segunda-feira, 29 de agosto de 2011


O momento de entrega total.  Subo no palco, pego meu fiel escudeiro, meu violão, devidamente afinado por mim. Sou ciumento e possessivo, só eu cuido de meus instrumentos, no máximo permito que os transportem para mim. Mas afiação e limpeza, só eu ponho as mãos. Começo os primeiros acordes, gritos, agitação na platéia. Sorrio. Flashes espocam sem parar. Agora sim, estou onde mais amo estar, no palco. Olho para a platéia, casa cheia. Ótimo! Sinal que estamos no caminho certo, atingindo cada vez mais corações, almas. Emocionando pessoas. Tento reconhecer algum rosto. Principalmente entre as moças que ficam bem próximo ao palco. Minha busca eterna volta a agir. Incessantemente, sem tréguas busco o MEU AMOR!
As luzes de frente do palco se acendem. Excelente. Assim posso ver melhor os rostos que estão ali, sorrindo para mim. Noto uma moça. Linda! Seu rosto, seu corpo. Perfeita! Ela me sorri, seus olhos brilham. Acena, manda beijos e tal. De repente sinto meu coração batendo mais forte, me emociono ao olhar para ela. Será? Será que é ela? Será que finalmente minha infindável busca finalmente se encerrou? Sorrio de volta, mando beijinhos como se fosse uma brincadeira de pega-pega. Ela percebe meu flerte e corresponde. Passamos o show todo assim. Nessa deliciosa troca de carinhos, olhares. Ao final do show aponto para ela, convidando-a para o camarim. Volto aos bastidores e aviso a um dos produtores que ela é especial. Ele entende o que quero dizer afirmando com a cabeça. Aponto-a para que ele saiba exatamente que ela é. Fecham-se as cortinas, o show acabou, extenuado mas feliz. Foi tudo perfeito e agora meu coração está aos pulos. Vou encontra-la pessoalmente, bem de pertinho. Torço para que o meu coração não esteja me pregando peças. Vou para o camarim me aprontar para o nosso reencontro. Mas antes, tenho que cumprir o resto da rotina. Visitas, beijinhos, fotos, agradecimentos e despedidas. Não foi só ela que veio nos encontrar. A cada abertura da porta meu coração para, não ainda não terminou. 
Cansado e nervoso vejo a porta se abrir mais uma vez. Vem o produtor e logo em seguida ela. Linda! Perfeita! O Leo, meu irmão, olha, entende o que está acontecendo. Cumprimenta-a e ela a ele, sem tirar os olhos de mim. Nervoso, não consigo falar nada. Só consigo reparar em seu rosto, seus cabelos e seu corpo. Que corpo! Sinto algo estranho, não consigo definir, esse sentimento que toma conta do meu ser. Meu irmão então se despede e sai do camarim acompanhado do produtor que a trouxe. Ficamos sós. Enfim sós! Ela me sorri. Sorriso encantador, diria mais, envolvente. Não me contenho e puxo-a para mim. Ela me segura pelo pescoço. Ah! Não. Pelo pescoço não. Logo o meu ponto mais fraco. Não resistindo mais, seguro-a pela cintura e a beijo, um beijo ardente, de paixão e cheio de desejos. Sou correspondido. Beijo delicioso. Pergunto se ela gostaria de ir comigo, para o hotel, ela com seus olhos brilhando incandescentes de desejo balança a cabeça positivamente. Pego em sua mão, entrelaço com a minha e me encaminho para sair do camarim. Ela me puxa de volta. Olho-a sem entender. Ela me beija novamente. Que beijo! Sorrio e pergunto: Vamos? E ela responde: vamos, vamos sim.

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