. Vou ficar lá embaixo então. Virou-se indo em direção a frente do palco.
Como assim? Ele já sabe quem é? Nossa! Será que dei tanta pinta assim? Dou de ombros. O que realmente importa é: ela quer, eu também.
Olho para todos que só aguardam o meu sinal. Aceno com a cabeça e começo a dedilhar meu violão então todos começam a tocar novamente. As cortinas se abrem e a gritaria volta a fazer parte do cenário. Tá na hora da despedida. Olho a minha amada. Ela continua lá sorrindo para mim. Me esperando. Logo em seguida vejo o segurança. Ele se aproxima dela e se senta, bem na sua frente e me sorri. Nossa! Dei na vista mesmo. Sorrio de volta balançando a cabeça positivamente. Tudo armado então.
Terminamos o show. Entrego novamente meu violão para o assistente de palco e vou cumprimentar a platéia. É nessa hora que escolhemos quem vem ao camarim nos encontrar. Sei que é desejo de todas mas infelizmente o tempo e o espaço não nos permitem recebe-las. Escolho mais algumas, principalmente as que levam cartazes. Algumas pedem uma toalhinha, outras uma palheta que jogo com cuidado para não tocar tumulto e ninguém se machucar. O Leo faz o mesmo. As mais insistentes ganham esse momento. Afinal estão ali desde cedo. Cantam todas as músicas, nada mais justo que dividir um pouco desse nosso momento com elas. Olho para minha loirinha. Ela continua ali a sorrir para mim. Seu sorriso é encantador mas tem um quê de safada também. Adoro! Aponto para ela e faço sinal com meu indicador chamando-a. Ela sorri mais ainda. Então o segurança se levanta e diz para ela. “Você. Espera o show acabar e vem comigo, com mais ninguém. Você é especial”. Ela não acredita nas palavras do segurança. Especial. Ele disse que era especial. Olha para mim. Que sorrindo lhe mando um beijo. Ela sorri e manda outro em retribuição.
Novamente as cortinas se fecham. Pronto. Acabou. A magia se encerra. Vou para o camarim me preparar para esse encontro. Sei que não é amor. Infelizmente. Mas quem sabe, o amor pode vir com o tempo, com o convívio. Entro e logo em seguida meu irmão. Nosso empresário vem logo atrás e fecha a porta.

domingo, 18 de setembro de 2011


Fui para o meu quarto, entrei, tomei um banho relaxante e me deitei. O tempo que teria disponível naqueles dias eu tinha que aproveitar para dormir, pois seriam poucas as horas de descanso. Apaguei logo em seguida. Na manha seguinte. Interior. Pegamos o ônibus, aquela confusão de sempre na porta do hotel. Não sei como elas conseguem descobrir onde nos hospedamos. A produção tem o maior cuidado com essa informação mas sempre descobrem. Tudo bem. Faz parte e admito. Sem as fãs não sou nada. Não vejo alegria em viajar para tão longe e cantar. Elas são a melhor parte de tudo isso.
Quando pegamos a estrada tudo mais tranqüilo. No caminho fico quietinho olhando pela janela a paisagem rural. Saudades. Saudades da minha infância. De Abre Campo. Olho meu irmão, também está com um olhar perdido na janela. Também sente saudades dessa época.
Chegamos a nossa próxima parada, Santa Cruz. Essa cidade me traz boas lembranças. Camila. Pena que não deu certo. Mas a vida é assim mesmo. A última vez que tive notícias dela tinha se mudado para o exterior. Austrália eu acho. É ... não era ela. Paciência e perseverança. Tenho esperanças que ainda hei de encontrar a minha outra metade. MINHA ALMA GÊMEA. Olho para o Nosso Empresário. Ele dorme. Tenho mesmo é que me livrar dele senão... nada feito.
Fomos direto para o hotel. E novamente muitas fãs na porta. Descemos do ônibus e enquanto a produção cuida das nossas bagagens atendemos algumas. Fotos, presentinhos, sorrisos e abraços. Nada como a doce rotina. Nos despedimos delas e vamos nos acomodar. Entrevistas e o show nos aguardam. No show aquela maravilha de sempre, local lotado, ingressos todos vendidos em menos de 1 semana. Começam os primeiros acordes. As cortinas ainda não se abriram mas posso ouvir o entusiasmo da platéia. Subo no palco não sem antes agradecer a oportunidade de estar ali. Pego meu violão e começo a dedilhar. As fãs, sempre elas, reconhecem o meu som e começa a gritaria. Sorrio. É! É aqui o local onde sou mais feliz, pelo menos até encontrar a MINHA AMADA, aí sim, a minha felicidade será dividida entre o palco e seus braços.
Abrem-se as cortinas. Volto na minha busca infatigável, olho as moças que estão próximas ao palco mas está escuro tenho que esperar mais alguns instantes até poder reparar melhor seus rostos. Na hora exata as luzes da frente do palco se acendem, agora sim, posso busca-la com mais nitidez. Olho diversos rostos. Como são bonitas as gaúchas. Verdadeiras misses. Noto bem em frente a mim uma loira, linda, cabelos longos um corte meio que selvagem, repicado, é, acho que é assim que se fala. Seus olhos falam por si, parece estar se divertindo, assim como eu, com o show. Para mim, cantar e estar nos palcos além de um prazer é a mais pura diversão. Dou uma piscadinha de olho pra ela que me retribui com um largo sorriso. As moças ao lado gritam, fãs, incansáveis fãs. Continuo com esse flerte mas não sinto emoção, pelo menos não a emoção de reconhecer aquela que já faz parte da minha vida mas admito uma forte atração pela loirinha. Meu lado animal começa a falar mais alto. Fico preocupado, não quero usar muito menos ser usado por ninguém. Respeito todas que se aproximam de mim. Seja para um simples carinho ou talvez um algo mais.
Passamos o show todo nesse flerte gostoso. Uma certa hora, quando o Leo pede para que os músicos cantem um pedaço da música e eu paro de tocar um pouco para descansar o braço, volto a olhar para ela que fala pausadamente para mim. “QUERO VOCÊ, UMA NOITE APENAS”. Fala não, mexe com os lábios, se bem que, se fala, eu não consigo ouvi-la. Então sorrio e respondo da mesma forma: TEM CERTEZA? E ela: TODA. Volto a sorrir e faço pose, flashes espocam. Começo a rir, loucura, mas admito que estou adorando aquela situação. Penso, será que estou fazendo o correto? Não estou usando ninguém? Não a resposta definitivamente é não. Somos adultos e não estamos nos enganando. Só queremos nos curtir por alguns instantes. Termina o show. Fecham-se as cortinas. Vou até o Nosso Empresário, tenho que resolver isso logo. Ele não vai embargar mais essa. Olho pra ele e sou catedrático: 
- Ó. Vou chamar uma moça, ela é especial viu, e você nem tente barrar ela não. Se fizer isso saio do camarim e vou atrás dela de qualquer jeito e você que se vire com a segurança.
- Se fizer isso vai causar o maior tumulto. Não vou deixar ela nem entrar. Já falei, agora quem cuida disso sou eu. Retorquiu ele.
- Ah é! Então não tem bis. Tiro meu violão e entrego para o meu assistente de palco. E começo a me encaminhar para os bastidores.
- Ei! Aonde você pensa que vai? Pergunta ele assustado.
Me viro e percebo que todos estão a me olhar sem entender.
- Vou embora, sem bis, sem camarim. Tô voltando pro hotel. Agora. Mas antes vou lá embaixo busca-la. Ela vai comigo. Quer você queira ou não. Sentenciei.
Ele balança a cabeça negativamente. Ele sabe quando empaco sou pior que burro. Não faço o que não quero. Continuo a caminhar em direção ao camarim e as pessoas da produção se entreolhando e questionando. O que será que aconteceu?
Ele vem em minha direção. Segura meu braço me fazendo parar.
- Espera. Você não pode fazer isso. Você assinou um contrato.
- É! Processe-me então.
Respondi. Mas já percebi que tinha conseguido dobra-lo. Era difícil mas tinha minhas artimanhas. Ele gostava de tudo muito certinho, preto no branco e se algo sai do seu controle fica desesperado. Ele coça a cabeça confuso.
- E aí. Vai deixar ela entrar ou não? Forço a barra.
- Tá... tá. Mas é a última vez viu. Droga, você quando quer alguma coisa... Essa sua mania de procurar a mulher da sua vida ainda vai nos causar sérios problemas. Reclamou.
Eu apenas sorri. Tinha conseguido o que queria.
Aproximei de seu ouvido e falei baixinho.
- E quem disse que ela é a mulher da minha vida? É só tesão mesmo.

sábado, 17 de setembro de 2011


Na repartição, tava tudo a maior correria. Perigava o evento no Parque do Sabiá ser cancelado. A chuva do dia anterior comprometeu a área no entorno do estádio e todos estavam mobilizados em resolver tudo a tempo para o evento. M para um instante de falar no telefone com os patrocinadores e se vira para Elaine:
- Almoçamos juntas? Queria te contar um babado fortíssimo.
- Babado? Ah! Com certeza. Disse rindo.
Então voltaram ao trabalho. Na hora do almoço M conversa com sua amiga Elaine:
- Você não advinha o que me aconteceu na hora da tempestade.
- Bom se você não me contar não vou mesmo. Minha bola de cristal tá no conserto. Sabe na tempestade teve muita estática. Disse zombando de M.
- Boba!
- Feia! Retrucou.
Ambas riram. A amizade das duas se firmava cada vez mais com o passar dos dias.
M relatou o acontecido, desde a aparição do Victor no ponto de ônibus até a despedida no elevador. Sem esconder nenhum detalhe. Confiava na sua amiga. Mal sabia ela que essa era uma amiga-da-onça.
No final da reunião soube que o nosso último evento da próxima rotina seria na cidade mesmo. Participaríamos do festival de música da cidade e seriamos homenageados pela prefeitura. O evento aconteceria no Parque do Sabiá. Sai da reunião direto para casa. Tinha que aprontar uma mala bem grande. Nossa! 20 dias fora. Será que agüentaria tanto tempo sem ver M? Suspirei fundo e fui embora arrumar tudo pra viagem. Não vi M o resto do dia e no seguinte sai bem cedo rumo ao aeroporto. Confesso que meu coração estava apertadinho de saudades.
Cheguei ao aeroporto e a rotina voltou a se repetir. Decolagem, pouso, cumprimentos, hotel. Dessa vez fomos para mais longe. Sul do País. Teríamos shows em diversas cidades, muitas delas muito próximas das outras então optamos por usar o ônibus nessas viagens curtas. Primeira parada Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Gosto do Sul. Tradições e culturas impares, fortes e arraigadas. Comida e música de ótima qualidade. E os vinhos então... adoro vinhos. O clima era ameno, nem muito frio, nem muito calor. O show em POA foi incrível, era sempre muito prazeroso tocar no Sul. Fomos para o camarim, visitas, presentes, fotos, abraços e agradecimentos de ambas as partes. Muitas vezes me perguntam o porque agradeço, afinal sou eu que faço o show. Eu não, o público é quem faz o show. Sem eles não existe show. E se a platéia não fica feliz, não se diverte, muito menos se emociona, não existe show. Sou extremamente grato aos que nos assistem, prestigiam nosso trabalho.
Termina nossa rotina, vou para o hotel. Nosso Empresário tá levando ao pé da letra o que decidiu, não tive nenhuma “visita especial” em POA. Ele barrou todas. Só as fãs de costume, fãs-clubes e etc. Você caro leitor, deve estar se perguntando. Mas e a M? Bom, não vi M nos dois dias seguintes a tempestade. Nem notícias dela eu tive. Fiquei muito triste com seu ato de ir sozinha para o seu apartamento então percebi que novamente me deixei levar por um impulso fisiológico e voltei a minha incansável busca. A busca do MEU AMOR.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011


Fui para a sala e olhei pela janela, a rua tava deserta. De certo as pessoas atenderam aos apelos da prefeitura e ficaram em casa. Será que M já estava de pé? Será que tinha ido trabalhar? Ou será que o almofadinha do namoradinho dela veio vê-la. É melhor deixar
quieto. Sentei comendo minha maçã e liguei a TV. Era noticiário pra tudo quanto é lado, e o único tema era a tempestade de ontem. Fiquei ali distraído enquanto o almoço não saia.

Enquanto isso no apartamento da M...

Ela já estava de pé. Tinha o hábito de levantar cedo independente do horário que fora dormir. Ligou para o trabalho e ninguém atendeu. Queria saber se alguém tinha aparecido. Ainda durante a noite, enquanto voltava para casa, viu o caos em que a cidade se afundara. Era impressionante a força da natureza. Ligou a TV e viu que a prefeitura tinha decretado feriado nas repartições públicas. Ficou mais tranqüila. Tinha acabado de tomar posse no novo emprego e não podia ficar dando bobeira. Precisava se estabelecer. Ligou para Elaine e conversaram um pouco sobre as pendências para o próximo evento. Seria um festival de música que iria acontecer no Parque do Sabiá e seria seu primeiro grande evento no novo cargo. Assim que desligou o telefone o mesmo tocou. Foi atender e era Tuca, seu namorado.
- Poxa! Pensei que tinha acontecido algo com você. Não retornou minhas ligações.
- Bom dia pra você também Tuca. É que cheguei muito tarde e pensei que você estivesse dormindo.
- Dormindo eu tava mas fiquei preocupado.
Do outro lado da linha M fazia caretas. Esse relacionamento já estava fadado ao fracasso. Não conseguia acreditar. Parecia um sonho. Tinha beijado Victor Chaves. E beijado muitoooooooo. Dormiu feliz. Mas tinha decidido. Não diria nada sobre ser fã da dupla. Não queria que ele confundisse as coisas. Admirava seu trabalho mas não tinha como negar. Desde o dia em que se encontraram no elevador e ele pediu um pedaço do seu famoso bolo de coco gelado ficou encantada também pelo homem.
O dia passou tranqüilo, quase que como um domingo ou um feriado. Eu fiquei em casa e aproveitei pra arrumar algumas pendências caseiras. M fez o mesmo botando a casa em ordem. No dia seguinte levantei cedo e fui ao escritório. Estávamos voltando a nossa deliciosa rotina de shows. Mas confesso que estava um pouco triste. Não vi M ontem o dia todo e nem hoje pela manhã. Não sabia seus horários e também não quis perguntar pra ninguém, pra não me questionarem. Quando cheguei na produtora fui logo pra nossa última reunião do mês. É... estávamos entrando numa rotina bem pesada, seriam 20 dias direto fora de casa. Pensei em M mas não tinha como leva-la comigo além disso não sabia o que ela pensava sobre o acontecido na noite da tempestade. Tentei afastar tais pensamentos e me concentrar no trabalho.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011


Ligo o chuveiro e entro. A água bate em meu rosto, descendo pelo meu corpo. Fecho os olhos e volto a pensar em M. No seu beijo. Ah! Que beijo. Termino meu banho, foi só pra tirar a poeira do corpo e afastar o cansaço. Me seco e visto minha roupa logo em seguida. Saio do banho indo direto pra cozinha. A fome bateu e bateu forte agora. Pego meu jantar no forno e ponho o prato no microondas para esquentar. Depois de quente, pego meu prato e sento na mesa da cozinha mesmo. Nossa! Maravilhoso. Só não é melhor do que o que minha amiga Juliana faz, mas mesmo assim tá muito bom.
Termino de jantar e coloco tudo dentro da pia. Vou para a sala e ligo a TV. Fico pulando os canais até que entra o jornal da madrugada. Paro pra ver as notícias. Logo fala da chuva que acabou há algum tempo. Mostra o trânsito, tudo parado, as pessoas perdidas e desoladas. Fico emocionado com os relatos. A cidade está completamente inundada. Há ainda muitos pontos alagados. Termina o jornal com o repórter dizendo: “A prefeitura da cidade decretou feriado nas repartições publicas e solicita a toda a população que não saia de casa pela manhã, a menos que seja inevitável. As escolas particulares também não terão aulas amanhã”. Um caos. Foi realmente um caos. Desligo a TV e vou para meu quarto. Preciso dormir um pouco. Deito e apago logo em seguida, com um leve sorriso no rosto.
Na manhã seguinte acordo com o telefone tocando. É o Leo:
- Pô, cara! Podia ter ligado né. Fiquei preocupado com você.
Logo cedo me passando sermão. Até parece que ele é o mais velho.
- Bom dia pra você também Leo. Eu cheguei muito tarde ontem. Eram mais de 2 horas da madrugada. Liguei só pra mãe. Não queria te acordar.
Tratei logo de me desculpar senão já viu. Ficaria a semana inteira me torrando a paciência. Olho o relógio na cabeceira e marcava quase 11 horas.
- Nossa! Já vai dar onze.
- Você ainda tava dormindo? Eita dorminhoco. Por isso que seu apelido era soneca na infância.
- Tá bom Leo. Chega. Me deixa em paz, tá. Tô cansado ainda. Mais tarde nos falamos.
Fui logo cortando o papo senão teria que ouvir suas gracinhas e normalmente não acordo de bom humor.
- Tá mas acho melhor desmarcarmos tudo e ficar em casa, o repórter...
Antes que ele continuasse eu o cortei.
- Eu sei, eu vi o jornal da madrugada. Tá Leo. Nos falamos depois. Tchau.
- Tá bom, quando você acordar me liga. Precisamos resolver algumas pendências. Tchau.
Me espreguicei um pouco, não tinha vontade de levantar. Olhei novamente o relógio e disse para mim mesmo: É Victor Chaves. A vida não para. Vamos acabar logo com essa preguiça e levantar dessa cama. Enrolei mais um pouco e levantei. Fui ao banheiro, lavei meu rosto e escovei meus dentes. Voltei ao quarto e troquei de roupa. Fui até a cozinha e D. Graça já estava a toda com o almoço.
- Bom dia Sr. Victor. Acordou tarde, né!
- Bom dia D. Graça. É. Ontem cheguei muito tarde por causa da chuva.
- O senhor ficou preso na chuva?
- É fiquei sim mas não foi de todo mal não.
- Como assim? Não entendi?
- Deixa pra lá D. Graça, deixa pra lá. Disse sorrindo.
- O senhor viu meu bilhete?
- Vi sim. Não se preocupe com isso não. Tá tudo bem.
- O senhor vai ainda tomar café ou prefere esperar o almoço?
Olhei a mesa um pouco indeciso. Peguei uma maçã e respondi.
- Vou ficar só com essa maçã mesmo e espero o almoço.
- Tá certo! Já já fica pronto.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011


M para em frente a sua porta com um sorriso largo no rosto. Ela custava a acreditar no que tinha acontecido. Tinha beijado o Victor Chaves. Nossa aquele homem lindo, que cantava e compunha músicas maravilhosas. Suspirou mais uma vez e disse baixinho para si mesma.
- Se estou sonhando por favor não me acordem.
Abriu sua bolsa, pegou a chave de casa, abriu a porta e entrou. Ficou mais alguns minutos ali, junto a porta. Olhou para o aparelho de telefone e lembrou-se do Tuca. Sacudiu a cabeça negativamente. Amanhã. Amanhã ligo pra ele. Já tá tarde e ele já deve estar dormindo. Além disso tinha ligado para ele no meio da tarde e ele tinha prometido me buscar para pegarmos um cinema e quase no final do expediente ele retornou a ligação dizendo que não ia dar pois estava ocupado mas não disse com o quê. Foi em direção ao seu quarto deixando sua bolsa sobre a poltrona. Pegou uma roupa confortável no armário e se encaminhou para o banheiro. Estava exausta mas feliz, muito feliz.
Enquanto subo no elevador, minha mente volta a ferver. Por que será que ela apertou o seu andar e o meu? Será que ela não gostou? Poxa, mas foi tão... tão. Não consigo encontrar a palavra correta. E se ela se arrependeu? Bom, ela tem namorado. Um merda de namorado é verdade mas ainda assim um namorado. E eu? O que será que represento para ela? Vem em minha mente a lembrança daquela tarde, em que ela se sujou de farinha na minha cozinha e eu cheguei e a repreendi. Será que ela pensou que eu só lhe dei carona para me aproveitar dela? Não. Espero que não. O elevador para de repente, noto que cheguei no meu andar. Abro a porta e vou em direção ao meu apartamento, já retirando as chaves do bolso. Entro, dou aquela conferida na sala como de costume. Vou a cozinha e vejo um bilhete da D. Graça preso na porta da geladeira.
“Seu Victor, desculpe ir embora mais cedo mas tava armando um maior temporal. A TV avisou. Depois compenso as horas que faltam.
Abraços,
D. Graça.
P.S.: Tem frango com quiabo no forno é só esquentar.”
Dou um sorriso. Parece até minha mãe sempre se preocupando em deixar algo para que eu possa comer. Saio da cozinha e vou ao meu quarto. Paro no corredor e lembro do celular. Deixei ele desligado. Tiro-o do bolso da camisa e ligo o aparelho. Logo o visor mostra 8 ligações perdidas. Nossa! Será que aconteceu algo? Verifico os números. 2 ligações do Leo, 3 da minha mãe, 2 da Paula e 1 número restrito. Bom, é melhor ligar para eles. Quanto ao número restrito, se não quer que eu saiba quem é, não falo. Vi que a última ligação foi da minha mãe então resolvo ligar primeiro para ela e avisar que cheguei bem. Olho no relógio. Uau! São duas da madrugada. É, a chuva demorou mesmo. Penso um pouco se devo ou não ligar. Bom, mãe é mãe. Sei que ela não vai sossegar enquanto eu não ligar, provavelmente o Leo falou com ela sobre o fato de eu estar preso na rua por causa da chuva.  Fui em direção ao meu quarto e liguei.
Depois que conversei com minha mãe e consegui convence-la que estava tudo bem, que não tinha ocorrido nada de mal comigo desliguei o telefone. Olho o relógio digital e penso: melhor não ligar pro Leo não. Vai que tá dormindo, abraçadinho com a Tatiana. É... ele é um cara de sorte. Sempre que estamos em casa ele tem companhia para dormir. Já eu.
Pego no armário um short e uma camiseta de malha. Melhor tomar um banho pra poder descansar. Entro no banheiro, tiro a roupa e me olho no espelho. Reparo que meus cabelos estão mais grisalhos. Algumas mulheres gostam, outras não. Mas não tenho paciência nem tempo pra ficar passando tinta, não. Isso é coisa de mulher. Haja saco. Continuo a me fitar no espelho. É, até que sou bonitinho. Começo a rir de mim mesmo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011


A música relaxante, aquele barulhinho gostoso da chuva foi criando um clima. Continuava a nota-la, embevecido. De repente, sem querer, solto um suspiro. Ela me olha sem entender. Ficamos assim nos olhando e sem dizer nenhuma palavra, aproximamos nossos rostos. Não conseguia parar de olhar no fundo de seus olhos e ela nos meus. Cheguei mais perto. Já não comandava meus movimentos nem meus pensamentos. Aliás, não pensava em nada. Olho seus lábios e ela olha os meus. Nos aproximamos e sem nenhuma explicação nossos lábios se encontraram. Nos beijamos, um beijo tímido, suave e muito mas muito tranqüilo, como se fosse a coisa mais simples.  Afasto-me olhando-a novamente. Meu coração dispara, fico sem ar, pela minha espinha dorsal sobe um calafrio e só então entendo a expressão: “borboletas na boca do estômago”. Ela me olha profundamente, volto a me aproximar. Nos beijamos mais uma vez. Agora um beijo forte, intenso. Seguro-a pelos braços, como que com medo dela fugir de mim. Ela passa sua mão pela minha nuca. Ah! A nuca não. Meu ponto fraco...
Ficamos ali naquele clima gostoso, não falamos nada. Não precisávamos de palavras para expressar nossos sentimentos. Nos beijamos diversas vezes. Ela se aconchegou em meus braços e ficamos observando a chuva batendo no vidro do carro. Logo começa a estiar. Mas já não tínhamos tanta pressa assim. Passado mais um tempinho. Ela se afasta de mim e diz:
- É parece que parou mesmo.
Meio entristecido com essa separação repentina respondo:
- É. Parece que sim. Vamos tentar voltar pra casa?
- Vamos.
Liguei o carro e partimos. Voltei a rua junto ao rio, mas esse já havia retornado o seu volume. Diversos carros abandonados. Muitas pessoas ainda na rua. Tivemos uma certa dificuldade de sair daquele local devido a lama que tinha se acumulado. Chegamos no prédio. Abri a garagem e entramos. Estaciono o carro na minha vaga. M tira o cinto e pega sua bolsa no banco de trás. Enquanto ela calça os sapatos. Saio rapidamente do carro e dou a volta, abrindo a porta do carona para ela sair. Não é só aquele almofadinha que é educado não D. Matilde, pensei. Ela sai e faz um carinho em meu rosto. Seguro sua mão e beijo a palma fechando-a em seguida, para que guardasse meu beijo. Ela sorri. Seu sorriso era definitivamente encantador. Fecho a porta do carro. Passo meu braço pela sua cintura e vamos em direção ao elevador.
Como estava no 5º andar o elevador demora um pouco de descer. A abraço e beijo novamente, ela corresponde. O beijo? Nossa! Inexplicável. O elevador chega, abro a porta, ela entra e aperta o 3 e o 5. Olho meio que decepcionado. Ela percebe e só fala:
- Tá tarde!
Subimos calados. O elevador para no 3º ela abre a porta, se vira para mim e diz.
- Obrigada pela carona.
Segura meu braço puxando de encontro a si, me beijando docemente os lábios.
Eu sorrio e ela retribui o sorriso.
- Boa Noite. Me deseja.
- Pra você também. Respondo.
A porta do elevador se fecha e começo a subir. Suspiro alto. O que foi isso meu Deus! Penso.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A tecnologia tem suas vantagens e desvantagens.
O celular por exemplo veio para nos facilitar, ter acesso a pessoas que necessitamos falar quase que imediatamente, mas também nos tornou reféns dele, pois todos podem nos achar na hora que bem entender. Por isso de vez em quando desligo o meu (rs).
Mas por outro lado os celulares com máquinas fotográficas embutidas podem perfeitamente registrar momentos, paisagens que se não fosse ele, não poderíamos grava-los para sempre.
Fazendo uma limpa no meu celular achei algumas fotos que fiz meio que de brincadeira mas aproveitando aqueles momentos mágicos e únicos na nossa vida.
Seguem as fotos (todas feitas com meu celular).