Eu respirei
fundo, tinha realmente que por um fim naquela situação mas era difícil decidir
pois eram sentimentos fortes porém distintos. O amor que sinto pelo Victor é
algo insano, eu não sou racional. Nos seus braços perco a vergonha, o medo, os
pudores. Me entrego completamente, sem pensar nas conseqüências, simplesmente
não consigo reagir contrario as suas vontades. O amor que sinto pelo Leo é
profundo daqueles que você sabe que é para a vida toda.
LEO: Então
... você vai falar ou não.
Disse me
tirando dos meus devaneios.
Respirei
fundo e comecei a me explicar.
ANALU: Leo
... a primeira e principal coisa que eu quero que você saiba é que eu não fiz
nada premeditado, simplesmente aconteceu. E que eu jamais quis te fazer de
idiota como você me acusou, muito menos te magoar, como eu sei perfeitamente
que te magoei profundamente.
LEO: Eu
diria mais. Você me decepcionou.
Suas
palavras duras, seu olhar acusador e seus gestos distantes me atingiram intensamente.
Senti um nó muito forte apertar a minha garganta. Eu realmente não queria viver
aquele dilema. Então um choro forte emergiu de dentro de mim.
LEO: Chorar
não vai me fazer sentir culpa.
ANALU: Desculpa! Não consegui controlar.
Disse
tentando secar minhas lágrimas.
LEO: Ainda
estou esperando sua explicação. Eu vou logo te dizendo. Minha paciência está se
esgotando.
Respirei
fundo novamente, me endireitei no banco, olhei dentro dos seus olhos. Não tinha
outra opção. Comecei então a lhe contar toda minha saga.
ANALU:
Lembra quando nos conhecemos?
Ele
assentiu com a cabeça, sério.
ANALU:
Então ... eu fiquei bastante impressionada contigo. E quando nos reencontramos
no bar eu lamentei muito por não poder sentar e te conhecer melhor mas ... é o
meu trabalho ... e você estava com seus amigos ...
LEO: Analu!
Essa parte da estória eu sei, perfeitamente bem. O que eu quero realmente saber
é: Você tava comigo e com outro cara ao mesmo tempo? E se realmente isso está
acontecendo, desde quando?
Eu tentei
falar mas as palavras simplesmente não saíram da minha boca e eu só consegui
confirmar com a cabeça, voltando a chorar copiosamente.
Ele se vira
para frente, solta um longo suspiro e com o olhar perdido pergunta secamente:
LEO: Vocês
estavam juntos quando nos conhecemos?
Eu só
neguei balançando novamente a cabeça pois tinha percebido ali, naquele momento,
que eu tinha o perdido, para sempre.
LEO: E você
... você tá apaixonada ... por ele?
ANALU: Eu
não sei.
LEO: Como
não sabe? Como é que alguém se relaciona com outra pessoa sem gostar dela? É só
atração então? Me explica isso. Você gosta de mim ... dele ... de nenhum dos
dois? Não estou te entendendo Analu.
Disse já se
alterando.
ANALU: Eu
gosto dos dois ... mas de forma diferente.
LEO: Não
existe isso! Gostar dos dois? Ou você gosta de um ou gosta do outro.
ANALU: Eu
também pensava dessa forma até acontecer isso comigo. Eu juro ... juro Leo! Eu
não queria me envolver com os dois ao mesmo tempo, mas ... eu reconheço ... fui
leviana. Só que aconteceu. O que você quer que eu faça? Estou sendo sincera com
você.
LEO: Eu
quero que você escolha um. Ou eu ... ou ele. E se você realmente gosta de mim
como eu AMO você, vai acabar esse namoro agora! Amanhã no máximo, e eu quero
ver você terminar tudo com esse cara.
ANALU: Mas
Leo ...
Eu
simplesmente não conseguia, não podia dizer que o outro era o seu próprio
irmão.
LEO: Não
quero saber de mas nenhum. É assim ou nós acabamos por aqui. Você é quem sabe.
Disse em um
tom mais ríspido.
Eu abaixei
minha cabeça resignada.
ANALU: Tá
certo então.
LEO: Tá
certo o que? Você vai ficar comigo ou com ele?
ANALU: Eu
ainda não sei Leo. Realmente não sei. Preciso conversar com ele também. Da
mesma forma que te contei tudo, ele também tem o direito de saber a verdade.
O Leo
respirou fundo então um longo silêncio se abateu sobre nós. Ele tinha toda a
razão de estar agindo assim, eu realmente não tinha agido direito, nem com ele,
nem com o Victor. Mas eu precisava me decidir qual deles eu queria. E no calor
de uma discussão isso não era a forma mais sensata de fazer, além disso eu
tinha que conversar com o Victor e ver como iríamos ficar, principalmente
depois do dia maravilhoso que passamos na fazenda do amigo dele. Eu estava me
arriscando muito a perder o Leo. Mas era o correto a ser feito, mesmo que
depois de tudo eu não ficasse com nenhum dos dois. Logo o Leo quebra esse
silêncio:
LEO: Bom,
se você não sabe se quer ficar comigo ou com ele é porque não gosta tanto assim
de mim. Então Analu ...
Ele estica
o braço na minha frente e abre a porta do carona.
LEO: Seja
feliz ... com ele.
ANALU: Leo!
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