Domingo era
um dia tranqüilo, como muito dos freqüentadores do bar trabalhavam na manhã
seguinte esse era um dia que o trabalho além de pouco terminava cedo. Assim foi
a noite de trabalho. Quando chegou 11 da noite Sr. João me dispensou pois
devido o inicio da semana o movimento tava fraco. Resolvi então ligar pra
Bruna. Afinal uma carona caia bem.
ANALU:
Bruna? É Analu. Ó já tô liberada, tem como rolar aquela carona? Assim chegava
mais cedo aí e aproveitava mais. Pode ser?
BRUNA: Oba!
Que legal. Ó vamos fazer assim. Um amigo meu, o Victor, saiu pra comprar mais
bebida, vou ligar pra ele e pedir pra aproveitar e passar aí e te pegar tá!
ANALU: Poxa
Bruna! Não dá pra você vir não tem problema, eu pego um ônibus. Mas carona com
desconhecido ... você sabe como eu sou.
BRUNA:
Calma mulher! Ele é gente boa, você vai ver. Além disso ele foi aí perto então
é mais rápido do que eu sair daqui só pra te buscar. Fica no caminho dele. E ... ó... é o maior gatinho.
Tive que
rir com a Bruna, não tinha jeito. Ela quando colocava algo na cabeça não tinha
quem tirasse. Resolvi aceitar e combinei dele passar na porta do bar e dar uma
buzinada assim saberia quem era. Desliguei o telefone e fiquei mais um pouco
dentro do bar. Tinha receios de encontrar aqueles caras novamente e não teria o
Leo ali pra me defender. Passados alguns minutos um carro parou na porta do bar
e deu uma buzinada. Como era o sinal que combinei com a Bruna, deduzi que era o
meu carona. Me despedi de todos e saí. Assim que cheguei na rua, me abaixei e
olhei para dentro do carro.
ANALU:
Victor?
Ele então
me dá um sorriso sedutor e confirmou com a cabeça.
VICTOR:
Analu?
Eu sorri de
volta. Realmente ele era um gato. Bruna não tinha exagerado nem um pouco. Ele
abre a porta do carro para que eu entre. Nos cumprimentamos com três beijinhos
no rosto mas o safado é rápido no gatilho e beija na metade dos meus lábios, um
beijo rápido não deu nem tempo de desviar. Fiquei imediatamente sem graça mas
ele se fez de desentendido. Fomos o caminho todo conversando. Victor me pareceu
um cara legal, um pouco atirado para o meu gosto mas um homem educado.
Chegando no
apartamento do amigo da Bruna, descemos do carro e eu ajudo o Victor com as
bebidas. No apê estão vários jovens, Bruna, faz questão de me apresentar a
todos. Ainda me sinto deslocada pois não são da mesma turma que eu então fico
em um canto da sala, observando a interação de todos. O Victor me vê e vem em
minha direção. É um belo homem, mas seu olhar me deixa reticente. Não sinto
nele uma confiança, uma proteção que senti quando conheci o Leo. Ele se encosta
na parede ao meu lado e puxa conversa:
VICTOR:
Deslocada?
ANALU: É!
Um pouco.
VICTOR: É
eu também me sinto assim às vezes.
Ficamos ali
conversando fiado um pouco. Soube que o Victor era cantor e que cantava com o
irmão. O estilo musical? Sertanejo, como era comum por aquelas bandas não dei a
devida importância. Não senti a hora passar e quando dei por mim já era quase
de manhã. Procurei pela Bruna mas descobri que ela tinha ido embora com um
outro rapaz. Fiquei ali sem saber como ir embora.
VICTOR:
Procurando alguém?
ANALU: Sim.
A Bruna, você a viu?
VICTOR: Ela
já foi. Faz tempo. Quer uma carona?
Seu olhar
não me inspirava confiança mas sabia que não sairia dali se não fosse de carro.
Não conhecia o bairro e não fazia a menor idéia de como chegar em casa.
ANALU: Não
vai te atrapalhar?
VICTOR:
Você mora aonde?
Assim que
expliquei soube que ele morava perto de mim. Então aceitei sua carona. Fomos o
caminho todo um pouco em silêncio. Não me sentia à vontade em sua presença
apesar de ser um homem atraente ele falava pouco e isso me incomodava. Chegamos
ao prédio onde moro. Ele estaciona o seu carro bem em frente à portaria. Tira
seu cinto de segurança e se vira de frente para mim.
VICTOR:
Analu... Sei que posso tá parecendo ousado mas gostaria muito de te dizer uma
coisa.
Um comentário:
Umas com tantos e outras com tão pouco... sortuda essa menina kkkkkk
Postar um comentário