BRUNA: Você
é quem sabe.
Disse dando
os ombros.
Ela desliga
a TV e vai para o seu quarto. Sento ao lado do telefone e disco o seu número,
rezo para que o Leo não atenda.
VICTOR:
Pronto!
ANALU:
Victor? Sou eu, Analu.
VICTOR: Oi
meu amor! Saudades já?
ANALU: É.
Respondi sem jeito. Dá pra gente almoçar juntos amanhã? Preciso conversar com
você.
VICTOR: Tá
tudo bem? O que houve?
ANALU: Não.
Quero dizer, mais ou menos. Podemos almoçar?
VICTOR:
Claro! Onde?
Passei o
endereço de um restaurante que tinha próximo a faculdade, assim, quando eu
saísse de lá, iria logo pra aula. Combinamos as 13 hrs pois a partir das 14 eu
tinha aula, mesmo que chegasse atrasada ou perdesse o primeiro tempo eu não
podia mais adiar aquela situação. Uma vez que já tinha perdido o Leo, tinha que
resolver minha vida de uma vez. Nos despedimos confirmando nosso próximo
encontro. Desliguei o telefone e fui para um banho. Precisava relaxar e pensar
em como iria falar para o Victor sobre a existência do Leo. Depois do banho me
deitei, mas não preguei o olho a noite toda, meu coração doía, uma dor aguda, funda.
Não me conformava com o fim do meu namoro com o Leo. Fiquei ali, tentando
analisar e ver de quem eu realmente gostava. Só fui dar um breve cochilo quando
as luzes do novo dia começaram a clarear o meu quarto.
A manhã se
passou voando e no horário marcado fui para o restaurante esperar o Victor,
minha ansiedade era tanta que eu não sabia mais o que inventar em casa para
passar a hora então acabei chegando mais cedo do que o combinado. Estava eu
sentada quando ele chegou, lindo como sempre e com um sorriso encantador que me
desestimulou a ter aquela conversa com ele. Mas eu precisava te-la.
VICTOR: Oi!
Demorei?
ANALU: Não.
Eu é que cheguei mais cedo mesmo.
VICTOR:
Nossa! Pela sua cara o assunto é sério mesmo. O que houve?
ANALU:
Senta. Vamos conversar.
Ele puxa a
cadeira em frente a minha. O garçom então se aproxima.
VICTOR:
Quer ir pedindo o almoço?
ANALU: Não.
Acho melhor esperar mais um pouco. Você tá com fome?
VICTOR:
Não.
Respondeu
já dispensando o garçom.
VICTOR:
Bom. Eu estou aqui. Sobre o que você quer tanto conversar?
ANALU:
Preciso te contar uma coisa muito séria que fiz. Mas quero que você saiba de
antemão que não foi proposital e que nem tenho por hábito fazer o que fiz. E
principalmente que eu gosto muito de você.
Ele foi me
ouvindo e mudando sua expressão. De feliz por estar junto a mim pra uma feição
séria e preocupada.
VICTOR: O
que está acontecendo Analu? Por que isso agora? Eu pensei que nós estivéssemos
numa boa depois do passeio de ontem.
ANALU: O
passeio foi ótimo Victor, inesquecível mesmo. Mas ...
VICTOR:
Mas?
Eu respirei
fundo e comecei a lhe explicar ...
ANALU:
Victor. Eu estava saindo com você e com outro rapaz ao mesmo tempo.
VICTOR:
Como é que é?
ANALU: Eu
tava namorando você e um outro rapaz. Nada de propósito, somente me deixei
levar por uma situação inusitada.
VICTOR:
Inusitada? Pra mim isso é sacanagem, isso sim!
Disse já se
alterando.
ANALU:
Victor, por favor ... deixe-me explicar.
VICTOR: Não
Analu! Não tem nada que se explicar. Você tá me enganando
ANALU:
Calma Victor. Por favor.
VICTOR: Só
me responde uma coisa. Esse cara ... ele sabe de mim?
ANALU:
Agora sabe.
VICTOR: E
aceita ... isso ... assim?
ANALU: Não
Victor ... ele não aceitou. Ele terminou tudo comigo.
VICTOR: E
você acha que o idiota aqui vai ficar com as sobras?
ANALU:
Victor! Por favor não fala assim, eu posso te explicar. Não foi de propósito,
eu juro!
VICTOR: Não
Analu! Eu não quero ouvir mais nada. Eu não sou idiota nem vou te deixar me
fazer de palhaço.
ANALU:
Espera Victor. Por favor ...
VICTOR: Não
sei o que você pensa de mim. Mas eu não admito isso Analu. Então pra não ser
grosseiro com você eu vou me retirar ... agora ... e espero realmente que um
dia ... um dia eu possa te olhar novamente na cara.
ANALU: Não
Victor! Por favor, me ouve.
VICTOR:
Pelo pouco de respeito que ainda tenho por ti. Não me peça isso, nem pra que eu
fique aqui.
Ele disse isso já se levantando da mesa
abruptamente. Virou-se e saiu do restaurante, indo pro seu carro e indo embora.
Sem nem olhar para trás.
Nenhum comentário:
Postar um comentário