domingo, 26 de fevereiro de 2012


O show prosseguiu. Eu que nunca tinha ouvido as suas canções não consegui assimilar nada do show pois meus olhos eram só para o Leo e sua expressão de desaprovação por eu estar ali. Aos poucos consegui me controlar e parar de chorar mas a dor que sentia em meu peito tinha voltado, com mais força do que no inicio de tudo. As meninas ficaram ali tentando me acalmar, me reconfortar mas não foi de grande ajuda. Deu-se o intervalo e eles saíram do palco.
ARTHE: Você quer ir embora?
ANALU: Não! Eu quero ficar até o fim. Eu preciso ...
LOUISE: Quer ir falar com ele?
ANALU: Não! Melhor não ... ele não parece feliz em me ver ...
ARTHE: E você? Tá feliz em vê-lo?
ANALU: Se vocês tivessem idéia de como eu me arrependo de ter ouvido a Bruna ...
ARTHE: Eu disse! Essa cobra não presta! Tinha que ser ...
ANALU: Arthe ... por favor ... agora não.
O coitado do Ricardo só olhava mas não falava nada, afinal, não estava entendendo nada do que estava acontecendo. Ele queria ter uma chance com Arthe mas ela impôs a presença das amigas ele se contentou com isso. Há tempos ele tentava sair com ela mas ela sempre atrás. Resolveu que era melhor não se meter, poderia acabar com a noite de todos se revelasse que era primo dos meninos.
O show recomeçou e parece que alguma coisa tinha mudado. O Leo já não me olhava com raiva nos olhos mas ainda era um olhar triste, desiludido. O Victor para minha surpresa veio até perto da nossa mesa e me cumprimentou de longe. Eu tentei esboçar um sorriso mas foi bem menos que isso que eu consegui dar. Nessa segunda parte do show o Leo se concentrou mais e passou a agir como se eu não estivesse ali. Como se eu não existisse, enquanto que o Victor não tirava os olhos da nossa mesa. Então percebi que ele estava flertando com a Louise que estava simplesmente vidrada nele.
Ao final do show eles agradeceram a presença de todos e saíram do palco. Eu me levantei e resolvi que era hora de ir embora, já tinha sofrido o bastante para aquela noite. E sabia que iria chorar mais ainda quando chegasse em casa. Assim que me despedi de todos na mesa e me virei só ouvi aquela voz grave.
VICTOR: Veio nos ver cantar e nem vai falar comigo?
Me virei e vi que era o Victor. Ele agia como se nada tivesse acontecido. Fiquei sem ação diante do seu comportamento.
ANALU: Desculpa! Eu tô cansada, saí do trabalho e vim por convite da Arthe.
Ele concordou com a cabeça.
VICTOR: Vai lá! Fala com ele ... ele também tá sofrendo ... como você.
ANALU: Melhor não!
VICTOR: Ele ainda gosta de você.
Olhei para ele sem entender. Ele veio até mim. Me abraçou e falou ao meu ouvido.
VICTOR: Você é uma pessoa especial. Sei que tudo que aconteceu entre nós três foi uma fatalidade, você não faria isso com nenhum propósito malévolo. Não era pra ser entre nós ... sem ressentimentos?
Ele me olha bem no fundo dos meus olhos e me sorri. Um sorriso amigo. Eu respiro fundo e respondo:
ANALU: Sem ressentimentos. Mas é melhor eu seguir meu caminho. Tá tudo muito recente ainda ... dói muito ... é melhor assim.
Me despedi de todos novamente e sai do restaurante. Era tarde mas ainda dava tempo de pegar o último ônibus, me encaminhei para o ponto e fiquei ali, sentada e sozinha com a minha dor, aguardando o ônibus passar para ir para casa. Não tinha mais lágrimas para chorar mas a tristeza que eu carregava no coração ainda era uma presença muito forte.

Assim que me despedi de todos e me virei para sair do restaurante o Leo se virou na direção da nossa mesa e me acompanhou somente com os olhos. Ele se aproximou do irmão que já tinha engrenado um papo com uma outra garota. Ele cumprimentou o primo e as jovens que estavam com ele.
LEO: Já vou indo, você fica?
VICTOR: Vou ficar sim. Você vai atrás dela?
LEO: Não! Melhor não. Disse conformado.
VICTOR: Você devia se dar uma chance meu irmão.
ARTHE: Ela ainda gosta de você. Chorou que se acabou aqui na mesa.
Disse a Arthe já se metendo na conversa. O Leo respirou fundo.
LEO: Tô cansado! Vô pra casa. Boa noite pra vocês e divirtam-se!
Ele sai e vai para o estacionamento. De lá dava pra me ver no ponto de ônibus. Ele balança a cabeça negativamente e entra no seu carro. Ele coloca a chave na ignição, olha pelo retrovisor e novamente me vê ali, sozinha, sentada. Ele fica por algum tempo ali, me admirando. Tinha que reconhecer, não estava sendo fácil aquela separação. Ele não se conformava com o fim do relacionamento. O irmão já tinha perdoado o acontecido e seguia sua vida como sempre, galanteador e desprendido.
Ele dá mais uma conferida na minha direção e vê um homem se aproximando do ponto do ônibus. Seu coração dispara e fica preocupado com a minha segurança. Ele então age sem pensar. Liga o carro e manobra em minha direção. Como eu tava do outro lado da rua teve que passar por mim e fazer o retorno mais adiante. Seu coração alertava para algo perigoso e agiu apenas com o instinto de me proteger. Ele faz a curva de forma acelerada fazendo os pneus do carro cantarem no atrito com o asfalto. Ele então para bruscamente o carro na minha frente me assustando. Sai do carro e me diz rápido.
LEO: Entra no carro Analu!
ANALU: Leo!
LEO: Entra no carro! Eu te levo pra casa, vem!
Eu não entendi nada, ele parecia nervoso mas ainda assim insistiu. Eu então resolvi aceitar a carona, quem sabe não teria uma chance de tentar ao menos restabelecer um contato com ele. Nem que fosse só de amizade. Assim que eu entro no carro ele entra também e liga o carro novamente e sai olhando em direção ao homem que ainda se encaminhava lentamente para o ponto do ônibus.
LEO: Você e essa mania de sair tarde da noite sozinha! É perigoso sabia?
ANALU: Eu sempre andei sozinha a essa hora. Calma! Você tá nervoso porque?
Ele não responde e ao passarmos pelo tal homem, que diga-se de passagem nem percebi sua presença, ele respira aliviado.
O homem, um padre, viu o movimento do Leo e meu e balançou a cabeça ao ver o carro passar por ele.
PADRE: Esses jovens!
Fomos o caminho todo em silêncio. Depois daquele rompante do Leo ele pareceu ter se acalmado mas ficou o tempo todo muito sério.
Assim que chegamos ao meu prédio ele desliga o carro e se vira para mim.
LEO: Me promete que você vai tomar mais cuidado.
ANALU: Leo, eu não entendi nada. Por que você ficou tão nervoso lá no ponto do ônibus? E por que esse cuidado todo comigo?
LEO: Você não viu?
ANALU: Viu o quê Leo?
LEO: O homem.
ANALU: Que homem?
LEO: Ele ... ele tava indo em sua direção ... você tava ali ... sozinha. Eu ... eu tive medo.
ANALU: Medo? Medo de quê? Leo eu não tô entendendo nada. Eu não vi homem nenhum!
LEO: Ele tava lá ... eu juro!
ANALU: Tá! Tudo bem! Mas por que você tá agindo assim. Você sentiu medo de que?
LEO: Eu tive medo ... medo ... dele te machucar.
Eu olhei para ele, e seu olhar não era mais o mesmo, aquele olhar acusador, de mágoa, de raiva tinha sido substituído pelo olhar triste e medroso. Eu passei a mão em seu rosto, afagando-o. Ele então fechou os olhos e inclinou seu rosto para a minha mão como se aquele meu carinho lhe fizesse falta. Eu respirei fundo.
ANALU: Obrigada viu!
LEO: Promete pra mim que você vai tomar cuidado.
ANALU: Eu vou ... prometo!
Eu ainda não sabia ao certo o que deveria fazer mas não podia forçar nada. Agradeci a carona e sai do carro. Assim que cheguei ao portão ele me chamou.
LEO: Analu!
Eu me virei em sua direção.
ANALU: Sim?
Ele sai do carro e vem até a mim. Sem dizer nada. Segura meu rosto com as duas mãos e me beija. Um beijo apaixonado. Longo e intenso. Me entrego completamente a esse beijo como se fosse o último da minha vida. Assim que ele se afasta abro meus olhos devagar e olho para ele sem acreditar no que tinha acabado de acontecer. Ele me olha com ternura ... com amor. Então eu o beijo novamente abraçando-o forte de encontro ao meu corpo. Depois dessa entrega ele me olha e sorri. Aquele sorriso encantador que me fez me apaixonar perdidamente por ele.
ANALU: Vem. Vamos lá pra cima. Convido-o.
Ele sorri concordando.
LEO: Deixa eu fechar o carro.
Ele volta e tranca o carro. E vem até mim. Entrelaça sua mão a minha e juntos entramos no prédio. Já no elevador voltamos a nos beijar, um beijo mais forte que o outro. Beijos que demonstravam nossa saudade ... nossos desejos de nos entregarmos um ao outro. Assim que abro a porta do apartamento damos de cara com a Bruna. Ali, sentada no sofá da sala. Estudando. Ela olha incrédula para nós dois juntos.
BRUNA: O que significa isso?
LEO: Boa noite! Eu vim trazer a minha namorada em casa.
ANALU: E ficar comigo né! Respondi sorridente.
BRUNA: NÃO! Vocês não podem ...
ANALU: Não podemos? Não podemos o que? Esse apartamento também é meu Bruna. Eu hein! Boa noite. Vem Leo.
Ele só olhou para ela e sorriu de satisfação. Fomos para o meu quarto e lá selamos o nosso amor.

FIM

2 comentários:

Sil Castorino PR disse...

Mais uma vez Parabens amiga... adorei o fanfic... aguardando ansiosa como sempre pelo proximo... sabe q eu adoroo essas aventuras de V&L!!! Bjusss

Anônimo disse...

TUDO FICTICIO NÃO É?