No mesmo dia recebi a visita de um detetive da
delegacia onde o caso foi registrado. Ele me informou todo o plano, me
prontifiquei a ir, ele concordou desde que eu não atrapalhasse a ação. Liguei
para a produtora e avisei para cancelarem os shows marcados e tudo mais que
tivesse sido agendado. Não iria fazer nada enquanto não conseguisse resgatar M
das mãos de Tuca. Tentaram em vão me demover do meu propósito mas não
conseguiram eu estava irredutível. De repente uma força imensa tomou conta de
mim. Decidi que iria atrás deles e resgataria M de qualquer forma, a qualquer
custo. Através dessa força que me movia tomei as rédeas da situação e fui a
luta. Mandei preparar no nosso jatinho e rumei para Corumbá, cidade fronteira
com a Bolívia.
Tuca fez toda a viagem até Corumbá da mesma forma, pegando
estradas paralelas, parando para abastecer e se alimentarem somente em postos
de cidades pequenas, mas não sabia ele que já estavam em seu encalço. Ao
chegarem em Corumbá Tuca se hospedou num muquifo com M. Ficaram no mesmo
quarto. M se preocupou com o que Tuca iria fazer. Ele entrou com ela no quarto
verificou as possíveis rotas de fuga então orientou-a.
- Toma um banho e descansa. Vou sair mas não demoro, falta
pouco M. Por favor, colabore e não tente fugir nem se comunicar com ninguém. Se
tudo der certo amanhã você e eu estaremos livres.
M concordou com a cabeça, estava cansada da viagem
pois não conseguiu mais pregar o olho na estrada. Tuca saiu do quarto
trancando-a por dentro. M esperou um pouco e foi verificar se tinha como
escapar dali. Olhou a janela mas era um andar alto e não tinha por onde se
apoiar pra fugir. Olhou pelo quarto, mas também não tinha telefone. Ficou ali
por mais um tempo então desistiu. Resolveu tomar um banho e assim que o fez
voltou ao quarto e se deitou dormindo logo em seguida.
Eu cheguei a Corumbá, o delegado de Uberlândia e um detetive
da polícia federal foram comigo no avião. Nos hospedamos em um hotel no centro
da cidade e logo que nos acomodamos fomos para um quartel do exército para
fechar todo o plano de captura do Tuca. Vi que estavam se preparando para uma
guerra. Assim que definiram tudo puxei o detetive que convidou pra estar nessa
empreitada e perguntei:
- Marcel! Isso tudo não é um risco para M? Estou preocupado
com a sua segurança.
- Você tá falando isso por causa dos atiradores de elite que
estarão nas margens do Rio Paraguai, né?
Eu concordei com a cabeça.
- Calma Victor! Sei que pra você que não tá acostumado
pode parecer perigoso, mas nós estamos só nos precavendo, esses traficantes são
cheios de recursos temos que nos cercar por todos os lados. Os atiradores de
elite que você ouviu falar são especialistas nesse tipo de confronto. Não se
preocupe, estamos trabalhando só com os melhores.
M acordou assim que ouviu o barulho na porta. Era Tuca
chegando, olhou ao redor e viu que já tinha anoitecido. Tuca trazia uma marmita
para M que apenas beliscou um pouco da comida. Não tinha fome e não parava de
pensar em quando é que aquele pesadelo iria terminar.
- Você tem que comer M. Senão vai ficar doente. Disse Tuca
preocupado.
- Não tenho fome. Quanto é que você vai me deixar ir embora?
- Amanhã. Eu prometi, não prometi? Então, amanhã você vai
comigo até a fronteira e de lá deixo você ir, em paz. Garantiu Tuca.
M concordou com a cabeça, não tinha mais força nem condições
de pensar em nada, sentia-se fraca em todos os sentidos.
- Vem, agora vamos dormir, amanhã o dia será longo.
Disse Tuca se recostando na cama. M ficou olhando-o, não
iria dormir com ele, de jeito nenhum. Tuca, percebendo sua reticência se
levantou da cama. Pegou o lençol e um dos travesseiros e disse:
- Você fica com a cama M. Eu vou ficar no chão mesmo. Pode
ficar tranqüila, não vou encostar em você. Disse já se direcionando para o chão
junto a porta do aposento.
M voltou a se deitar na cama mas não pregou o olho a
noite toda. Tuca também não.
Depois de diversas reuniões que apenas assisti voltamos ao
hotel em que estávamos hospedados, eu, o delegado da civil e o detetive
federal. Subi ao meu quarto, tomei uma ducha pra me refrescar e desci pra
jantar. Não tinha fome, mas precisava me manter bem disposto, pois o dia
seguinte prometia ser tenso. Assim que cheguei no hall do hotel fui parado pelo
Marcel.
- Acharam o esconderijo dele. Disse eufórico.
- Eles estão aqui?
- Estão, não disse, o nosso grupo de inteligência tava rastreando
eles. Eu sei que ela tá bem, viva e sem machucados. Estão num hotel aqui perto,
estamos nos preparando para invadir, você vem?
- Claro! Agora?
Marcel só concordou com a cabeça, saímos imediatamente do
hotel e voltamos para o quartel do exército.
Quando chegamos no quartel estavam todos agitados, mil e um
preparativos, um verdadeiro arsenal de guerra, ver tudo aquilo me deixava feliz
mas também apreensivo. Estava preocupado com M. Como será que ela tava? Será
que ele a machucara? Rezava para que não e que tudo terminasse logo e nós dois
pudéssemos voltar pra casa, sãos e salvos. Marcel vem até mim e me dá
instruções, não posso ficar perto do confronto, uma questão de segurança, ele
me orienta a ficar com o grupo de resgate que sairá depois. Eu concordo, ele me
explica como será realizada a ação e que assim que tudo acabar eles me levam
até M. Concordo com tudo. Ansioso.
Um comentário:
Aiii Mo, já to ansiosa esperando o post de amanhã.. a estória tá muito boa!!!
Beiijo
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