sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012


BRUNA: Você é quem sabe.
Disse dando os ombros.
Ela desliga a TV e vai para o seu quarto. Sento ao lado do telefone e disco o seu número, rezo para que o Leo não atenda.
VICTOR: Pronto!
ANALU: Victor? Sou eu, Analu.
VICTOR: Oi meu amor! Saudades já?
ANALU: É. Respondi sem jeito. Dá pra gente almoçar juntos amanhã? Preciso conversar com você.
VICTOR: Tá tudo bem? O que houve?
ANALU: Não. Quero dizer, mais ou menos. Podemos almoçar?
VICTOR: Claro! Onde?
Passei o endereço de um restaurante que tinha próximo a faculdade, assim, quando eu saísse de lá, iria logo pra aula. Combinamos as 13 hrs pois a partir das 14 eu tinha aula, mesmo que chegasse atrasada ou perdesse o primeiro tempo eu não podia mais adiar aquela situação. Uma vez que já tinha perdido o Leo, tinha que resolver minha vida de uma vez. Nos despedimos confirmando nosso próximo encontro. Desliguei o telefone e fui para um banho. Precisava relaxar e pensar em como iria falar para o Victor sobre a existência do Leo. Depois do banho me deitei, mas não preguei o olho a noite toda, meu coração doía, uma dor aguda, funda. Não me conformava com o fim do meu namoro com o Leo. Fiquei ali, tentando analisar e ver de quem eu realmente gostava. Só fui dar um breve cochilo quando as luzes do novo dia começaram a clarear o meu quarto.
A manhã se passou voando e no horário marcado fui para o restaurante esperar o Victor, minha ansiedade era tanta que eu não sabia mais o que inventar em casa para passar a hora então acabei chegando mais cedo do que o combinado. Estava eu sentada quando ele chegou, lindo como sempre e com um sorriso encantador que me desestimulou a ter aquela conversa com ele. Mas eu precisava te-la.
VICTOR: Oi! Demorei?
ANALU: Não. Eu é que cheguei mais cedo mesmo.
VICTOR: Nossa! Pela sua cara o assunto é sério mesmo. O que houve?
ANALU: Senta. Vamos conversar.
Ele puxa a cadeira em frente a minha. O garçom então se aproxima.
VICTOR: Quer ir pedindo o almoço?
ANALU: Não. Acho melhor esperar mais um pouco. Você tá com fome?
VICTOR: Não.
Respondeu já dispensando o garçom.
VICTOR: Bom. Eu estou aqui. Sobre o que você quer tanto conversar?
ANALU: Preciso te contar uma coisa muito séria que fiz. Mas quero que você saiba de antemão que não foi proposital e que nem tenho por hábito fazer o que fiz. E principalmente que eu gosto muito de você.
Ele foi me ouvindo e mudando sua expressão. De feliz por estar junto a mim pra uma feição séria e preocupada.
VICTOR: O que está acontecendo Analu? Por que isso agora? Eu pensei que nós estivéssemos numa boa depois do passeio de ontem.
ANALU: O passeio foi ótimo Victor, inesquecível mesmo. Mas ...
VICTOR: Mas?
Eu respirei fundo e comecei a lhe explicar ...
ANALU: Victor. Eu estava saindo com você e com outro rapaz ao mesmo tempo.
VICTOR: Como é que é?
ANALU: Eu tava namorando você e um outro rapaz. Nada de propósito, somente me deixei levar por uma situação inusitada.
VICTOR: Inusitada? Pra mim isso é sacanagem, isso sim!
Disse já se alterando.
ANALU: Victor, por favor ... deixe-me explicar.
VICTOR: Não Analu! Não tem nada que se explicar. Você tá me enganando
ANALU: Calma Victor. Por favor.
VICTOR: Só me responde uma coisa. Esse cara ... ele sabe de mim?
ANALU: Agora sabe.
VICTOR: E aceita ... isso ... assim?
ANALU: Não Victor ... ele não aceitou. Ele terminou tudo comigo.
VICTOR: E você acha que o idiota aqui vai ficar com as sobras?
ANALU: Victor! Por favor não fala assim, eu posso te explicar. Não foi de propósito, eu juro!
VICTOR: Não Analu! Eu não quero ouvir mais nada. Eu não sou idiota nem vou te deixar me fazer de palhaço.
ANALU: Espera Victor. Por favor ...
VICTOR: Não sei o que você pensa de mim. Mas eu não admito isso Analu. Então pra não ser grosseiro com você eu vou me retirar ... agora ... e espero realmente que um dia ... um dia eu possa te olhar novamente na cara.
ANALU: Não Victor! Por favor, me ouve.
VICTOR: Pelo pouco de respeito que ainda tenho por ti. Não me peça isso, nem pra que eu fique aqui.
Ele disse isso já se levantando da mesa abruptamente. Virou-se e saiu do restaurante, indo pro seu carro e indo embora. Sem nem olhar para trás.

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