terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Assim que percebemos que Tuca novamente conseguiu escapar voltamos para o quartel do exército. O plano A tinha furado, então nos preparamos para o plano B, muito mais bem equipado e mais perigoso também. Iríamos pra fronteira com a Bolívia, e lá o confronto seria de guerra pois era de conhecimento geral que os traficantes bolivianos se escondiam na mata junto ao Rio Paraguai. Saímos do quartel novamente em comboio só que dessa vez eram 10 carros e novamente o meu era o último e com os paramédicos como companhia. Pegamos então a estrada que corre em paralelo ao leito do rio. Num certo momento um grupo se destaca de nós, tomando outro rumo, era o pessoal que iria fazer uma busca pela água, inclusive os tais atiradores de elite estavam nesses três carros. Acompanhei com os olhos eles se afastando enquanto continuávamos na estrada. Logo diminuímos a velocidade  até pararmos. Encontramos então um carro abandonado na margem da mata, aberto. Era o carro da fuga. Ouço um barulho forte, passam então sobre as nossas cabeças dois helicópteros do exército levando os atiradores de elite.


Os militares entram na mata mas não posso seguir com eles, faz parte das regras. Ficamos ali escutando toda a movimentação tática através dos radio transmissores. Ficamos aguardando instruções. Logo vemos os helicópteros voltando, eles estavam fazendo a busca nas margens do rio ou já tinham deixado os atiradores em seus locais estabelecidos para a ação. Fico apreensivo com todo esse movimento. E se Tuca resolvesse se livrar de M? Ou pior, se no desespero ele levasse M com ele para fora do país e desse cabo dela assim que tivesse a salvo? Esses eram os meus pensamentos naquele momento. Logo olho para o céu, o dia começa a amanhecer, impressionante como nesses momentos as horas passam tão rápido.


 

Na mata, Tuca corre entre as árvores, arrastando M com ele. Logo chegam a margem do rio. Tem um barco escondido ali, Tuca tira o pano que o camufla, empurra o barco para a água e coloca M dentro, liga o motor e segue em direção a foz.
Ele orienta M a ficar sentada no fundo do barco, para sua própria segurança. Logo os helicópteros avistam a embarcação e através de um auto-falante dão ordem para parar.
- Atenção. Aqui é o Exército brasileiro. Desligue o motor e coloque as mãos na cabeça.
Tuca olha para o alto mas não se intimida e acelera ainda mais, o barco começa a quicar na água tamanha a velocidade que alcança. Ele segue contra a correnteza tentando alcançar um posto avançado dos traficantes bolivianos, depois da fronteira com o Brasil. Se alcançasse estaria livre.
Logo recebemos ordens de voltar, iríamos acompanhar a perseguição de carro, as margens do rio. Um grupo entrou na mata, iria tentar uma perseguição por terra. Voltamos a estrada. Logo nos afastamos da cidade e podíamos ver o curso do rio. Ao longe podia ver os helicópteros então ouvimos a mensagem no radio transmissor que tinham interceptado um barco suspeito e que o mesmo se recusou a parar. Olhei para o rio e vi uma lancha passar por nós em alta velocidade. Era uma lancha do exército de fronteira. Fico apreensivo pois agora é um confronto aberto. Temo por M.
Na lancha Tuca acelera ao máximo, o barco se sacode inteiro a cada contado com a água. Ele grita pra M se segurar e se volta pra frente guiando o barco em direção ao seu objetivo. Mais uma vez o alto-falante do helicóptero dá ordem para parar só que dessa vez ameaça.
- Pare! Pare senão atiro!
Tuca mais uma vez ignorou então uma rajada de tiros cortou a água do Rio Paraguai. M se encolhe toda na parte de trás do barco enquanto que Tuca abaixa a cabeça mas se mantém firme em seu curso.
Ao ouvir os tiros fico desesperado, mas não posso fazer nada. Só me resta acompanhar apreensivo a comunicação através do rádio. Uma confusão de informações, não consigo acompanhar direito os acontecimentos, muitos gritos, ordens e mais tiros. De repente um estrondo. Olho para frente e um cogumelo de nuvens pretas surge ao longe. Então mais gritos.
- Explodiu! O barco explodiu! Gritavam no rádio.

Um comentário:

Rubia - SC disse...

Explodiu?? E a M?? Meu Deus, sabe nadar pelo menos? :P uahauahua
Brincadeiras a parte, tá muito boa a estória!

Beijo, Mo!