Fui com
eles até o estacionamento então se separaram, dois pra cada carro e eu fui com
o Leo e o Rafael no carro do Leo. O Rafael foi no banco de trás e eu no carona,
ao lado do Leo. Fui mas tava com meu coração nas mãos. Apesar deles terem me
defendido, eu ainda tava apreensiva afinal estava sozinha com dois homens em um
carro. Tinha que providenciar um carro o mais rápido possível, só assim não
passaria por esse tipo de situação.
LEO: Você
mora aonde?
Expliquei
para ele onde era o meu apê e para minha surpresa era perto da sua casa.
LEO: Bom
como moramos perto vou deixar o Rafael na casa dele depois te deixo em casa,
pode ser?
ANALU: Tudo
bem. Respondi ainda apreensiva.
Rafael:
Analu. Fica assim não. Somos homens de bem. Não babacas como aqueles lá.
Respeitamos você tá! Disse tocando levemente meu ombro.
Eu só dei
um sorriso amarelo, fazer o quê?
Fomos o
caminho todo quase que calados. O Leo tava sério. Acho que para me deixar menos
nervosa. Paramos em frente ao prédio do Rafael. O Leo saiu do carro para que
ele pudesse descer.
Rafael: Tchau Analu. Fica
em paz. O Leo é um cara direito. Não fica com medo não, tá.
ANALU: Tchau Rafael. E
mais uma vez obrigada! Tentei disfarçar.
LEO: Tá
Rafael! Ela já entendeu. Vai, vai tomar um banho frio e se cuida senão amanhã
você não levanta da cama.
O Leo
voltou pro carro e fomos o caminho todo em silêncio. Confesso que isso tava me
incomodando. Assim que chegamos ao meu endereço ele retirou seu cinto de
segurança e se virou para mim.
LEO:
Pronto! Entrega em casa. Sã e salva!
Eu abaixei
minha cabeça, sentia vergonha da minha reação mas ainda tava assustada. O Leo
me segurou pelo queixo levantando minha cabeça, fazendo com que meus olhos
encontrassem os seus. Seu olhar era profundo e aconchegante. Podia ficar ali,
horas, apenas olhando aquele homem. Nunca me senti tão protegida quanto me
sentia estando ao seu lado.
LEO: Tá
tudo bem? Mesmo?
ANALU: Tá
sim. Mesmo. Desculpa. Mas é que ...
O Leo então
afagou meu rosto. Como ele é carinhoso.
LEO: Eu
sei. Mas não fica assim não. Eu e meus amigos jamais faríamos isso com garota
nenhuma.
ANALU: Eu
percebi. Mas sinceramente não sei como agradecer. Se não fossem vocês...
O Leo me
cala com um toque suave em meus lábios.
LEO: Faz
assim então. Pra você se sentir menos culpada aceita fazer um lanche comigo
qualquer dia desses? Pode ser num dia de folga sua. Que tal?
ANALU:
(Penso um pouco).Tá certo! Vou te passar o meu telefone, você me liga e
combinamos, pode ser?
O Leo imediatamente abriu aquele sorriso, o
mesmo que me encantou no dia em que nos esbarramos. Abri a bolsa e peguei um
bloquinho de notas, anotei meu telefone e lhe entreguei. Ele continuou
sorrindo, pegou a carteira no bolso da calça, dobrou o papel e guardou junto
aos documentos. O Leo sai do carro e abre a porta para mim. Um cavalheiro
encantador. Nos despedimos com três beijinhos sendo o último quase que ele
alcança o canto da minha boca. Confesso que tremi. Sai do seu carro nas nuvens,
definitivamente esse homem mexeu comigo.
A semana se
passou sem mais nenhuma surpresa. Uns três dias depois desse fato o Leo me
ligou. As minhas folgas eram as segundas, dia de menor movimento no bar.
Combinamos então um cinema à tarde. Assim teria tempo de fazer minhas coisas e a
noite pra descansar um pouco. Acertamos tudo e assim que desliguei o telefone
senti uma alegria no coração que não tinha outra explicação, era por causa
dele. Continuei a minha rotina e deixei o destino tomar conta da minha vida. O
que tivesse que acontecer, iria acontecer. No domingo, antes de ir pro bar,
Bruna, minha colega de apartamento, me convidou para uma reunião que iria
acontecer na casa de um amigo.
BRUNA: Ô
Analu, vamos! Vai acabar cedo. Além disso amanhã é sua folga. Você precisa
sair, é da faculdade pro trabalho e do trabalho pra casa. Você tá vendo sua
vida passar e não faz nada. É preciso um pouco de diversão também. Vai! O que
que custa?
ANALU:
Custa que eu trabalho hoje, esqueceu?
BRUNA: Ah!
Vai depois do trabalho. O pessoal vai chegar tarde mesmo. Dá tempo. Por favor.
Por mim? Implorou meio que na brincadeira. Além disso vão uns amigos gatinhos,
quem sabe você não se arruma.
ANALU: Me
arrumar? Eu não tenho nem tempo de me arrumar pra mim, que dirá arrumar alguém.
Ri.
BRUNA: Mais
um motivo pra você ir então. Tem que ter um tempinho pra isso também. Vamos. Se
quiser eu passo lá e te pego. Quer?
ANALU: Tá,
eu vou e não. Não precisa ir me buscar. Assim que sair do trabalho eu te ligo e
pego um ônibus mesmo.
BRUNA:
Obaaaaaaaaa!
Domingo era
um dia tranqüilo, como muito dos freqüentadores do bar trabalhavam na manhã
seguinte esse era um dia que o trabalho além de pouco terminava cedo. Assim foi
a noite de trabalho. Quando chegou 11 da noite Sr. João me dispensou pois
devido o inicio da semana o movimento tava fraco. Resolvi então ligar pra
Bruna. Afinal uma carona caia bem.
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