domingo, 8 de julho de 2012

4º Capítulo - Duas vidas numa mesma Estória


O dia seguinte transcorreu na mesma luta diária, em busca de um emprego. Para mim, as horas se arrastaram, não me dava conta por estar ansiosa pela chegada do fim do dia e saber mais detalhes daquela história ... da Minha História.
No final do dia voltei para Copacabana e ao invés de ir pra casa fui para a praia, para o mesmo banco no calçadão, ouvir mais um pouco da história daquele homem. Ao longe já o avistei, sentado, esfregando uma mão na outra. Ele também estava ansioso para me reencontrar. Antes de atravessar a rua liguei para casa.

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- Mãe! Ó, já tô em Copa mas encontrei uma amiga e nós estamos conversando um pouco tá! Devo demorar pra ir pra casa.
Não queria ser interrompida dessa vez. Assim que me avistou o homem sorriu e acenou para mim. Acenei de volta. Quando cheguei mais perto ele se levantou me cumprimentando. Nos acomodamos e depois daquela conversa cordial de praxe ele voltou a contar a sua, A MINHA estória.
- Onde foi mesmo que eu parei?
- A Virgínia tinha lhe dado a notícia da gravidez.
Virgínia! Nossa! Só aí me dei conta do quanto já estava envolvida e familiarizada nesse assunto.
- Isso! Foi isso mesmo. Então ... não tínhamos planejado esse filho mais para mim foi a mais fantástica das notícias que tive em toda a minha vida. Eu iria ser pai. Mas não foi isso que aconteceu ...
- Ela perdeu a criança? Interrompi.
- Perdemos – respondeu com tristeza – A família dela era muito severa. Preconceituosa, para ser sincero contigo. Eles não aceitaram nosso namoro desde o início. Justamente por conta do poder aquisitivo da minha família. Seu pai, Dr. Raul, não aceitava de forma alguma a sua princesinha se envolver com um rapaz da roça, como ele mesmo esbravejou diversas vezes. Por isso a preocupação de Virgínia quando soube da gravidez. Se ele sequer conseguia aceitar o nosso namoro ... A notícia da gravidez teve que ser escondida sob qualquer hipótese, pois, temíamos a reação do Dr. Raul.
- Mas como vocês fizeram? Perguntei curiosa.
- Virgínia foi uma guerreira pois ela passava muito mal com os enjôos matinais, sabe. E começou a usar vestidos. Naquela época, a moda até nos favoreceu pois as roupas não eram coladas no corpo como hoje em dia. Conseguimos esconder a gravidez dela até o sexto mês.
- Nossa! Conseguiram bastante então.
- Sim, mas mesmo assim não foi o suficiente.
- Não?
- Um dia, a mãe da Virginia, D. Silvia, entrou no banheiro na hora que Virginia tomava banho e não teve como esconder. Foi um escândalo. Eles imediatamente a proibiram de sair de casa e logo deram um jeito de despacha-la em uma viagem sem dizer o destino. Eu mesmo, só soube de tudo isso depois de quase 3 semanas e graças a uma prima dela, que nos ajudava a nos encontrarmos.
- Nossa!
Ele parou de falar, olhava para o mar, admirando o movimento das ondas e ao mesmo tempo seu olhar era perdido como quem volta a viver tudo aquilo novamente.

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Respirou fundo então continuou ...


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