quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Eles ficaram ali, cada um perdido em seus pensamentos, o Leo no que seria a sua vida dali em diante e Victor em como fazer com que o irmão se entendesse com a namorada. Pode parecer despretensioso da parte dele mas seu envolvimento comigo não era nada sério e conhecia bem o irmão. Na noite anterior ele chegara triste, cabisbaixo, quase não falou nada do que havia acontecido, só respostas monossilábicas. Ele tava sofrendo e para o Victor não existia coisa pior que ver o irmão sofrer.

Eu, depois que o Victor saiu sem nem olhar para trás, vi que tinha feito a pior das escolhas, ele além de não me ouvir sequer levou em consideração o que tinha acontecido na cachoeira, me senti usada e rejeitada quando não mais lhe interessava. A minha impressão foi a de que a minha confissão caiu como uma luva para ele me descartar. Depois que sai do restaurante fui pra faculdade tentar estudar um pouco mas a todo instante minha atenção se desviava para a imagem de decepção que o Leo teve ao saber de toda a verdade. Isso me doía profundamente, mas não tinha mais jeito, ele jamais iria me perdoar. Fui para casa pois não tinha cabeça nem pra estudar o que dirá pra assistir aula.

Os dias se passaram, eu não tinha ânimo pra nada, era de casa pra faculdade, da faculdade para o trabalho e de lá pra casa novamente. Não vi nem ouvi mais nada sobre eles. A Bruna ficou calada e também não tocava no assunto. Depois de um mês do ocorrido, eu era a tristeza em pessoa, não sorria, não brincava, vivia pros estudos e pro trabalho. Me afastei dos amigos e mal falava com a Bruna, só o necessário. A vida não tinha sentido. Então o destino se encarregou novamente de bagunçar com a minha vida.

Era um domingo, dia de pouco movimento no bar e no dia seguinte era a minha folga e eu não teria aula na faculdade pois já estava de férias. Dias assim eram um tormento para mim. Estava terminando meu serviço quando duas amigas minhas chegaram ao bar.
LOUISE: Oi Analu!
ANALU: Oi meninas! Que surpresa ver vocês aqui a essa hora.
ARTHE: Viemos te seqüestrar!
ANALU: Seqüestrar! Sei ... Até parece ... nem vem Arthe, vocês sabem perfeitamente bem que eu não tô com cabeça pra sair não.
LOUISE: Por isso mesmo que viemos e não vamos sair daqui até você vir conosco. Decidimos que já passou da hora de você curtir essa fossa.
ARTHE: É isso mesmo. Agora é a hora da virada!
ANALU: Não gente  ... valeu mesmo ... mas não rola não.
LOUISE e ARTHE: Ahhhhh ... rola! (risos)
ANALU: E o que vocês pensaram que iriam fazer comigo?
LOUISE: Pensaram? Iriam? Nãooooo.
ARTHE: È isso mesmo Louise, pensaram não. Nós vamos!
ANALU: Tô começando a ficar com medo de vocês.
LOUISE: Para de coisa Analu. É o seguinte, hoje vai rolar um show. E NÓS vamos!
ANALU: Show? De quem? Onde?
ARTHE: Lembra do Ricardo?
ANALU: Aquele que você chama de Ricardão? (risos)
ARTHE: Pra isso você tá boa né! Ele mesmo. Então, ele nos chamou pra curtir um show no bar de um amigo dele. Então pensamos, né Louise! Eu já me arranjei com o Ricardo, ele hoje não me escapa. E parece que os caras que vão cantar são uns gatos e a Louise aqui ... bom ... ela não dá conta de dois então resolvemos te chamar pra ajudar nessa tarefa dificillll.
ANALU: Uai! E o amigo do Ricardo? A Louise pode perfeitamente ficar com ele. Aí vocês me deixam fora dessa e esses dois coitados também. Viu ... já ajeitei tudo pra vocês.
ARTHE: É esse seu ex virou mesmo a sua cabecinha. Você acha que não pensei nisso antes é? Esse amigo do Ricardo é gay. Não gosta da fruta não filha!
ANALU e LOUISE: Gay????
ARTHE: Enquanto vocês ficam aí suspirando pelos cantos eu vou a luta. Sondei o terreno antes. E os carinhas que vão tocar lá além de cantarem bem pra caramba são uns gatinhos. Vai por mim.
ANALU: Ai Arthe a última vez que eu fui numa dica de amiga dizendo que o cara era um gatinho eu me meti no maior dilema.
LOUISE: Eu não fui!
ARTHE: Quem foi essa amiga fura olho? Aposto que foi a Bruna, não é?
ANALU: É foi ela mesma Arthe, mas o cara era gatinho sim o problema foi outro ... mas deixa pra lá. Agradeço imensamente a vocês mas eu não vou não.
ARTHE: Num sei por que você ainda tá morando com essa cobra. Eu já lhe disse, qualquer coisa você vai lá pra casa. Essa mulher não é de confiança.
ANALU: Eu sei que vocês não se bicam Arthe mas eu não vou entrar nessa discussão com você. Já conversamos sobre isso.
LOUISE: Ai Analu! Por favor, vamos. E se eu não gostar dos carinhas? Vou ficar segurando vela pra Arthe?
ARTHE: Nem pensar Louise! Nem pensar! A Analu vai ... nós decidimos e pronto!
ANALU: Nós quem cara pálida?
ARTHE: Eu e a Louise, né Louise?
LOUISE: É! É isso mesmo, você vai conosco nem que seja arrastada.



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