Certa
noite, durante o meu trabalho, fui atender a uma mesa com quatro rapazes, todos
muito animados, como qualquer jovem que sai a noite pra beber. Assim que
cheguei a mesa pra anotar os pedidos qual não foi a minha surpresa ao constatar
que dentre eles estava o rapaz com quem trombei. Ele também me reconhece.
ANALU: Boa
Noite! Me chamo Analu, os senhores vão beber o quê?
LEO: Olá!
Que surpresa. Você trabalha aqui?
ANALU: Oi!
Pois é, trabalho.
Os amigos
dele se entreolharam sem compreender. Fizeram um pedido básico, quatro chopes e
um petisco pra beliscar. Anotei tudo e fui providenciar o pedido. No trabalho
não podemos dar muita atenção a bate papos descontraídos, ordens do dono, Sr.
João, um homem simples e patriarcal e que preza pelo bom atendimento mas que o
mesmo seja rápido.
AMIGO 1 DO
LEO: Ô Leo! Conhece a gatinha e nem apresenta?
LEO: Que
isso cara! Nós só nos esbarramos na esquina ali.
RAFAEL DO
LEO: Esbarrou né! Sei. Acredito. Zombou.
LEO:
(risos) Quem me dera, gata ela realmente é. Mas não me deu bola não, não viu?
AMIGO 3 DO
LEO: Aposto uma rodada de chope que se você chamar ela pra sair ela topa.
Provocou.
Todos riram
e continuaram as brincadeiras de sempre. Assim que levei os pedidos eles
trataram de mudar de assunto. Mas a aposta foi fechada.
Eles
ficaram por lá quase até a hora de fecharmos, foram uns dos últimos a sair.
Depois que saíram do bar ficaram pelas redondezas, brincando e jogando conversa
fora. Assim que fechamos tudo, me despedi dos meus colegas e fui pra casa mas
no caminho...
Tinha
acabado de virar a fatídica esquina, voltando para casa quando fui cercada por
dois rapazes. Eles estavam visivelmente embriagados e começaram a falar
gracinhas para mim, o que me deixou bastante apreensiva pois estava sozinha e
já era alta madrugada.
Eduardo:
Olha só André, uma boneca que fala! Disse o primeiro olhando para mim, fechando
meu caminho. Enquanto que o outro se posicionou entre eu e a parede da rua.
André: É!
Fala e anda. Será que beija também?
ANALU:
Vocês querem me dar licença! Estou com pressa. Tentei sair dali mas foi em vão.
Eduardo:
Calma boneca! Ninguém aqui vai te machucar não. Só quero um beijinho vai! Veio
em minha direção tentando me segurar pelos braços. O que me apavorou.
ANALU: Me
solta! Deixem-me em paz ou vou gritar. Ameacei.
André: É
Eduardo, acho que nos enganamos, não é uma boneca não. É uma gata selvagem. Adoro
gatas selvagens. Vem cá, vem! Disse já me imprensando na parede tentando me
beijar. Ele era forte, não conseguia sair dos seus braços. Então...
LEO: Ei,
vocês! Não ouviram a garota. Solta ela! Gritou.
Como o
rapaz que me segurava não atendeu ao pedido do Leo o mesmo veio em sua direção
e o puxou dali, afastando-o de mim e me empurrando para suas costas, como que
me protegendo.
LEO: Cai
fora! A garota tá comigo!
Eduardo:
Qual é cara! Tem pra todo mundo aqui. Veio em direção ao Leo mas logo foi
empurrado também.
LEO: Já
disse pra cair fora!
André: Aí
Eduardo, o cara aqui, não tem noção. Aí! Quem vai cair fora agora é você. Disse
isso já apontando o dedo pra cara do Leo. Não sei se percebeu mas somos dois e
você é só um. Falou isso já vindo em sua direção.
Rafael: Um
não. Quatro! Ou você não aprendeu a contar?
Nisso
apareceram os três rapazes que estavam com ele na mesa do bar. Eles trocaram
mais alguns insultos mas não partiram para o contato físico.
Ainda bem,
me apavoro nessas situações. Tenho medo de sair do trabalho tarde da noite, mas
foi a única condição que encontrei pra me sustentar enquanto fazia faculdade. O
horário não coincidia com a faculdade e ainda tinha a parte da manhã para poder
dormir um pouco e fazer meus trabalhos.
Os rapazes
que me abordaram então desistiram de mim. Assim que eles se afastaram o Leo se
virou para mim e me segurando pelos ombros perguntou:
LEO: Você
tá bem? Eles te machucaram?
ANALU: Tô.
Tô bem sim, só assustada. Não eles não me machucaram. Mas ainda tô com medo.
Marcelo: Se
quiser nós te levamos pra casa.
ANALU:
Obrigada, mas não é necessário o meu ônibus passa logo ali. Apontei pro ponto
do ônibus.
Carlos: Mas
ainda tem ônibus a essa hora?
ANALU: Tem
sim. É o último.
Rafael:
Era, você quer dizer. Falou isso já apontando para o meu ônibus que passava em
alta velocidade pela avenida.
Senti uma
mistura de medo com desânimo, afinal como iria para casa agora. Acho que minha
fisionomia me traiu pois não tinha como me explicar.
LEO: Eu te
levo pra casa, vem, meu carro tá logo ali.
Olhei ao
redor mas não tinha como recusar, era isso ou um táxi e como era final de mês,
tava com o dinheiro contado na bolsa tive que aceitar. Ainda bem.
LEO: Bom
deixa eu me apresentar pelo menos. Eu sou o Leonardo mas pode me chamar de Leo.
Esses aqui são meus amigos: Carlos, Rafael e Marcelo.
ANALU:
Prazer! Eu me chamo Analu... e pode me chamar de Analu mesmo. Ah! E obrigada
por me ajudarem com aqueles caras.
Marcelo:
Babacas, né Analu! Como pode um homem querer pegar uma garota a força. Pra mim
isso é incompetência. Homem que não sabe conquistar uma garota e tenta forçar a
barra além de covarde é incompetente.
LEO: Tá Marcelo, agora chega, essa estória já
deu. Vamos? Perguntou me mostrando o caminho pro carro.
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