Passei e passo por muitas batalhas na vida, mas essa que compartilho com vocês começou a 3 meses e 19 dias atrás...exatamente dia 06 de abril.
Estava me preparando para passar uma tarde tranquila e divertida numa festinha de aniversário da minha sobrinha, marquei com minha irmã para irmos juntas...
fui tomar um banho antes dela me ligar e comunicar que estaria saindo de taxi, era só aguardar.
Tomei o banho e comecei a me enxugar, só faltava os pés quando o telefone fixo toca. Logo deduzi que já era ela; sem pensar sai do box e corri, sem ao menos acabar de enxugar ou colocar uma sandália; chão do apto todo de cerâmica lisa....automaticamente puxei os passos e.....aconteceu!
Fiquei na curva...derrapei e fiquei...tentei me levantar, não consegui...coxa virada totalmente para o chão, virilha e joelho dobrados, muita, muita dor!!
Logo percebi que não seria algo simples, a dor era intensa!
Antes de me permitir desmaiar de dor, tentei novamente e não aguentei, tentei me segurar numas caixas que estavam por perto...
O quê fazer já que moro só e estava longe da porta que estava com trincos que só abrem por dentro? Rapidamente, antes do sangue esfriar e travar, dei 2 arrastadas para trás, pois sempre levo celular para banheiro....
Graças a Deus consegui! Mesmo no chão, passei a mão pela pia e consegui pegá-lo, liguei para minha irmã, que comunicou ao cunhado que em seguida foi me socorrer, quebrando o vitrô da porta, vizinhas prontamente vieram auxiliar chamando SAMU e me vestindo.
No caminho se deu continuidade ao meu sofrimento: dificuldade em sair do banheiro que é mínimo e não tinha como caber uma maca,até que com muita paciência conseguiram me mexendo o menos possível. Outra dificuldade: a maca não cabia também no elevador,precisando ficar bem presa para poder descer em pé.
Ao sair, mesmo o motorista com muita atenção e preparo não pode evitar as dores intensas e as estiradas musculares que eu sentia até mesmo na diminuição da velocidade, fui chorando até o hospital.
Chegando lá, depois das perguntas básicas entrei na sala de RX.
A cada troca de posição urrava de dor, sensação de dilacerar a perna que já a essa altura estava hiper inchada.
E logo veio o resultado: fratura no colo do fêmur!
Meu Deus como gostaria que estivesse apenas tendo um pesadelo...mas não era! Resultado: internação para aguardar uma cirurgia para colocação de um pino, placa e 3 parafusos.
Lá estava eu, com dores intensas, enlouquecedoras, num lugar triste, numa enfermaria onde não dava nem mesmo para ver janela....Tentava mexer com a perna e ela não obedecia, a imaginação misturada com o medo fazia vir na mente tantas coisas tristes....Chorar era tudo que conseguia fazer, além da dor!
Não tinha como fazer nada, até mesmo do básico precisava de ajuda: banho no leito, comer não conseguia, ir no banheiro, me pentear, uma única posição: barriga para cima, mesmo assim, só com analgésicos fortes...
Para tentar não enlouquecer, as vezes, as internas da minha enfermaria brincavam tentavam e tentavam usar o bom humor...Fiz muitas amizades: pacientes, enfermeiras, pessoal da manutenção e alimentação, médicos.... pessoas lindas de coração maravilhosos que me ajudaram.
Pude contar com o carinho e atenção da família: irmãos, cunhados, amigos e até mesmo outros que nem mesmo conhecia e oraram muito por mim.
Tive que adiar a cirurgia, por problemas diversos e até mesmo para sanar uma anemia, precisando antes de 1 bolsa de sangue.
Depois de 20 dias internada e ainda precisando de atenção e cuidados devido a outros problemas de saúde, finalmente fui para a sala de cirurgia mesmo com uma crise respiratória que me dificultava a respiração e também me dava tosse.
Tomei anestesia raquidiana pois tenho varizes no esófago.
Foi me dado alta 3 dias depois: mesmo sem ao menos me prepararem para andar.
No dia seguinte da cirurgia, já senti algo estranho, um grande volume no abdômen. Médico dizendo que eram gazes, só que sentia que não era!
Dias depois que já estava na casa da irmã, retornei ao médico e foi constatado que estava com ascite(água), mais 3 dias internada ... sem conseguir comer nada, agora além das dores que já estava sentindo veio essa também.
Os anseios, medos passaram por minha cabeça muitas e muitas vezes, e ainda sem conseguir fazer nada sozinha como antes estava dependente da boa vontade....
Tive que fazer testes e limitar minha impaciência, dúvidas, receios, depressão e angústia.
Será que voltaria a andar?
Será que viveria com dor?
Será que ficarei manca?
Muitos me ajudaram, me apoiaram, me fortaleci e estou, lentamente é claro mas estou sendo guerreira...
Foi sim, momentos tristes, porém o que ficará ou passará, só Deus e o tempo sabem!!
Nieta Santos
2 comentários:
guerreira é nessas horas que descobrimos os verdadeiros amigos e quem nos amam e que nunca souberam falar com palavras mas souberam demonstrar .... bjs
oi amiga , não pude estar fisicamente contigo , + meu coração tava , mandando as energias positivas , ainda vamos a muitos shows juntas bjos !
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