domingo, 4 de dezembro de 2011

No mesmo dia recebi a visita de um detetive da delegacia onde o caso foi registrado. Ele me informou todo o plano, me prontifiquei a ir, ele concordou desde que eu não atrapalhasse a ação. Liguei para a produtora e avisei para cancelarem os shows marcados e tudo mais que tivesse sido agendado. Não iria fazer nada enquanto não conseguisse resgatar M das mãos de Tuca. Tentaram em vão me demover do meu propósito mas não conseguiram eu estava irredutível. De repente uma força imensa tomou conta de mim. Decidi que iria atrás deles e resgataria M de qualquer forma, a qualquer custo. Através dessa força que me movia tomei as rédeas da situação e fui a luta. Mandei preparar no nosso jatinho e rumei para Corumbá, cidade fronteira com a Bolívia.

 
Tuca fez toda a viagem até Corumbá da mesma forma, pegando estradas paralelas, parando para abastecer e se alimentarem somente em postos de cidades pequenas, mas não sabia ele que já estavam em seu encalço. Ao chegarem em Corumbá Tuca se hospedou num muquifo com M. Ficaram no mesmo quarto. M se preocupou com o que Tuca iria fazer. Ele entrou com ela no quarto verificou as possíveis rotas de fuga então orientou-a.
- Toma um banho e descansa. Vou sair mas não demoro, falta pouco M. Por favor, colabore e não tente fugir nem se comunicar com ninguém. Se tudo der certo amanhã você e eu estaremos livres.
M concordou com a cabeça, estava cansada da viagem pois não conseguiu mais pregar o olho na estrada. Tuca saiu do quarto trancando-a por dentro. M esperou um pouco e foi verificar se tinha como escapar dali. Olhou a janela mas era um andar alto e não tinha por onde se apoiar pra fugir. Olhou pelo quarto, mas também não tinha telefone. Ficou ali por mais um tempo então desistiu. Resolveu tomar um banho e assim que o fez voltou ao quarto e se deitou dormindo logo em seguida.
Eu cheguei a Corumbá, o delegado de Uberlândia e um detetive da polícia federal foram comigo no avião. Nos hospedamos em um hotel no centro da cidade e logo que nos acomodamos fomos para um quartel do exército para fechar todo o plano de captura do Tuca. Vi que estavam se preparando para uma guerra. Assim que definiram tudo puxei o detetive que convidou pra estar nessa empreitada e perguntei:
- Marcel! Isso tudo não é um risco para M? Estou preocupado com a sua segurança.
- Você tá falando isso por causa dos atiradores de elite que estarão nas margens do Rio Paraguai, né?
Eu concordei com a cabeça.
- Calma Victor! Sei que pra você que não tá acostumado pode parecer perigoso, mas nós estamos só nos precavendo, esses traficantes são cheios de recursos temos que nos cercar por todos os lados. Os atiradores de elite que você ouviu falar são especialistas nesse tipo de confronto. Não se preocupe, estamos trabalhando só com os melhores.

M acordou assim que ouviu o barulho na porta. Era Tuca chegando, olhou ao redor e viu que já tinha anoitecido. Tuca trazia uma marmita para M que apenas beliscou um pouco da comida. Não tinha fome e não parava de pensar em quando é que aquele pesadelo iria terminar.
- Você tem que comer M. Senão vai ficar doente. Disse Tuca preocupado.
- Não tenho fome. Quanto é que você vai me deixar ir embora?
- Amanhã. Eu prometi, não prometi? Então, amanhã você vai comigo até a fronteira e de lá deixo você ir, em paz. Garantiu Tuca.
M concordou com a cabeça, não tinha mais força nem condições de pensar em nada, sentia-se fraca em todos os sentidos.
- Vem, agora vamos dormir, amanhã o dia será longo.
Disse Tuca se recostando na cama. M ficou olhando-o, não iria dormir com ele, de jeito nenhum. Tuca, percebendo sua reticência se levantou da cama. Pegou o lençol e um dos travesseiros e disse:
- Você fica com a cama M. Eu vou ficar no chão mesmo. Pode ficar tranqüila, não vou encostar em você. Disse já se direcionando para o chão junto a porta do aposento.
M voltou a se deitar na cama mas não pregou o olho a noite toda. Tuca também não.
Depois de diversas reuniões que apenas assisti voltamos ao hotel em que estávamos hospedados, eu, o delegado da civil e o detetive federal. Subi ao meu quarto, tomei uma ducha pra me refrescar e desci pra jantar. Não tinha fome, mas precisava me manter bem disposto, pois o dia seguinte prometia ser tenso. Assim que cheguei no hall do hotel fui parado pelo Marcel.
- Acharam o esconderijo dele. Disse eufórico.
- Eles estão aqui?
- Estão, não disse, o nosso grupo de inteligência tava rastreando eles. Eu sei que ela tá bem, viva e sem machucados. Estão num hotel aqui perto, estamos nos preparando para invadir, você vem?
- Claro! Agora?
Marcel só concordou com a cabeça, saímos imediatamente do hotel e voltamos para o quartel do exército.
Quando chegamos no quartel estavam todos agitados, mil e um preparativos, um verdadeiro arsenal de guerra, ver tudo aquilo me deixava feliz mas também apreensivo. Estava preocupado com M. Como será que ela tava? Será que ele a machucara? Rezava para que não e que tudo terminasse logo e nós dois pudéssemos voltar pra casa, sãos e salvos. Marcel vem até mim e me dá instruções, não posso ficar perto do confronto, uma questão de segurança, ele me orienta a ficar com o grupo de resgate que sairá depois. Eu concordo, ele me explica como será realizada a ação e que assim que tudo acabar eles me levam até M. Concordo com tudo. Ansioso.
Saímos do quartel indo em direção ao centro da cidade. Vamos em 4 carros, o meu é o último estou acompanhado de paramédicos o que me deixa bastante apreensivo. Chegamos em frente ao hotel, se aquilo se pode ser chamado de hotel, parece mais um pardieiro. Como o Tuca pode levar M pra um lugar desses? Fico me questionado. Nosso carro pára uma esquina antes do hotel, ficamos ali aguardando o sinal para nos aproximarmos. Saltam dois atiradores que se posicionam em lugares distintos da rua. Meu coração começa a bater mais forte. Tensão e medo são os sentimentos que me dominam. Um outro homem, a paisana, entra no tal hotel então ficamos esperando. Silêncio e tensão pairam no ambiente

Um comentário:

Rubia disse...

Aiii Mo, já to ansiosa esperando o post de amanhã.. a estória tá muito boa!!!

Beiijo