Cerca de dois meses depois...
Em uma cidade de fronteira da Bolívia com o Brasil. Num
hospital público de parcos recursos dois médicos conversam:
- Então, ela se lembrou de alguma coisa?
- Não nada ainda. Não poderei mantê-la mais aqui. Sabe como
é, temos poucos recursos e ela já está recuperada, menos a memória que ainda
não voltou. Falei com a assistente social, não sei mas ela me parece ser
brasileira. Fala pouco e às vezes não compreende o que falo.
- Lembra-se. Ela chegou aqui trazida por aquele camponeses.
No mesmo dia em que tivemos aquele ataque no rio, perto da fronteira. Será que
é traficante?
- Não me parece. Mas infelizmente não posso mais ajuda-la.
Amanhã ela terá alta.
Passaram-se dois meses e aos poucos voltei a minha vida, não
completamente, pelo menos não da mesma forma. Agenda cheia, entrevistas, fotos,
tudo igual e ao mesmo diferente do que tivera sido. Estávamos em Cuiabá,
capital do Mato Grosso para mais um show quando então minha vida novamente deu
uma guinada e voltou aos eixos. Mas ... antes de contar sobre isso é preciso
voltar, voltar pelo menos 2 meses. Mais precisamente a cidade de Corumbá. O
dia? O dia em que achei ter morrido também ...
Dois meses antes, em Corumbá ...
Durante a perseguição no Rio Paraguai Tuca tinha orientado M
a ficar no fundo do barco para que não se machucasse. Ao ser interceptado pelo
exército Tuca acelerou o barco tentando escapar. Então uma rajada de tiros os
fazem se abaixarem tentando se protegerem. M olha para trás e vê uma lancha se
aproximando, olha para Tuca que não percebe que têm companhia. Uma outra rajada
de tiros então M não pensa duas vezes e se joga na água. Mas ao cair M bate com
a cabeça no casco do barco e perde os sentidos quase que se afogando. Seu corpo
inerte passa pela lancha do exército, onde os soldados não percebem sua
presença seguindo em direção ao barco onde Tuca estava. Uma outra rajada de
tiros acontece só que dessa vez certeira, no motor do barco fazendo-o explodir.
M tem seu corpo levado pela correnteza parando junto a
pedras que formavam uma cachoeira. Ficando ali para ser encontrada somente no
final do dia.
No fim de tarde Juan e Carlos estavam passeando pela mata
tentando caçar algum animal para comer. São os filhos dos camponeses bolivianos
Maria e Sebastian. Estão ali escondidos da mãe que sempre os proibia de andar
pela mata, com medo que encontrassem com os traficantes locais, a máfia das
drogas utilizava a mata como esconderijo e como porto de embarque e desembarque
de mercadorias. Em meio a brincadeiras com o irmão Carlos vê o corpo de M preso
nas pedras.
- Veja Juan! Aponta para M.
- Um corpo! Será que é um traficante?
- Não sei, mas já vou descobrir. Disse Carlos já se
encaminhando para a beira do rio.
- Cuidado pode tá vivo! Alertou o irmão.
Carlos se aproximou devagar ao perceber que estava
desacordada gritou para o irmão.
- Juan! É uma mulher, me ajude aqui!
Os irmãos bolivianos retiraram M da água e perceberam que
estava viva, apenas desacordada. Com um pouco de dificuldades arrastaram M para
longe daquele local. Tinham receios de encontrar os traficantes. Juan e Carlos
colocaram M em cima da sua carroça e rumaram para o posto médico da cidade.
Falaram com o enfermeiro local e deixaram M sob cuidados médicos voltando
imediatamente para casa.
M aos poucos foi recuperando os sentidos. Estava confusa,
não se lembrava de nada. acordou em um hospital, os enfermeiros falavam uma
língua estranha. Às vezes compreendia, às vezes não. Como tinha fortes dores de
cabeça achou que era ela que não estava escutando direito. Passou dois meses
internada, se recuperando do trauma, mas a sua memória, não voltava. Certo dia
recebeu alta e foi orientada pra uma assistente social. Essa mulher foi quem
lhe ajudou a retomar sua vida de antes. Através de sua indicação M ficou em um
abrigo sustentado por uma ONG. Em troca de casa e comida M ajudava na administração.
Aos poucos, com ajuda de um analista M recuperou a memória graças a ONG pode
voltar ao Brasil. Entrou novamente no país através de Cuiabá, capital do Mato
Grosso. Tinha que recuperar seus documentos, sua identidade, mas isso não era
assim tão fácil. Descobriu que foi dada como morta. Até um enterro tinha sido
feito em Uberlândia. M então pensou em mim e na minha dor. Pensou também em
quem teria sido enterrado em seu lugar então lembrou. Tuca!
M tinha acabado de sair de um posto da policia federal,
estava tentando retomar sua identidade, andando pelo centro é retida por um
homem que lhe segura pelos braços.
- M! M é você? Nossa como você tá diferente!
Era André, um amigo de faculdade de M. Ele era de Cuiabá e
assim que terminou os estudos em BH tinha voltado para sua cidade e trabalhava
numa produtora de shows. André convidou M para almoçar que aceitou prontamente.
Como era bom ver e conversar com alguém conhecido. Durante o almoço M conversou
com André. Explicou o que tinha lhe acontecido. Inclusive o seu envolvimento
comigo.
- Nossa! Essa estória daria um livro. Ou melhor um filme!
Mas nada nessa vida é por acaso M. Você não vai acreditar. Eu trabalho numa
produtora, como já lhe disse e hoje teremos um show doVictor & Leo aqui na
cidade. E pode ter certeza. Você vai a esse show e vai reencontrar o seu grande
amor. Prometeu André.
- Eles estão aqui? Perguntou M esperançosa.
- Não ainda não. Eles vão chegar só na hora do show
mesmo. Mas não se preocupe. Tenho seu endereço, da pensão em que você está hospedada.
A noite eu passo lá e te apanho. Você vai como minha acompanhante, vou te
colocar na frente do palco. Assim quando ele te ver o resto se faz por si só. E
assim eles se despediram. André voltou para a produtora e M para a pensão em
que estava hospedada.
2 comentários:
Aeeeeeee eu sabia que ela não tinha morrido, não podia ser!!! hauahauahaua
Amanhã a noite quando chegar, a primeira coisa que farei será entrar no blog pra ler o próximo post viu?? hahaha
Beiiijos!
Ohh coisa mais lindaa... pensa no VC hoje qndo revela... eles merecem um final feliz mesmoo... historia lindaaa... merece o melhor finall!!! Os dois juntinhoss!! Ansiosaaa para o desfecho hoje!!!
bjuuu
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